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Mostrando postagens de outubro, 2018

Editorial. O show de todo artista tem que continuar

O cinema brasileiro viveu momentos de terror em sua história, períodos de ameaça explícita ou modesta, afetando de todo modo sua imposição diante a ampla participação do produto estrangeiro. Na década de 30, um acordo feito entre o governo brasileiro e os EUA previa a importação sem taxas de filmes norte-americanos, e essa relação entre estratégias políticas e a cultura nacional viveu maior parte em conflito. A ameaça concreta mais recente veio com a eleição de Fernando Collor , em 1989, tão próximo da redemocratização do país. Com a promessa de causar uma reforma no Brasil, deu fim às principais ferramentas de incentivo governamental à cultura entregando ao setor um longo período de apagão. Nos anos seguintes, os mesmos “progressistas” que comemoraram a atitude seriam vítimas de um episódio de confisco das poupanças bancárias inédita em nossa história. Editorial. O show de todo artista tem que continuar A eleição de Jair Bolsonaro à presidência do país traz dúvidas em relação à e

Guerra Fria (2018) | O retrato, e a beleza, da guerra improvável

São muitos (às vezes até demasiados), os filmes que revivem a Segunda Guerra Mundial e seus acontecimentos em territórios já padrões. Japão, Inglaterra, Estados Unidos, Alemanha e Rússia estão sempre em destaque na narração desse acontecimento, o que cria uma rotina e uma visão quase unilateral de um grupo pré-definido. A quantidade é tão vasta que é possível criar uma classificação para o tema. Por essas e outras que a audácia - ouso dizer -, do diretor Pawel Pawlikowski (mais conhecido por seu filme Ida ) de construir enredo em torno da Guerra Fria na Polônia deve ser reconhecida, não só pela coragem em si, mas pelo êxito em seu resultado. Crítica: Guerra Fria (2018) O retrato, e a beleza, da guerra improvável A Polônia da década de 50, oficialmente República Popular de Polônia, foi marcada pela consolidação do Estado Socialista e pelas repercussões da Segunda Guerra. Desta forma, um grupo de produtores artistas decidem construir um grupo musical para reviver a tradição

"Titãs": até onde pretende ir a promessa do DC Universe

A  Warner havia anunciado esse ano a proposta para atacar a concorrência no mercado de streaming, e, para isso, usou a DC Universe , serviço que promete trazer várias produções exclusivas. Antes mesmo da plataforma ser lançada completamente, a companhia exibiu a série Titãs , a reinterpretação dos Novos Titãs , que todo mundo deve conhecer, numa tentativa de desbancar principalmente a concorrência, Marvel.  "Titãs": até onde pretende ir a promessa da DC Universe  Série é uma das novas produções destinadas ao serviço Titans tem como ponto central a chegada de um novo detetive em Detroit, chamado Dick Grayson, que está cansado de atuar contra o crime ao lado de um antigo parceiro em Gotham City. Ele era um jovem ginasta de circo que presenciou a morte de seus pais durante uma acrobacia e resolve encarar uma vida nova, em uma nova cidade. Embalado pela vida dupla como Robin, o vigilante é atraído por uma estranha garota, Rachel, que conhecemos bem como Ravena, que

Dicas culturais #1

Começar uma coluna cultural com dicas daquilo que consideramos mais relevante na cidade e no País exige uma tremenda responsabilidade. Sabendo disso, a equipe do Quarto Ato se responsabilizará semanalmente para entregar, de forma coletiva, as melhores programações e outras dicas consideradas impensáveis de se recusar. Aqui você encontrará filmes, shows, espetáculos e outras atividades que, dependendo do resultado do segundo turno, estão em risco de extinção. Mas a resistência é nossa. E o Quarto Ato, claramente, já entendeu isso. Vamos pra rua consumir o que é nosso por direito. Cinema Essa semana entra em cartaz o filme Halloween , dirigido por David Gordon Green . Na continuação, Michael Myers volta, quatro décadas depois, para confrontar, pela última vez, Laurie Strode, vivida por Jamie Lee Curtis . Além deste, a grande estreia é o filme Fúria em Alto Mar , que, tem como astro principal, Gerard Butler enfrentando terroristas, piratas e uma perseguição em a

