Na vida, todo mundo vive pelo menos um milagre. E o de Quentin Jacobsen, protagonista do quarto romance de John Green, publicado originalmente em 2008, foi morar ao lado de Margo Roth Spielgeman. E é em torno da paixão completamente platônica e resistente que Q. manteve por Margo, desde quando eram crianças, que a estória começa. Amigos, eles passaram juntos por algo que transformou, mesmo que de formas diferentes, a vida dos dois: encontraram, perto de casa, um homem morto, que tinha cometido suicídio.
O prólogo completamente irrelevante não se estende por muito tempo, pois logo depois de uma rápida introdução dos personagens, tão parecidos que não os diferenciamos nem ao chegarmos na metade do livro, Margo invade o quarto do Quentin tal como uma ninja, pintada de preto e com um pedido: que ele seja seu piloto de fuga para as onze "missões" que tem que fazer naquela noite antes do amanhecer. Q. mesmo depois de uma certa relutância, aceita, e ambos vão para o que parece ser apenas uma vingança de Margo, mas que se transforma em algo mais emocionante do que Q. pensava. A cena é o ponto alto do livro, e infelizmente o único.
Após a incrível noite pela qual não podemos realmente visualizar, já que os acontecimentos estão embaralhados e, por mais que odeie admitir, mal escritos por John Green, nos preparamos para o resto do livro, que se torna completamente longo e detalhado. Margo some sem avisar a ninguém, e não há ideia de onde ela esteja. A garota estava "por um fio" que parecia querer arrebentar, assim como o suicida anos atrás. Mesmo assim, vamos lendo com curiosidade, devido ao mistério construído desde o primeiro momento, em que Quentin descobre a primeira peça das pistas deixadas pela garota, que somente ele pode desvendar. E ao seguir esse rastro, Q. percebe que Margo é uma pessoa completamente diferente do que ele imaginava.
Apesar de amar o famoso "João Verde", tenho que dizer que Cidades de papel me decepcionou, já que comparado à suas outras obras, como A culpa é das estrelas, e o meu preferido, Teorema Katherine, não há algo realmente inovador nos personagens, que se tornam fracos ao longo do enredo. Já para a estória, mesmo a ideia sendo criativa, não conseguiu chegar ao que esperei durante toda a leitura, já que sua construção possui diversas falhas e detalhes quase impossíveis de se visualizar. Mas, apesar de tudo isso, John Green não decepciona com seu final, que chega a emocionar o leito e trazer um (quase) "gostinho de quero mais", algo que nunca deve acontecer, pois às vezes são esses finais que tornam o livro tão especial. Afinal, não é um romance de origami que vai mudar isso.
Q. quando Margo sumiu:
"Cidades de Papel" virou filme, chegando aos cinemas em Julho de 2015! Cheque o trailer:
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