O Homem-Formiga, acompanhado do trocadilho, é o menor filme da Marvel Studios. Não há alienígenas, robôs ou a Hidra tentando destruir o mundo. A questão é contar uma hodierna história de origem de um novo personagem inexplorado do grande público, e usar, através disso, um subgênero de ação. O foco é uma trama de assalto, com ritmo de Missão Impossível, algo que pôde condensar mais o filme em uma trama menos barulhenta ou exagerada. Créditos para o roteiro de Edgar Wright, que abandonou a direção semanas antes das filmagens por consequências de intrigas de planejamentos com a Marvel.
Com a direção de Peyton Reed, facilmente notamos que o próprio diretor e o filme não se levam a sério. O tema é despretensioso e brinca com o lúdico padronizado. A trama começa de forma pesada, mas só para estabelecer os personagens, depois de conhecer todos estes, a Marvel fica 100% Marvel, e tira sarro grande parte do filme. Um ritmo que transforma a obra em uma comédia de assalto disfarçada de filme de super-herói.
A ação do filme estabelece um ritmo eufórico em revelar, a todo instante, tamanhos e dimensões em que o personagem encontra-se. Não há previsibilidade durante os embates e o terceiro ato é completo das mais bizarras e criativas cenas de ação que são deveras agradáveis até mesmo para o 3D. Acompanhado da trilha sonora de Christophe Beck, que apesar de não ser marcante, consegue empolgar durante toda a atividade do treinamento, dos assaltos e das batalhas no final do filme.
Os personagens são bem trabalhados graças aos atores esforçados. Perceptível que todos estavam se divertindo ao atuarem, vide Paul Rudd, que encarnou o Scott Lang botando até para trás o fato de que Michael Douglas foi o primeiro a usar o título. E com piadas em bons momentos e drama, apesar de pouco, em outros, o resultado são as boas atuações carismáticas e esforçadas.
Os problemas são as demais referencias (América, Capitão) que exibem-se no filme. Diferentemente dos filmes dos X-Men da Fox, a Marvel traz como fan service, e não como algo que pudesse desenvolver os personagens ou a trama. Cenas longas e diálogos expositivos procuram revelar que todos se encontram no mesmo universo, ao ponto de propalar o que está por vir em um ou dois anos de filmes do estúdio. Isso gera uma narrativa perdida, gratuita e óbvia, ao invés de contar a trama do personagem título que tinha tudo pra ser o melhor filme de origem dos últimos anos, mas que por fim, se tornou uma forma da Marvel apresentar rapidamente o personagem para já inseri-lo nos filmes adiante, resultando em um trailer de 120 minutos.
Por conseguinte, o filme se torna um dos mais divertidos e engraçados. A comparação é injusta, mas não é um Homem de Ferro 3 ou um Thor 2: Mundo Sombrio em que ambos disputam para ser o mais galhofa. O Homem-Formiga é cômico porque ele precisa ser, e, se for pra se divertir durante o período do filme no cinema, esse vale muito como um dos melhores e mais empolgantes escapismos da Marvel. Apesar de esquecível ao termino.
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