Domingo passado, 22, aconteceu a mais
importante noite do Cinema, na qual foram premiados com uma estatueta do Oscar
os filmes que se destacaram aos olhos dos votantes da Academia de Artes e
Ciências Cinematográficas. O vencedor da principal categoria, a de Melhor
Filme, foi o longa Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância), levando,
além desta, outras três. Seu diretor de fotografia, Emmanuel Lubezki, faturou o
prêmio pela sua distinta maneira de contar, visualmente, a história de Riggan
Thomson (Michael Keaton), ator atormentado pelo único papel de sucesso de seu
currículo, o super-herói Birdman, enquanto busca reconhecimento pelo seu novo
sério projeto na Broadway.
A câmera andante de Lubezki acompanha
os movimentos dos personagens envolvidos no aclamado roteiro de Alejandro
González Iñárritu e, por conta de outro diferencial, a ausência de cortes, o
filme aparenta ter uma só tomada. Isto confere-nos a ideia de que fazemos parte
do enredo; de que não apenas assistimos a uma sucessão de fatos, mas
vivenciamo-los e sentimos toda a emoção trazida por eles. Tamanho realismo
também fora usado por ele no longa de Alfonso Cuarón, Children of Men, em uma
emocionante cena de perseguição dentro de um carro. Ganhou o BAFTA por este
filme e uma indicação ao Oscar. Colaborou com o diretor, que é um grande amigo
desde a época que estudaram na mesma universidade, em vários outros filmes,
como, por exemplo, o espetacular Gravidade, cujas imagens renderam-lhe uma
estatueta na cerimônia do ano passado.
A inquietude dos falsos olhos do
espectador contrasta-se com a também conceituada fotografia do filme polonês
Ida. A câmera do longa ganhador de Melhor Filme Estrangeiro é estática,
enquanto a de Birdman é rápida, cheia de movimento. Já a predominância de cores
mais escuras, ao contrário das saturadas escolhidas por Wes Anderson para O
Grande Hotel Budapeste, dão sobriedade ao longa de Iñárritu.
Além destes, também disputavam a
categoria de Melhor Fotografia o segundo filme dirigido por Angelina Jolie,
Invencível, e Mr. Turner. Ambos são repletos de belas imagens; Dick Pope recria
com perfeição a luminosidade e as condições atmosféricas das obras do
excêntrico pintor britânico, merecendo reconhecimento. Porém, apesar da visível
qualidade dos outros concorrentes, Lubezki levou o prêmio para casa; não pela
estética dos enquadramentos e paisagens, mas pela originalidade de seu
trabalho.
As técnicas usadas na
narrativa de Birdman são singulares e bem executadas, aglomerando-se aos
diversos outros motivos que levaram o filme de Alejandro G. Iñárritu a ser um
sucesso entre os participantes da renomada Academia.
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