Pular para o conteúdo principal

Limitless (S01E01) | Uma vez que você abrir a sua mente, não há como voltar atrás


Limitless é uma série da CBS que estreou dia 22 de setembro e se ambienta após os fatos ocorridos no filme homônimo “Sem Limites”, que, por sua vez, é uma adaptação do romance “The Dark Fields” de Alan Glynn. A produção leva o nome de Bradley Cooper e dos produtores Todd Phillips, Alex Kurtzman e Roberto Orci, sem contar o fato de que Cooper participa da série, interpretando o papel do Senador Edward Mora, o mesmo papel do filme “Sem Limites” de 2011.

A série tem como protagonista Brian Finch (interpretado por Jake McDorman), um músico decadente que, de acordo com o mesmo, parou no tempo. O rapaz, que não construiu literalmente nada em sua vida ao longo dos anos enquanto seus amigos e sua família amadureciam, foi ficando cada vez mais para trás. Em um de seus trabalhos de freelancer em um banco, Brian encontra um velho amigo e ex-companheiro de banda, Eli, que agora é banqueiro e ao ouvir sobre seu fracasso, lhe dá uma oportunidade, uma dose de NZT-48.

NZT-48 é uma droga capaz de estimular o cérebro, liberando seu potencial de forma estrondosa. Ela permite acesso 100% a sua capacidade cerebral, porém é extremamente perigosa. Por causa da droga, Brian ganha raciocínio rápido, e o que demoraria semanas, ele consegue fazer em horas. Se a um ano ele não conseguia compor uma música, em minutos ele cria arranjos complexos. Além disso, também consegue ler as pessoas, lembrar de cada detalhe em sua vida e fazer o que quiser, quando quiser. 

E a partir daí que realmente o enredo se inicia. Já no começo do episódio as coisas estão agitadas, com Brian sendo perseguido por policiais e literalmente pulando na frente de um trem. Nesse momento a narrativa volta pra algumas horas antes, para explicar o que aconteceu até chegar esse ponto. Já de imediato a série consegue prender a atenção do telespectador com essa forma de iniciar a narrativa. Você fica se perguntando o motivo de Brian ser perseguido e isso nos instiga a querer saber mais sobre o ocorrido. 


Conhecemos assim sua história, como as coisas chegaram nesse ponto, bem como sua família e os problemas de saúde de seu pai, que na verdade foi o que acabou aproximando o rapaz do NZT. Com o uso da droga ele conseguiu fazer coisas extraordinárias, como descobrir durante uma noite, o diagnóstico para o que estava acontecendo com seu pai quando os próprios médicos não conseguiram fazê-lo mesmo após tantos exames.

Tudo fica ainda mais interessante quando Brian se aproxima da Agente do FBI Rebecca Harris (interpretada por Jennifer Carpenter, nossa eterna Debra de Dexter). Ela já tinha enxergado algo de diferente no rapaz enquanto perseguia ele no metrô, algo que ela viu em seus olhos a impediu de puxar o gatilho naquele momento e a aproximação dos dois foi crescendo ao longo do episódio. Algo que logo de cara no piloto percebemos é que a série vai tomar aquele rumo de “caso” da semana. 

O ponto alto do piloto foi a aparição de Edward Mora (interpretado por Bradley Cooper). O senador demonstrou ser um cara muito misterioso e inteligente. Sem sombra de dúvidas, sabe muito mais sobre o NZT do que todas as outras pessoas. O piloto se parece muito com o filme, tanto pela sua narrativa, enredo, personagens e justificativas, quanto pelos artifícios usados. Um exemplo é o uso de múltiplos “eus”, que na série tem um desenvolvimento muito melhor, pois eles não só estão ali, como conversam com Brian, como uma conversa profunda de você com você mesmo. Na série o protagonista do filme, Eddie Morra, já é um senador re-eleito e pelo que se vê no piloto, terá um papel-chave na trama.


