Assim como seu primeiro livro, Pedro Gabriel, um dos poetas populares mais conhecidos no Brasil do último ano, traz seus velhos guardanapos cheios de poesia e literatura com poemas e frases inteligentes e românticas, de certa forma.
Lidar com a rejeição ou com um relacionamento em crise, mesmo que com suas exceções, parece ser rotina na vida de Antônio, o "alter ego" do autor, pois a sua vida parece estar dividida entre corações partidos e melancolia por ter que dar adeus ao sua mais recente paixão que parece não ter correspondido ao seu amor profundo e poético, levando-o muitas vezes à decepção e, principalmente, à bares para afogar suas mágoas na bebida e na poesia. Além disso, a esperança e o sonho, além da queda da realidade, são temas abordados diversas vezes pelo autor, trazendo à tona seu lado sonhador.
Diferentemente do primeiro, que só possui páginas de guardanapos, dessa vez podemos ver os pequenos desabafos do autor em linhas retas e concretas, ao contrário de suas usuais abstrações. Os textos literalmente rascunhados, onde nem todos possuíam a necessidade de aparecer, expressam os pensamentos do autor repletos de analogias, algumas bonitas e peculiares enquanto outras... alheias. Mas o extraordinário foram os desenhos tão solitários que contam estórias e a fidelidade do autor em sua literatura diferenciada e exótica, no melhor sentido da palavra.
Pedro Antônio Gabriel Anhorn começou a desenhar em 2012 nos guardanapos e os postou em uma página no Facebook onde fez sucesso, com mais de oitocentas e cinquenta mil curtidas. Lançou o primeiro livro em 2013 e o segundo já no final de 2014. Africano, ele diz que no decorrer do aprendizado da língua portuguesa, brincou com as palavras a ponto de formar poesias. Nesse livro, com suas próprias palavras, nasce o seu silêncio e os sonhos dormem na cama ao lado, mas, se tivermos sorte, esse será somente um dos primeiros dos vários livros que esperamos do autor, já que, novamente em suas palavras, "essa história não tem fim".
O que eu faço para afogar as mágoas:
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