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Mostrando postagens de novembro, 2017

O Rei do Show (2017) | O legado satisfatório de La La Land

Desde a abertura, O Rei do Show não hesita em nem um segundo em mostrar seu espírito. As cores vibrantes, os recursos sonoros, a música e, claro, a visão imediata de Hugh Jackman no papel principal, fazem dos primeiros minutos algo já memorável. Dessa forma, é difícil identificar o diretor Michael Gracey como quase que um novato na direção, mas fica ainda mais fácil perceber seu conforto e afinidade com a arte visual. O Rei do Show é livremente baseado na história de P. T. Barnum , empresário de peso na história do entretenimento americano, reconhecido por ser o criador do circo que conhecemos hoje. O longa se inicia, então, com uma introdução decente e breve, o que dispensa o uso de flashbacks e torna a história mais linear, sem fugir da temática do teatro. Conhecemos logo no começo a história secundária da trama - um pouco genérica -, entre Phineas Barnum ( Jackman ) e Charity ( Michelle Williams ). Mas o verdadeiro ouro do longa, que infelizmente não foi tão bem explorado

Assassinato no Expresso Oriente (2017) | Belas paisagens, muita turbulência

Pela engenhosidade em sua criativa escrita, que posteriormente a traria o título de “Rainha do Crime”, Agatha Christie é uma das escritoras mais populares da literatura universal, atravessando gerações com seus personagens atraentes e instigantes. O sucesso de um de seus volumes, Assassinato no Expresso Oriente , renderia a ele algumas adaptações relevantes no cinema e televisão, sendo talvez a de 1974 a mais famosa (com um estrelado elenco que inclui Albert Finney , Lauren Bacall e Ingrid Bergman , o longa trouxe a esta última seu terceiro Oscar) e um episódio de 2010 do seriado Agatha Christie’s Poirot (produzido por 24 anos, o programa seguia o famoso personagem da escritora por diversos de seus romances, sendo exibido no Brasil pelo canal Multishow), com Jessica Chastain e Hugh Bonneville (de Downton Abbey ), a mais recente até então. + Crítica: Assassinato no Expresso Oriente (livro) | História confusa, mas competente Eis que, em 2017, o multifacetado Kenneth Brana

A Estrela de Belém (2017) | Animação segue proposta confortável

Ao observarmos de relance algum conteúdo da animação A Estrela de Belém (2017), a percepção que temos é de que foi produzida por algum estúdio menor em tentativa de conquistar lugar ao Sol no mercado cinematográfico. Trazendo como temática o nascimento de Jesus — histórica clássica para o período natalino —, o filme não esconde suas raízes de produção cristã, semelhante àquelas de baixo orçamento, e se apresenta tecnicamente com um visual flat , genérico e não tão primoroso. O susto vem ao descobrirmos que trata-se de um filme da Sony Pictures Animation, um estúdio consolidado, em parceria com outras produtoras gigantes, como a The Jim Henson Company (mãe dos Muppets), a Walden Media e a Columbia Pictures. Sabemos, no entanto, que ultimamente a Sony não tem sido sinônimo de qualidade: apesar de ter os divertidos Hotel Transilvânia (2012) e Tá Chovendo Hambúrguer (2009) no currículo, os lançamentos deste ano da produtora, Emoji: O Filme e Os Smurfs e a Vila Perdida , beiram ao

Boneco de Neve (2017) | Apenas mais um filme de suspense policial

Um ótimo elenco, uma história baseada em um livro de sucesso do gênero de suspense policial, Martin Scorsese como produtor executivo e um diretor com experiência são excelentes indicativos para um bom filme, certo? Errado! Boneco de Neve prova que nem mesmo sob essas condições é possível salvar uma adaptação de ser genérica, sem graça e esquecível.  A direção de Tomas Alfredson permanece na zona de conforto e não entrega nada de novo. Ser original é o básico, sobretudo em um gênero cinematográfico com frequentes produções, como suspense policial. A maioria parte da mesma premissa: busca pelo autor de um crime brutal. E o desafio está em entregar algo diferente do que é visto todos os anos nas telonas.  Para isso, a escalação de um elenco talentoso e notável pode contribuir para a qualidade de um filme. Colocar Michael Fassbender como protagonista, de fato, já chama atenção (inclusive, mais um filme que mostra como 2017 não foi um bom ano para o ator). Além de nomes como

