Pular para o conteúdo principal

Capitão América: Guerra Civil (2016) | Épico de heróis



Captain America: Civil War (EUA)
Capitão América: Guerra Civil é, além de uma continuação de O Soldado Invernal com a participação dos Vingadores e com a introdução de novos personagens, um filme sobre deliberações. E, por sorte, a Marvel, assim como no segundo filme do Capitão, entendeu que debates políticos são bem-vindos e enriquecedores para o seu público. 

Isso é perceptível com o desenvolvimento que todos os personagens carregam. Seja com a ideologia de liberdade do Capitão ou do vigilantismo do Homem de Ferro, os conflitos em textos são bem trabalhados e durante as sequências de batalhas corporais, o público tem a missão de entender os lados de cada time. E, é claro, há o vilão que possui suas motivações malignas, mas que são “aceitáveis” diante do mundo em que ele vive, o que resulta em um drama inesperado.

Além disso, a direção dos Irmãos Russo é coesa por revelar tal desenvolvimento político e por garantir atuações dramáticas e cômicas, em que fica claro ao notar que o elenco se diverte com os seus diálogos longos sobre o acordo de Sokovia ou com situações banais como o Homem-Formiga encontrando o Capitão América. E quando um herói escalador de paredes surge em tela, a narrativa exibe de forma elegante um poder de síntese ao explanar em pouco mais de cinco minutos a participação desse personagem. Exemplo claro de como se contar uma origem sem desrespeitar quem assiste a mesma história pela terceira vez.

Como complemento, a montagem habilidosa indica uma geografia encantadora do espaço de luta dos heróis, acompanhado da trilha pertinente que ecoa pelos conflitos dramáticos. Assim, o subgênero nunca esteve tão afiado como, por exemplo, na cena do aeroporto, em que tudo se completa de forma orgânica.

Por fim, Guerra Civil é uma grata surpresa que têm discussões distintas e ideológicas. E só em tratar de temas sérios, com um tom maleável e com personagens coloridos que fazem piadas com o
 Império Contra-Ataca
, o ingresso do filme já vale.

Avaliação:

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O Sacrifício do Cervo Sagrado (2017): com divina retribuição, Ele virá para salvá-los

Com uma atmosfera que remete a Iluminado , com seus travelings com O Único Plano de Fuga de Stanley Kubrick , planos captados com uma lente que lembra uma visão extracorpórea da rotina do bem-sucedido cardiologista Steve ( Colin Farrel ), O Sacrifício do Cervo Sagrado tenta atrair sua atenção neste mês de fevereiro.  O Sacrifício do Cervo Sagrado (2017)  Com divina retribuição, Ele virá para salvá-los A história acompanha o personagem de Farrel, que mantêm contato frequente com Martin ( Barry Keoghan ), que perdeu o pai na mesa de operação na qual Steve trabalhava. Quando Martin começa a não obter a atenção desejada pelo cirurgião, coisas estranhas começam a acontecer a seus filhos. Ao acompanhar a família do médico e suas relações intrínsecas, sentimos que cada plano carrega uma estranheza suspensa e crescente pelo uso do zoom; ele te intima a mergulhar em cada diálogo na mesa de jantar, em cada andança sem pretensões pela ala de um hospital ansiando por achar o erro na imag

Homem de Ferro (2008) | O grande primeiro passo da Marvel Studios

Robert Downey Jr. sempre foi um ator talentoso, diferentemente do que muitos apontam. Apesar de seus encontros com a polícia em função das drogas, o astro sobreviveu a um intenso mergulho na dependência química e conseguiu dar a volta por cima naquele que, o próprio diretor Jon Favreau julga como um filme independente do gênero de super-herói. Sem contar com o modelo físico e com o caráter que o justificaria ao posto de protagonista, Tony Stark foi um acerto nos cinemas tão corajoso e sagaz quanto os quadrinhos do herói, criados lá em 1963 por Jack Kirby e Stan Lee . Na trama, o diretor Favreau narra o surgimento do universo Marvel a partir de um violento incidente na vida do bilionário Tony Stark, que, durante uma viagem ao Afeganistão (substituindo o Vietnã dos quadrinhos) para apresentar um novo armamento aos militares, é sequestrado por terroristas locais. Forçado a construir sua nova invenção sob pena de ser morto, Stark cria uma poderosa armadura para se libertar da cav

Paratodos (2016) | documentário necessário e inspirador

Paratodos (Brasil) À primeira vista, o documentário "Paratodos" (2016), dirigido por Marcelo Mesquita , pode parecer um daqueles especiais televisivos onde indivíduos com deficiências físicas contam suas histórias de superação. No entanto, ainda em seus primeiros minutos, percebemos a grande ambição do filme que, dividido em atos, um para cada modalidade esportiva, apresenta bem mais do que atletas paralímpicos vencendo dificuldades.  Rodado desde 2013, o documentário que, além do Brasil, traz cenas gravadas em outros países, esforça-se para sair do comum e apresenta seus personagens de forma a valorizar não só suas conquistas, mas revelar os estressantes bastidores de treinos e a rotina dos competidores paralímpicos, que muitas vezes é ainda mais complicada do que a de atletas regulares. A proposta é bastante importante para elevar a visibilidade destes atletas em nosso País, principalmente às vésperas de Olimpíadas, visto que seus feitos costumam ser bastante