Pular para o conteúdo principal

O Exterminador do Futuro: Gênesis (2015) | Universo estabelecido em 1984 retorna com o ritmo de 2015

Resultado de imagem

Resultado de imagemA saga "O Exterminador do Futuro" encontrava-se em uma sucessiva série de problemas. Tanto no cinema como na televisão, a decadência dos roteiros jogava toda mitologia, levada aos cinemas por James Cameron em 1984, em um limbo de “tanto faz”. Talvez o recado do primeiro filme e frisado em outros não tenha sido claro quando o T-800 diz “Eu vou voltar”. Felizmente, em Exterminador do Futuro: Gênesis, o personagem, a franquia, a mitologia e tudo que fez o sci-fi dos anos 80 ser o que é hoje, retorna. 

Apesar de não ter sido nas mãos de Cameron, o filme homenageia constantemente os seus primeiros filmes. Os dois primeiros atos revisitam ao replicar os thriller’s dos anos 1980 e 1990, acompanhado da energia de 2015. A trama, apesar de remeter o passado grande parte, traz elementos que são importantes para o ano e que divertem o público de hoje. Isso significa que há piadas fora de hora, mais ação que diálogos, uma crítica pequena e uma trama de ficção cientifica disfarçada de um filme de ação.

O diretor, Alan Taylor, revela um roteiro ágil sem soar cansativo ou gratuito. A trama (obrigatória para quem viu os dois primeiros) gira em torno de uma rede de  transformações. As referências permanecem lá, mas é outro ritmo. Cito, como exemplo, a Sarah Connor de Emilia Clarke que é fisicamente parecida com Linda Hamilton, e diferente em personalidades. A presença da mulher forte continua, mas a assassina desvanece, e isso acontece por consequência do roteiro que cria situações contra as dos primeiros filmes, mas que são satisfatórias ainda assim.

Taylor exibe, além de suas mudanças e homenagens, uma claustrofobia em gravar ação. Há diversos cortes rápidos em algumas cenas que mal podemos acompanhar com a geografia apertada, como a perseguição dos helicópteros, mas com umas que empolgam, como a sequência da Golden Gate. Por outro lado, o texto é afiado e divertido. Com piadas e diálogos sobre temas atuais da ficção cientifica, o roteiro se torna aceitável, além de fazer algo que é obrigatório em qualquer filme: desenvolver personagens.

A ação grandiloquente é o presente da geração atual. Não pode esperar menos que diversas cenas de ação (uma que piore geograficamente a anterior), uma música no alto e personagens insignificantes na obra. Há um desperdício de atuação quando J.K Simmons surge no longa, e é prejudicial principalmente na conclusão. Até lá, o filme possui uma série de bons momentos nos primeiros atos. A surpresa é quando se desenvolvem tais períodos.

Em um momento, Schwarzenegger encontra com o Schwarzenegger de 1984 e diz “Eu esperava por você”. Talvez uma resposta ao seu primeiro “Eu vou voltar” que foi parodiado de tantas maneiras ruins. O problema era: como adaptar isso para uma geração atual que se contenta com qualquer blockbuster? A resposta são as cenas de efeitos visuais que o filme carrega, a comédia juvenil, o drama adulto, e com uma boa homenagem cumprida. Se for feito da boa forma, o público de 2015 ganha como o de 1984 ganhou.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Morte do Demônio (2013) | Reimaginação do "Conto Demoníaco"

The Evil Dead (EUA) Em 1981, Sam Raimi conseguiu realizar algo extraordinário. Com um orçamento baixíssimo (em volta de 1,5 mil), o diretor reinventou os filmes idealizados dentro de uma cabana com jovens e demônios. Além disso, ainda conseguiu fãs por todo o planeta que apreciavam a maneira simples e assustadora que o longa fora realizado. Em 2009, Raimi entrou em contato com Fede Alvarez por seu recente curta-metragem viral que rolava pela internet. A conversa acabou resultando na id eia de uma reinvenção do “conto” original de 1981. Liberdade foi dada à Alvarez para que tomasse conta da história. Percebe-se, a início, a garra deste para uma boa adaptação, no entanto, ainda peca por alguns problemas graves percebíveis tanto para quem é ou não é fã do original. Ao que tudo indicava, seria um Reboot. Mas se trata, na realidade, de uma (aparentemente) continuação audaciosa. A audácia já começa no pôster de divulgação: “O Filme Mais Aterrorizante que Você Verá Nesta Vida”...

Anúncio Oficial [Duas Faces do Cinema: Quarto Ato]

Desde que nós dois, Arthur Gadelha e Gabriel Amora, sentamos para decidir o nome do blog de cinema que escreveríamos a partir dali, e entramos no acordo que “Duas Faces do Cinema” intitularia o projeto, já sabíamos, mesmo sem dizer um para o outro, que ele não perduraria para sempre; não como principal. No entanto, assim que lançado, ainda com um fundo preto e branco, separando o casal principal do grande vencedor do Oscar, “O Artista”, a marca “Duas Faces do Cinema” ganhava espaço entre amigos e familiares.

Amor, Plástico e Barulho | SENSUALIDADE, CHORO E PAETÊS [por Gustavo Nery]

Brega: gênero musical popular brasileiro com raízes e destaque na região nordeste, caracterizado por suas músicas que misturam romance e sedução, e por suas cantoras excêntricas e de visual espalhafatoso. É nos bastidores dessa atmosfera que se desenvolve o drama “Amor, Plástico e Barulho” (2013), da diretora pernambucana Renata Pinheiro, e premiado em festivais como o de Brasília (2013) e Aruanda (2013). O longa-metragem foi exibido em Fortaleza pela primeira vez nessa sexta (13), como parte da II Mostra Cultura de Cinema Brasileiro. A trama do filme se desenrola em torno de Jaqueline (Maeve Jinkings), vocalista da banda Amor com Veneno , cuja carreira encontra-se em um patamar de incerteza, resultando em crises de alcoolismo e sintomas depressivos. Em contraponto, a jovem dançarina Shelly (Nash Laila), também integrante da banda, está determinada a atingir o sucesso e realizar o sonho de tornar-se cantora de Brega, independente das dificuldades que surgem em seu caminho. A...