"Morte no Nilo" é confirmado como continuação de "Assassinato no Expresso Oriente"

Dias antes da estreia do filme " Assassinato no Expresso Oriente ", baseado no livro da  Agatha Christie , a revista americana Variety anuncia que outro livro da Rainha do Crime também vai parar nas telonas. O roteiro também fica por conta de Michael Green e a expectativa é que o diretor e ator  Kenneth Branagh  retorne para o novo longa. + Assassinato no Expresso Oriente (1933) | História confusa, mas competente "Morte no Nilo" foi publicado em 1937 e traz mais uma das histórias de mistério de Hercule Poirot. Desta vez, o detetive se encontra de férias no Egito, mas o crime não. Assassinato no Expresso Oriente relata um dos mistérios mais famosos de Agatha Christe. Após um assassinato no meio da noite de uma viagem de trem, o culpado só pode ser um dos passageiros e cabe ao detetive Hercule Poirot, presente por acaso, descobrir, em meio à passageiros tão misteriosos quanto o próprio assassinato em si, quem teria as motivações para cometer tal crime. O filme tem

Pai em Dose Dupla 2 (2017) | Comédia natalina é constrangedora

Dentro do gênero de comédia no cinema, é impressionante a capacidade de produções do tipo destinadas à praça familiar (mesmo que nem sempre sejam adequadas para tal) de se estabelecer com uma vertente da indústria, ainda que muitos destes longa-metragens nem devessem sair do papel. É o caso de “Pai em Dose Dupla”, empreitada estrelada por Will Ferrell e Mark Wahlberg em 2015 que, tomando para si outro gênero bastante lucrativo, o de "holiday movies" — filmes ambientados entre o Dia de Ação de Graças norte-americano e o Ano Novo — conquistou uma constrangedora sequência dois anos depois. Crítica: Pai em Dose Dupla 2 (2017) Comédia natalina é constrangedora A receita parece fácil: basta acrescentar comediantes rentáveis em situações familiares absurdas, com cenários que possam ser explorados (há quase sempre uma viagem para algum lugar interessante) e algumas piadas de mau gosto envolvendo linguagem imprópria (ainda que crianças também sejam parte do alvo da produç

Podcast Primeira Sessão #15: Liga da Justiça

Os heróis estão unidos e o Primeira Sessão, podcast do Quarto Ato, chegou para falar sobre Liga da Justiça ! Aproveita que aqui todo mundo paga meia-entrada e vem saber quais foram os deslizes e acertos do longa dirigido por Zack Snyder e Joss Whedon .  Podcast Primeira Sessão #15: Liga da Justiça Participam dessa sessão: Lucas Jansen , Gabriel Amora , Hillay Maciel , Vitória Salviano e uma piada inesperada do Batman. Não deixe de assinar nosso feed no iTunes ou no seu agregador de podcast favorito para acompanhar os próximos episódios. A sua avaliação nos aplicativos também é muito importante para nós.  Edição: Jordi Cruz Ferreira

Liga da Justiça (2017) | O que a DC precisava

Os super-heróis da DC Comics sempre foram bem reconhecidos por grande parte das pessoas que têm um contato, ainda que pequeno, com TV, cinema ou quadrinhos. Nas telonas, sempre fomos habituados a ver filmes solo desses heróis e heroínas, na esperança de que eles se juntassem e criassem uma união que beira o épico. Esse dia chegou com Liga da Justiça . O histórico dessa nova leva de filmes do universo cinematográfico da DC é um tanto instável. O que antes estava fadado ao fracasso, se renovou com o ótimo Mulher-Maravilha (2017), que foi um fator crucial para se repensar as decisões que seriam tomadas para o Liga da Justiça . Na direção de Zack Snyder , veterano na casa, já era esperado a carga dramática pesada, o clima sombrio e a seriedade. Reviravoltas depois, Joss Whedon (veterano da casa rival), assumiu a direção e trouxe o tom que faltava no DCU.  + Crítica: Mulher-Maravilha (2017) | A Redenção da DC Liga da Justiça já se distancia por não se levar tão a sério quan

