Pular para o conteúdo principal

Boneco do Mal (2016) | Entre tropeços, um suspense para se divertir

The Boy (EUA)
A tradução nacional para “The Boy” não é uma das melhores, afinal, “Boneco do Mal” parece título daquelas produções Z direto para vídeo, mas o resultado surpreende na medida do possível e acaba sendo um bom suspense mesmo com alguns absurdos no roteiro.

Greta Evans é uma americana que está saindo de um relacionamento conturbado e aceita trabalhar como babá numa casa na Inglaterra. Ao chegar no local, descobre que Brahms, o garoto de oito anos que tem que tomar conta, na verdade, é um boneco que o casal trata como seu filho. O casal parte em viagem de férias e a deixa com uma lista de regras que precisam ser seguidas à risca. Greta acha tudo muito estranho e começa a ignorar suas funções listadas, e, a partir desse momentos, coisas sinistras começam a acontecer.

O início do filme é um pouco arrastado, apresentando Greta (interpretada por Lauren Cohan) e principalmente a casa onde o filme se passa. O diretor William Brent Bell não é bem conhecido pelos apreciadores do cinema de gênero, afinal, sua curta filmografia é marcada por algumas produções de gosto bastante duvidoso tais como “Filha do Mal” produção de 2012. Aqui, porém, ele consegue construir uma boa atmosfera de suspense com notórias influências do terror clássico de casa mal assombrada visíveis na bela e soturna fotografia de Daniel Pearl e de alguns planos que remetem diretamente ao filme “A Casa da Noite Eterna” produção de 1973 dirigida por John Hough. A trilha de Bear McCreary também evoca bastante esse clima de terror anos 70 com uma leve semelhança com os temas compostos pelo mestre Jerry Goldsmith para “A Inocente Face do Terror” produção de 1972 dirigida por Robert Mulligan.

Quando Greta começa a se apavorar com o que antes achava ser inofensivas excentricidades do casal é que o filme ganha força e vai se tornando uma cartilha de clichês do gênero. Mas é utilizada de forma bem eficiente e gratificante com algumas pequenas ressalvas. Lauren Cohan trabalha com um roteiro simples e limitado, mas que, ainda assim, consegue prender a atenção até os minutos finais e cria uma dubiedade em relação à Greta. Com pouco mais de 90 minutos, “Boneco do Mal” é um bom suspense com toques de terror e que se revela melhor do que o esperado. Se você não exigir demais do roteiro que algumas vezes dá umas tropeçadas e cai no absurdo, certamente irá se divertir.

Avaliação:


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Leonard Nimoy, eterno Spock, morre aos 83 anos

A magia que um personagem nos passa, quando sincera, é algo admirável. Principalmente quando o ator fica anos trabalhando com a mesma figura, cuidando com carinho e respeitando os fãs que tanto o amam também. E, assim foi Leonard Nimoy . O senhor Spock de Jornada nas Estrelas , que faleceu ontem (27/02) por causa de uma doença pulmonar, aos 83 anos. O ator, diretor, escritor, fotógrafo e músico deixou um legado imenso para nós. E isso é algo que ele sempre tratou com muita paixão: a arte. A arte de poder fazer mais arte. E com um primor de ser uma boa pessoa e querida por milhares. E por fim, a vida atrapalhou tal arte. Não o eternizou como o seu personagem. Mas apenas na vida, pois no coração e na memória de todos, o querido Nimoy vai permanecer perpétuo nessa jornada. Um adeus e um obrigado, senhor Leonard Nimoy, de Vulcano. Comece agora, sua nova vida longa e próspera, onde quer que esteja.

O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos (2014) | Peter Jackson cumpre o que prometeu

    Não vamos negar que a trilogia O Hobbit possui grandes problemas. O que é uma pena, já que a trilogia anterior ( O Senhor dos Anéis ) não tem falha alguma. Contudo, o que tinha de errado em Uma Jornada Inesperada e Desolação de Smaug , o diretor Peter Jackson desfaz nessa última parte. O que é ótimo para os espectadores e crível para os adoradores da saga da terra-média de longa data.     O filme apresenta problemas diversos, por exemplo, um clímax logo na primeira cena (se é que você me entende) e um personagem que não consegue momento algum ser engraçado. Falhas como essas prejudicam o filme como todo. O roteiro, por ser o mais curto dos três, precisava de mais tempo em tela, e dessa forma, cenas e personagens sem carisma são usados repetidas vezes e com uma insistência sem ter porquês. Mas, em contra partida, O Hobbit e a Batalha dos Cinco Exércitos consegue ser mais direto, objetivo e simples que seus antecessores, que são longos e cheios de casos...

Filmes querem lhe enganar, não esqueça disso

Este texto não bem uma crítica, mas uma ponderação sobre o cinema enquanto uma ferramenta de afirmação. Podemos supor que o que leva uma equipe a gastar quase 100 milhões de dólares para contar uma história é principalmente acreditar nela. Veja só, por que filmes de guerra são feitos? Além do deslumbre de se tornar consumível uma realidade tão distante do conforto de uma sala com ar-condicionado, há a emoção de se  converter emoções específicas. Sentado em seu ato solitário, o roteirista é capaz de imaginar as reações possíveis de diferentes plateias quando escreve um diálogo ou descreve a forma como um personagem se comporta. Opinião: Filmes querem lhe enganar, não esqueça disso "Ford vs Ferrari", de James Mangold, é essencialmente um filme de guerra. Mesmo. Digo isso porque Ford vs Ferrari , de James Mangold , é essencialmente um filme de guerra. Mesmo. Aqui é EUA contra Itália que disputam o ego de uma vitória milionária no universo da velocidade. Ainda no iníci...