O Pequeno Príncipe escrito por Antoine de Saint-Exupéry é uma história que encanta e comove milhões de pessoas pelo mundo desde sua primeira publicação em 1943. Le Petit Prince foi publicado em duas primeiras edições, uma em inglês e outra em francês pela editora nova-iorquina Reynal & Hitchcock. Pois no referido ano Saint-Exupéry estava exilado nos Estados Unidos e não pode manter contato com seu editor parisiense. Livro mais traduzido da história, só ficando atrás da Bíblia e do Alcorão. Trata-se da maior obra existencialista do século XX, segundo Martin Heidegger. Logo na sua dedicatória vislumbramos a sensível atenção as crianças e a um tal Monsieur Léon Werth. Onde ele pede perdão por dedicar este livro a uma pessoa grande, apesar de todos os motivos apresentados para essa homenagem serem válidos, mesmo assim ele corrige a dedicatória.
A Léon Werth
quando ele era a criança
Esta obra foi escrita para crianças, mas também para pessoas grandes, pois todo homem traz o menino que foi dentro de si. Com capítulos curtos, lembrando pequenos contos que fazem da leitura um prazer, como uma caminhada lenta e prazerosa sem grandes pretensões. Cada capítulo dessa história aparentemente ingênua, traz um sorriso, uma alegria, sonhos esquecidos na infância e como toda boa história te faz chorar. O livro é apresentado sobre a perspectiva de um piloto, narrador/personagem, que está perdido no deserto do Saara, pois alguma coisa quebrara no motor de sua aeronave. Obrigando-o a fazer um pouso forçado.
E o que achar de uma aparição de cabelos claros que pede insistentemente que se desenhe um carneiro? E assim nos é apresentado o pequeno príncipe. Em oito dias conhecemos um pouco mais sobre seu pequeno planeta o B 612, bem como todas as explorações até sua chegada a Terra. Personagens inesquecíveis nos são apresentados durante a narrativa de suas aventuras, tais como a sua querida rosa que ele abandonou em seu pequeno planeta. E ao chegar a Terra o pequeno príncipe descobre que sua rosa não era tão rara quanto pensava. Mas em pouco tempo ele se dá conta que o que a torna rara foi o cuidado e amor que a dedicou.
E a raposa com suas conversas despretensiosas que nos leva a uma profunda reflexão sobre o que é importante na vida. Cativada pelo principezinho, sofreu com sua partida, mas cada lágrima derramada valeu a pena, por causa da cor do trigo. Pois só se vê bem com coração, o essencial é invisível aos olhos. E na história também existem outros personagens memoráveis.
De leitura fácil e agradável, O Pequeno Príncipe nos envolve e faz refletir sobre o que é importante na vida. Os amigos que cativamos e os cuidados que devemos ter por eles. Porque tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Apesar de ter sido escrito em um contexto de guerra, não aborda de maneira explicita sobre ela e sim sobre os comportamentos desenvolvidos pelos adultos. Todavia, aparecem lembranças de questionamentos, acomodações que passam despercebidos no dia a dia. Leitura recomendada para duas fases da vida, quando somos crianças e quando somos pessoas grandes.
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