Todo o raciocínio de Limitless é mostrado de forma bem visual e clara, tudo tem uma lógica por trás, tudo é calculado, nos fazendo pensar junto com Brian, seguindo seu raciocínio até a resposta. Brian Finch é um personagem humano, não é um herói perfeito nem nada do tipo. É um cara como muitos, preso em sua realidade, sonhando com algo grande e fracassando. A proposta de mostrar esse oposto, o caminho do fracasso a gênio, é o que dá sentimento à narrativa. Brian não se sente acuado em opinar sobre a vida das pessoas, principalmente quando está sob efeito da droga. Ele é seguro e presunçoso, porque pode ser. 

Com uma narrativa em primeira pessoa, efeitos visuais, lógica e ação, Limitless continua de onde o longa-metragem parou. O filme tem ligação direta com a série e serve como um prelúdio. Não é obrigatório assisti-lo, mas é aconselhável, pois torna tudo mais interessante. Afinal de contas, o senador Morra é um dos personagens mais marcantes do piloto e o filme mostra sua grande ascensão, além do filme ser muito bom, a meu ver.

Piloto: Limitless

Uma vez que você abrir a sua mente, não há como voltar atrás

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Morte do Demônio (2013) | Reimaginação do "Conto Demoníaco"

The Evil Dead (EUA) Em 1981, Sam Raimi conseguiu realizar algo extraordinário. Com um orçamento baixíssimo (em volta de 1,5 mil), o diretor reinventou os filmes idealizados dentro de uma cabana com jovens e demônios. Além disso, ainda conseguiu fãs por todo o planeta que apreciavam a maneira simples e assustadora que o longa fora realizado. Em 2009, Raimi entrou em contato com Fede Alvarez por seu recente curta-metragem viral que rolava pela internet. A conversa acabou resultando na id eia de uma reinvenção do “conto” original de 1981. Liberdade foi dada à Alvarez para que tomasse conta da história. Percebe-se, a início, a garra deste para uma boa adaptação, no entanto, ainda peca por alguns problemas graves percebíveis tanto para quem é ou não é fã do original. Ao que tudo indicava, seria um Reboot. Mas se trata, na realidade, de uma (aparentemente) continuação audaciosa. A audácia já começa no pôster de divulgação: “O Filme Mais Aterrorizante que Você Verá Nesta Vida”...

Anúncio Oficial [Duas Faces do Cinema: Quarto Ato]

Desde que nós dois, Arthur Gadelha e Gabriel Amora, sentamos para decidir o nome do blog de cinema que escreveríamos a partir dali, e entramos no acordo que “Duas Faces do Cinema” intitularia o projeto, já sabíamos, mesmo sem dizer um para o outro, que ele não perduraria para sempre; não como principal. No entanto, assim que lançado, ainda com um fundo preto e branco, separando o casal principal do grande vencedor do Oscar, “O Artista”, a marca “Duas Faces do Cinema” ganhava espaço entre amigos e familiares.

Leonard Nimoy, eterno Spock, morre aos 83 anos

A magia que um personagem nos passa, quando sincera, é algo admirável. Principalmente quando o ator fica anos trabalhando com a mesma figura, cuidando com carinho e respeitando os fãs que tanto o amam também. E, assim foi Leonard Nimoy . O senhor Spock de Jornada nas Estrelas , que faleceu ontem (27/02) por causa de uma doença pulmonar, aos 83 anos. O ator, diretor, escritor, fotógrafo e músico deixou um legado imenso para nós. E isso é algo que ele sempre tratou com muita paixão: a arte. A arte de poder fazer mais arte. E com um primor de ser uma boa pessoa e querida por milhares. E por fim, a vida atrapalhou tal arte. Não o eternizou como o seu personagem. Mas apenas na vida, pois no coração e na memória de todos, o querido Nimoy vai permanecer perpétuo nessa jornada. Um adeus e um obrigado, senhor Leonard Nimoy, de Vulcano. Comece agora, sua nova vida longa e próspera, onde quer que esteja.