Por que fotografar? Festival Verbo Ver abre inscrições para fotógrafos brasileiros

Nos últimos anos o “Encontros de Agosto” realizado até 2017, manteve em debate questões pertinentes à produção contemporânea da fotografia e proporcionou trocas e intercâmbios de autores cearenses e suas imagens para outras mostras no Brasil e no exterior. Por que fotografar? Festival Verbo Ver abre inscrições para fotógrafos brasileiros O evento acontece de 14 a 18 de novembro em Fortaleza, com exposição, leitura de portfólio, workshops, palestras, rodas de conversa, entre outras ações. Toda a programação é gratuita. Depois de sete anos, o evento foi renovado. Ganhou novo nome, “Verbo Ver Festival de Fotografia” e prioriza ações formativas, como leituras de portfólios, oficinas e palestras. Para a primeira edição desta nova fase, traz como temática: “Por que fotografar?” O Festival Verbo Ver acontece de 14 a 18 de novembro em Fortaleza, numa realização da Imagem Brasil, com apoio do Governo do Estado do Ceará através da Secretaria da Cultura - Lei de Incentivo Estadual

Sávio Fernandes: "Cadê as POCs? Cadê as sapatão? Cadê as trans?"

Destaque na 17ª edição do Noia -  Festival do Audiovisual Universitário, o estudante cineasta Sávio Fernandes saiu com três dos quatro prêmios de melhor filme oferecidos pelo Festival: pelo júri oficial, júri da TV e júri popular. O beneficiado de tamanha atenção foi Tommy Brilho , curta que Sávio produziu com apoio e realização da Universidade de Fortaleza (Unifor) em 2018. Tendo como principal característica o debate imediato sobre a visibilidade LGBT unido a um humor numa medida peculiar, Sávio vem acolhendo as diferentes repercussões proporcionadas pelo filme, enquanto espera ainda mais. Os efeitos visuais, então, para compôr a primeira (trans)parente da universidade, enchem os olhos por um processo de computação gráfica que além de compôr a mensagem alegórica da obra, ainda funciona com muito humor a diversos públicos. Sávio Fernandes:  "Cadê as POCs? Cadê as sapatão? Cadê as trans?" Diretor de "Tommy Brilho" conversa com o Quarto Ato sobre o cinema uni

Cinema e movimento: Midiadança apresenta curtas-metragens de dança em Fortaleza

No último dia 19, o imaginário da dança invadiu Fortaleza com a abertura da VI Bienal Internacional de Dança do Ceará - De Par Em Par , e o sentimento desse trecho artístico permanece durante a programação em outros formatos. Isso porque o Midiadança: Laboratório de Dança e Multimídia apresenta, no Auditório do Porto Iracema das Artes, duas mostras de curtas-metragens de dança: a Mostra REDIV , em parceria com a Rede Ibero-americana de Videodança; e a Mostra on tour – uma seleção especial preparada pelo dança em foco – Festival Internacional de Vídeo & Dança. Confira a programação: Cinema e movimento: Midiadança apresenta curtas-metragens de dança em Fortaleza Um experimento de ainda mais movimento Segunda, 22 de outubro de 2018 15h às 16h30 – Mostra dança em foco on tour 16h30 às 18h00 – Mostra REDIV Terça, 23 de outubro de 2018 15h00 às 16h30 – Mostra REDIV 16h30 às 18h00 – Mostra dança em foco on tour MOSTRA REDIV (80min) Composta por

Crítica: O Primeiro Homem (2018) | Novo filme de Damien Chazelle se resume como a experiência mais imersiva do ano

Antes de Neil Armstrong pisar na lua em 1969, Georges Méliès já dava um grande passo para a humanidade. Em 1902, com o lançamento do belíssimo filme Viagem à Lua , o diretor francês apresentava um dos gêneros mais populares da sétima arte e a sempre envolvente e intrigante relação entre o homem e o espaço. A ficção cientifica viria ganhar forças posteriormente com o clássico 2001: Uma Odisseia no Espaço , de 1968, com um Stanley Kubrick e Arthur C. Clark apresentando que não há desconhecido que o ser humano não possa explorar. Um ano depois da estreia do filme, Armstrong pisava na lua. É tudo cíclico. Sabendo disso, Damien Chazelle  apresenta em seu terceiro filme a aventura do astronauta, que, estranhamente, nunca teve uma biografia lançada nos cinemas. Em O Primeiro Homem , Chazelle, diretor dono de uma carreira invejável em Hollywood e de um Oscar de melhor direção por La La Land – Cantando Estações , se concentra na ideia do desconhecido, no mistério do que há de fora