Assassinato no Expresso Oriente (1933) | História confusa, mas competente

Entre as histórias da rainha do crime, não há obra mais conhecida ou celebrada de Agatha Christie que o "Assassinato no Expresso Oriente" (1933) - com exceção, talvez, para “O caso dos 10 negrinhos” (1939). O livro em pauta traz trama que, apesar de competente e inusitada, se torna confusa e conveniente pelo excesso de personagens, de características e de adjetivos. Entretanto, esta desordem não é suficiente para encobrir a complexidade e a genialidade de Christie em construir mais um caso de excelência para seu personagem já conhecido - e, diga-se de passagem, já amado por seus fãs. Ao pegar o Expresso Oriente, lotado demais para a época do ano, Hercule Poirot , com seu sotaque belga, bigode voluptuoso e um metro e sessenta e dois de altura, já sabia que algo naquele trem não estava em harmonia. Quando, seguindo uma tempestade de neve, um assassinato acontece, a teoria é de que o autor da tragédia permanece à bordo. Cabe então ao  personagem memorável e sempre cari

O Matador (2017) | O desafio de falar sobre o sertão

O primeiro filme brasileiro original da Netflix tenta emular as lutas e dificuldades da vida no sertão. A obra, em vista disto, procura mostrar um pouco dessa realidade para o mundo. A temática, clichê em alguns outros produtos da arte, como literatura e música, serviu de fonte para o diretor e roteirista, Marcelo Galvão , que se inspira em vários elementos para contar a história. A trama fala de Cabeleira ( Diogo Morgado ), um bebê abandonado no meio do sertão e resgatado pelo “Matador dos Matadores”, conhecido como Sete Orelhas ( Deto Montenegro ), que criou e ensinou tudo que sabia para a criança. Cabeleira cresceu isolado de outros contatos sociais. Depois do sumiço repentino de seu tutor, o jovem sai para a cidade à procura de respostas. Quando chega a uma vila, Cabeleira conhece Monsieur Blanchard ( Etienne Chicot ) , antigo patrão de seu pai de criação, que o contrata para assumir seu lugar como “Matador dos Matadores”. Crítica:  O Matador (2017) O desafio de falar

Victoria e Abdul (2017) | Acerto em abordar a intolerância

Judi Dench é uma das damas britânicas de maior influência no cinema euro-estadunidense. Dona uma extensa e premiada filmografia, que inclui um Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante em 1999 por “Shakespeare Apaixonado” , a atriz tem como uma de suas mais conhecidas interpretações a do longa-metragem “Mrs Brown” (1997), onde encarna a histórica Rainha Victoria. Consagrada então como uma favorita dos britânicos para interpretar figuras de poder - feito também atingido por Helen Mirren com “A Rainha” (2006) -, a atriz volta a interpretar a monarca em “Victoria & Abdul - O Confidente da Rainha” (2017), filme produzido pela BBC que reafirma sua frutífera parceria com o cineasta Stephen Frears , explorada anteriormente no comovente drama biográfico “Philomena” (2013). Este gênero, inclusive, parece ser um dos que Frears é melhor sucedido; além do filme de 2013, ele também está por trás do já aqui citado “A Rainha” e, mais recentemente, da comédia dramática “Florence - Quem é Essa Mu

Podcast Primeira Sessão #14: Stranger Things 2

O Primeira Sessão, podcast do Quarto Ato, abriu um portal para o Mundo Invertido e voltou para falar sobre tudo o que foi visto em Stranger Things 2 ! A série da Netflix, criada pelos irmãos Matt e Ross Duffer , retornou com uma segunda temporada cheia de novas referências, novas relações entre os personagens e um vilão ainda mais ameaçador. Os erros e acertos dessa nova abordagem você escuta nessa edição do podcast. E mesmo nos anos 80, todo mundo continua pagando meia-entrada, então vem!  Podcast Primeira Sessão #14: Stranger Things 2 Participam: Lucas Jansen , Hillary Maciel , Natália Coelho , Clara de Castro , Kevin Alencar e algumas doses de emoção e terror. Não deixe de assinar nosso feed no iTunes ou no seu agregador de podcast favorito. Ah, e sua avaliação nos aplicativos é muito importante para nós.