Casino Royale (EUA) |
Há dez anos, 007 – Cassino Royale estreava
representando um novo começo de boa imagem para Bond, James Bond, com uma
aventura mais adulta, séria e menos absurda e digital. O filme, em seus cinco
primeiros minutos, recomeça a franquia com o personagem em início de carreira,
desde a sua “promoção” como agente 00 até a sua primeira missão.
Dessa forma, o personagem
não necessitou de vilões exigindo a dominação mundial ou então mecanismos
absurdos criados pelo engenheiro Q. 007 se aventura pelo que o mundo, vulgo
mercado, necessitava. Um herói bruto, como o rival Jason Bourne, com uma
inteligência elevada e, é claro, mais “macho” do que nunca.
Tamanha diferença no tom
mercadológico entre o Bond de 2006 com o Bond de Sean Conery se nota logo de cara nos créditos de abertura que trazem
lutas e tiroteios através de cartas, em vez de mulheres nuas dançando
sensualmente. Sequência que já situa o personagem mais pop com a sua versão
mais crua.
Além disso, as cenas de
aventuras são absolutamente espetaculares. As sequências transformam o filme em
uma montanha russa genial, devido às técnicas do parkour, esporte moderno, e
dos carros mega velozes que garantem diversas capotagens, causando mais
realidade à cena. Com isso, as lutas entre o Bond de Daniel Craig e mais dois terroristas, por exemplo, na escadaria de
um hotel funciona de forma bastante agitada em um lugar singelamente apertado,
o que demonstra a dedicação na montagem que exibe de forma dinâmica tudo que
está acontecendo, sem interrupções baratas de câmera tremida ou exageros técnicos.
Inclusive, Cassino Royale
mostra o apego dos atores para com os seus personagens. Mad Mikkelsen exibe um vilão que não é inteiramente malvado, mas
não deixa sua covardia de lado, além de ser o personagem que chegou mais perto
de aniquilar de vez o espião. Eva Green,
consequentemente, apresenta uma bondgirl que revoluciona todas as outras 21 que
tiveram esse status. A personagem Versper Lynd, além de sua beleza e química sexual
com o protagonista, apresenta a sua inteligência, resultando em mais beldade à uma
personagem que consegue encantar o protagonista com a sua intensa erudição, ao invés de "volume".
Já Daniel Craig confere ao
agente uma elegância inegável, mesmo sempre sujo de sangue, suor ou lama, o
personagem têm tiradas no diálogo que são intensos e charmosos para aquele início
de franquia. Assim, o seu cinismo carrega uma beleza sarcástica única e
diferente dos demais Bond’s.
Entendendo todos os seus
elementos preciosos que constroem uma boa cinematografia, Martin Campbell aposta alto em seu roteiro que entende os seus
personagens. O protagonista, assim como sua amada e seu vilão, possui um
desenvolvimento exemplar em uma franquia de 21 filmes, até então. Além de
possuir uma construção de tensão em manifestar os longos e intensos minutos
durante o jogo de pôquer, o que fica mais bem editado que as cenas de ação.
Fica o lamento por
tamanha falta de senso para com as sequências de Cassino Royale. Craig, Green e
Campbell demonstraram que um filme de espião não precisa ser explicado e extenso
demais, basta uma boa história, com bons atores e um roteiro que respeite o
público fã da franquia.
Avaliação:
Personagens que retratam a dualidade humana ,especialmente os viloes ,como voce citou o maravilhoso Mads.
ResponderExcluirNunca vi um Bond tao .. humano:)
"Cassino"veio resgatar a magia dos antigos filmes do Bond.
Que linda tua critica!
Olha só, muito obrigado, Maria! :)
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