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Oscar 2018: Cinco filmes vencedores do Oscar de "Melhor Filme" baseados em livros (e você provavelmente não sabia)

A maior premiação de produções cinematográficas já glorificou diversos filmes com o grande prêmio da noite, o de Melhor Filme: musicais, histórias reais, dramas, aventuras e fantasias. No meio de toda essa diversidade - que finalmente tem crescido da forma que merece no último ano -, o mundo da literatura não pode e nem fica para trás. Não é recente ou raro encontrar filmes baseados em livros que concorrem ao Oscar em diversas categorias. Quando fala-se de "melhor filme", um dos maiores títulos da premiação, é normal encontrar filmes baseados em livros homônimos. Um caso recente foi a edição do Oscar de 2016, onde sete dos oito filmes indicados à melhor filme eram baseados em obras literárias. Já no de 2018, Me Chame Pelo Seu Nome marca sua presença entre os concorrentes.

Oscar: Cinco filmes vencedores de "Melhor Filme" baseados em livros (e você provavelmente não sabia)

Em 2016, sete dos oito filmes indicados a Melhor Filme eram adaptação literária. Esse ano, "Me Chame Pelo Seu Nome" é o único. Confira outros exemplos da premiação.


A partir daí, e com a premiação de 2018 a alguns dias de distância, o Quarto Ato separou 5 filmes que são adaptações de livros não tão conhecidos quanto suas adaptações:

1." Spotlight" (2015)



O caso mais recente integra o Oscar de 2016 e conta com a direção de Thomas McCarthy. O longa, que levou também o Oscar de Melhor Roteiro Original, é baseado no livro-reportagem de autoria da equipe de jornalismo investigativo do The Boston Globe (jornal americano) que rendeu o prêmio Pulitzer, premiação de maior reconhecimento na área do jornalismo.

A obra foi construída a partir de diversas matérias publicadas pelo jornal em 2002 sobre o acobertamento da igreja católica de uma sucessão de abusos sexuais acometidos por líderes religiosos em crianças. As reportagens, que obtiveram destaque internacional, obrigaram a igreja a falar sobre o assunto e abriu caminho para que outros crimes do gênero fossem denunciados, não só no estado de Boston, mas em todo o mundo.
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2. "Quem quer ser um milionário?" (2008)


O longa de Danny Boyle foi o grande campeão do Oscar de 2009, tendo ganho oito das dez estatuetas das que foi indicado, inclusive Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Roteiro Adaptado, além de ter lançado de vez o ator Dev Patel no mundo do cinema. A história gira em torno de um indiano de 18 anos que acerta todas as respostas do programa "Quem quer ser um milionário" e é acusado de trapaça, principalmente pelo preconceito. Para provar sua inocência, o garoto conta a trágica história de sua vida, que se relaciona gradativamente com as perguntas do programa.

Mas além disso, o filme é uma adaptação cinematográfica do livro "Q & A", obra do diplomata indiano Vikas Swarup. Inspirado pelas histórias reais que lia nos jornais sobre crianças indianas que estavam aos poucos rompendo barreiras - além da acusação real de trapaça em versão britânica do "Quem quer ser um milionário?"-, a obra foi lançada em 2005 e foi vencedora do "Boeke Prize", prêmio sul africano que premia obras escritas na língua inglesa.
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3. "Onde os fracos não têm vez" (2007)


Um dos clássicos dos irmãos Coen teve direito à quatro Oscars, inclusive na categoria de Melhor Roteiro Adaptado. A história nua e crua do faroeste é baseada em livro do renomado escritor Cormac MCarthy, sob o nome "Onde os velhos não têm vez", escrito em 2005. A fim de retratar um "faroeste sem compaixão", a obra mistura diversos gêneros, como drama e ação, e narra as histórias cruzadas de três personagens, que acabam por se relacionar por ironia do destino.

Com trama envolta do dinheiro, a obra revisita o Texas nos anos 80, na fronteira do México, em que a própria violência é a personagem principal.
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4. "Uma mente brilhante" (2001)


Baseado no romance biográfico do matemático John Nash Jr., escrito por Sylvia Nasar, "Uma mente brilhante" é filme de Ron Howard de 2001, que levou quatro estatuetas para casa, entre Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Roteiro Adaptado. A história narra a história real de Nash, matemático brilhante ganhador do Premio Nobel de 1994 que, aos 31 anos, se vê vítima de esquizofrenia. A partir de então, Nash se vê inserido em um cenário em que precisa guerrear contra a própria cabeça para continuar enxergando a objetividade de sua própria cabeça.

Ao contrário do filme, o livro vai além e traz uma história menos comercial e mais fiel à realidade, explorando as polêmicas que cercaram o matemático até o recebimento de seu prêmio, e como o Nobel "reviveu" Nash, tanto na mídia quanto no cenário matemático.
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5. "Forrest Gump" (1994)


Desde o começo, Forrest Gump mostrou que estava preparado para a Academia. Com 13 indicações ao Oscar, e nada menos que seis vitórias - incluindo Melhor Diretor, Melhor Ator e Melhor Roteiro Adaptado -, o clássico cinematográfico de Robert Zemeckis foi baseado na obra Winston Groom, considerada como um marco da cultura pop do século XX.

A história do doce e ingênuo Forrest, que por sorte e destino, acaba participando diversos marcos da história dos Estados Unidos e passando por situações únicas, é baseada na visão de um Forrest não tão "bobo" e nem tão "inocente", que, em meio à suas sagas - maiores em quantidade -, fazia diversas críticas à cultura dos Estados Unidos, à guerra do Vietnã e aos presidentes da época. Pouco mais agressivo que o do filme, o personagem criado por Groom não era tanto o "bom moço" que foi apresentado, mas tão adorável quanto.

Bônus

"O Poderoso Chefão" (1972) e "Poderoso Chefão II" (1974)


O clássico dos clássicos, considerado um dos melhores trabalhos de produção cinematográfica da história, também é baseado em obra literária. O romance de Mario Puzo foi um dos primeiros a introduzir a famigerada máfia em Nova York aos meios de comunicação - considerado também um dos mais fieis até hoje - e traz os personagens eternizados pela produção de Coppola. Donos de um currículo invejável, os dois primeiros filmes renderam ambos Oscar de Melhor Filme e Melhor Roteiro Adaptado, além do Oscar de melhor Diretor para Coppola no segundo filme.

Assim como no longa, a família Corleone é uma das famílias mais poderosas da cidade. O Padrinho, o justo Vito Corleone, italiano imigrante, oferece serviços e dinheiro aos seus "afilhados" em troca de sua amizade. Mas quando as outras famílias decidem não aceitar mais o "reinado" da família por seus próprios interesses, o equilíbrio que antes reinava entra em colapso, e os Corleones precisarão mudar de tática para continuar vivos.

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