"Tommy Brilho", da Unifor, é o grande vencedor do 17º Festival NOIA; confira os premiados

Integrante da Mostra Brasileira de Cinema Universitário, o curta-metragem cearense “Tommy Brilho”, de Sávio Fernandes (Unifor), foi eleito o melhor do ano pelo júri oficial, além de ter levado o Troféu Noia de melhor filme pelo júri popular e pelo júri da TV. Já o Prêmio da Crítica ficou com o documentário “Kris Bronze”, de Larry Machado (UEG). Destaque também para “Cravo, Lírio e Rosa”, de Maju de Paiva (UFF), reconhecido com os prêmios de direção, maquiagem e direção de arte. 17º Festival NOIA: "Tommy Brilho", da Unifor, é o grande vencedor; confira os premiados Artistas cearenses foram destaque na premiação do festival A Mostra Cearense de Cinema Universitário, que exibiu dez produções realizadas no Estado, passou pelo voto popular, que elegeu “Sessão Especial”, de Gabriela Queiroz (UFC), a melhor produção local desse ano. O júri oficial da mostra concedeu o prêmio de melhor filme para o documentário “Maria Maculada”, de Bruno Bressam e Leão Neto (Unifor), além

Halloween (2018) | Novo filme da franquia se mostra como o mais competente longa depois do original

Sejamos honestos. John Carpenter , diretor de Halloween , O Enigma de Outro Mundo , Fuga de Nova York , Eles Vivem e tantos outros, é um gênio da sétima arte. Sua capacidade para criar horror, medo e desespero entre os seus personagens (e público) serve de inspiração até hoje para muitos diretores que, mesmo distante do terror, compreendem que a tensão deve fazer parte de uma história. Um desses nomes é David Gordon Green , diretor da comédia Segurando as Pontas e do novo Halloween , que conta com o retorno da screem queen (ou rainha do grito) Jaime Lee Curtis . Na continuação, que se passa 40 anos após o original de 1978, o diretor opta por ignorar todas as sequências e assume que Michael Myers ficou preso durante todas essas décadas. Depois de conseguir escapar, o psicopata vai atrás daquela que conseguiu sobreviver ao massacre do primeiro filme. É uma continuação como Pânico 4 , que pode ser visto tranquilamente sem ter conferido todos os outros que intercalam o primeiro e

Companhia suiça abre a 6ª Bienal Internacional de Dança nessa sexta-feira, 19

Uma reflexão sobre a história da humanidade, assim como sobre os destinos individuais e coletivos, marca a trilogia "Distância", criação do bailarino e coreógrafo brasileiro Guilherme Botelho , à frente da Alias Company, que fundou em Genebra, na Suíça, em 1994. A trilogia se completa com "Antes", espetáculo que leva ao palco do Theatro José de Alencar nesta sexta-feira, 19 de outubro, abrindo a VI Bienal Internacional de Dança do Ceará / De Par Em Par. A apresentação será logo após a Cerimônia de Abertura, que terá início às 20h. O acesso é gratuito, mediante apresentação de convites que são distribuídos na sede da produção da Bienal, no Porto Dragão. 6ª Bienal Internacional de Dança: companhia suiça abre cerimônia nessa sexta-feira, 19 Esta edição da Bienal dos anos pares acontece até o dia 28 de outubro com programação gratuita em Fortaleza, Paracuru, Pacatuba, Itapipoca e Trairi Desde a sua criação, a Alias Company produziu mais de 25 espetáculos coro

