Stefan Ruzowitzky
foi reconhecido quando levou seu Oscar pra casa, com o estrangeiro “Os Falsários”. Seu primeiro bom
projeto hollywoodiano pretendia ser este, “A Fuga”. No entanto, o longa não
passa de um amontoados de clichês e momentos rasos. Sem nenhuma pretensão de
ser ótimo, existem falhas e absurdas quebras de ritmos.
O clímax
do filme deixa muito a desejar por criar um ambiente em contrassenso. É uma verdadeira
mistura absurda dos clímaces de “Killer
Joe” e de “Django Livre”. Por
mais que não tenha sido intencional, diferente dos títulos citados, o filme não
trabalha bem com sua ideia – o vilão é simplesmente surtado, e essa se torna a
sua característica principal, utilizada de maneira clichê; diferente de Killer
Joe e Calvin Candie.
O enredo se
passa perto de uma fronteira do Canadá. O cenário, portanto, é sempre muito
semelhante – os quilômetros recheados de neve, ruas imersas na mesma e
tempestades. A fotografia, nesse sentido, traduz elementos muito simples e não
foge do comum; por mais que fosse uma tarefa complicada sair desse patamar. A
ação de Stefan pode parecer confusa,
mas, ainda assim, cumpre seu dever diante de diferentes situações. No entanto,
a dor parece ser algo que não existe para Stefan. Os personagens agem
tranquilamente depois de um dedo decepado, uma mão partida ao meio ou um perfurante
tiro na perna. Ainda existem certas demonstrações, mas é tudo muito
superficial. O realismo ficou de fora, não só nesse quesito, como também nos
momentos vertiginosos e nas decisões dos próprios personagens. O roteiro de Zach Dean não convence. Por mais que
ele tenha criado uma trama adversa, a qualidade cai nas péssimas falas e
situações absurdas. Ainda existe, no roteiro, uma tentativa de conexão entre as
personagens, mas, de longe, não foi uma ideia bem sucedida.
Mesmo em
meio a jogos de sedução gratuitos, clichês dissimulados, personagens mal
desenvolvidos e uma história que se resvala em um clímax absurdo, o filme ainda
consegue entreter superficialmente com seu suspense em torno do destino da
própria história – por mais que várias coisas possamos prever. “A Fuga” não deixa de ser uma regular diversão;
um filme para se assistir uma única vez. Talvez se assista outra vez, um ano
depois, já que este não é nada memorável e seja fácil se esquecer até de tê-lo
assistido um dia.
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