Caixa Cultural Fortaleza recebe debate sobre curadoria de HQs

“A Curadoria de exposições de Histórias em Quadrinhos” é tema de debate que a CAIXA Cultural Fortaleza promove no dia 9 de outubro, às 19 horas. A atividade acontece por ocasião do lançamento do catálogo da mostra “O Ordinário Rafael Sica”, que reúne trabalhos de um dos principais nomes da nova geração de história em quadrinhos do país, com visitação até o dia 4 de novembro. O debate contará com a participação de Pedro PJ Brandão, do podcast “HQ Sem Roteiro”, e Weaver Lima, curador da exposição. O acesso é gratuito. Caixa Cultural Fortaleza: debate sobre curadoria de HQs nessa terça-feira O debate acontece no dia 9 de outubro, com a participação de Pedro PJ Brandão, do podcast HQ Sem Roteiro, e Weaver Lima, curador da exposição O Ordinário Rafael Sica” Os debatedores vão discutir a entrada das Histórias em Quadrinhos em galerias e museus, que são espaços destinados mais comumente às artes visuais, e as particularidades da curadoria para essa linguagem de arte. Segundo Weave

Papillon (2018) | Suspense aposta nos astros para uma jornada brutal de sobrevivência

Henri Papillon Carrière ficou preso durante 11 anos no lugar batizado como Ilha do Diabo. Nesse período, não teve um dia em que ele não pensou em escapar, já que havia sido condenado injustamente, segundo o registro publicado em seu livro. Essa aventura rendeu uma versão cinematográfica em 1973 estrelada por Steve McQueen e Dustin Hoffman . Com Charlie Hunnam e Rami Malek nos papeis principais da vez, o diretor  Michael Noer e o roteirista Aaron Guzikowski recontam a história se baseando mais no roteiro escrito por Dalton Trumbo do que no próprio livro escrito por Henri. Isso se deve a grande polêmica conspiratória que surgiu com o passar das décadas, a qual Henri, protagonista de ambas as versões, foi acusado inúmeras vezes, logo após a sua morte, de ter criado uma ficção e ter se apropriado da jornada de um outro homem da prisão. Noer não toma partido desse caso e o torna mais palatável para o século 21. Ele não questiona o protagonista e recria a versão anterior com al

Venom (2018) | Depois de Esquadrão Suicida, mais um filme de antagonista ganhando o protagonismo chega aos cinemas

Em um ano que em tivemos a força da representatividade protagonizada por um herói negro e a união de um dos maiores grupos de todos os tempos, não resta dúvida que a responsabilidade de Venom de ser, no mínimo, divertido era injusta. No entanto, é inegável que o filme, dirigido por Ruben Fleischer , o mesmo de Zumbilândia , é o mais fiel de todos os longas adaptados de quadrinhos de 2018. Venom é descaradamente uma obra da nona arte dos anos 1990. E é exatamente por isso que é tão ruim. Concebido por Todd McFarlane para vender bonecos e capas variantes dos gibis do Homem-Aranha, o personagem deu as caras pela primeira vez em 1988, logo após a saga Guerras Secretas. O antagonista se tornou popular entre os fãs por causa do visual diferente e grotesco, que, convenhamos, é incrível. Mas isso não garante muito conteúdo, como observamos nos quadrinhos solo do personagem, que possuem diálogos terríveis, cenas de ação confusas e uma série de coadjuvantes descartáveis. É um personagem

Buscando... (2018) | Suspense eficaz mostra como ainda é possível criar tensão através da simplicidade

Buscando... não é um filme para todo mundo. É uma obra difícil de digerir, de aceitar e seguir rumo. Isso se deve a sua temática que conta a história através da tela de um computador, recurso conhecido como “screenlife”, que conta com imagens de webcam, redes sociais, programas de trocas de mensagens, telejornais etc. É uma técnica mais interessante que o “found footage” e mais energética, ainda que difícil de entrar na viagem durante o primeiro ato. Com esse recurso, o filme explora um pai desesperadamente preocupado e em busca por sua filha de 15 anos que sumiu misteriosamente. O seu tema e modelo de narrativa, oferecido sabiamente pelo diretor Aneesh Chaganty , que tem apenas 27 anos, representa uma união que permite que o espectador fique tenso a cada sequência da obra. É um trabalho primoroso de montagem, que flui como se fosse um clipe, sendo muito mais econômico e menos didático que o "found footage", encontrada em filmes como Atividade Paranormal , REC e A Vi