Suicide Squad (EUA) |
A equipe de marketing
responsável por criar o buzz em volta de Esquadrão Suicida cumpriu com seu
objetivo – o filme, no entanto, não. Através de trailers incríveis, pôsteres e
vídeos, a expectativa criada para este filme foi totalmente contrária ao que
este, de fato, entregou. É só mais uma prova que marketing é a alma do negócio,
afinal.
Com o fracasso de críticas de
Batman vs Superman, a DC buscou correr atrás do prejuízo com Esquadrão Suicida,
regravando boa parte do filme a fim de que fosse consertado o que não funcionou
antes: a falta de humor. No filme, ficou perceptível na montagem medíocre a
quantidade de cenas cortadas e mal inseridas, como se apenas colocassem uma
cena por cima da outra, sem importar com a contextualização e o gancho entre
elas. A má edição unida ao roteiro incompetente e problemático de David Ayer,
que também ficou responsável pela direção, traz uma trama bagunçada, sem nexo,
e com erros de continuidades inaceitáveis numa produção tão cara. Pior que isso: o filme, com
sua trama, não faz sentido, uma vez que a história se constrói a partir de uma
coincidência fajuta e se torna previsível.
O longa inicia apresentando os
personagens de forma carismática, porém num ritmo apressado, não dando chance ao
espectador entender o que se passa. E por falar em personagens, o enfoque ficou
apenas em Arlequina (Margot Robbie), trabalhada sob uma perspectiva masculina
e deturpada, e Pistoleiro (Will Smith), o qual foi o único personagem com
alguma coerência. Os outros não foram explorados e tampouco desenvolvidos,
sendo reduzido a meros coadjuvantes. O fato é que não há um esquadrão suicida,
pois até a química que supostamente deveria haver entre o grupo não convence
com a superficialidade da relação de “família” que eles buscam criar no último
ato, o qual traz o embate final com mais um vilão genérico, sem motivação
alguma e totalmente esquecível, através de cenas de ação confusas e escuras.
Boa parte do buzz se deu por
conta do Coringa estar presente no filme. Depois da premiada atuação de Heath
Ledger, o desafio em apresentar uma nova perspectiva de um dos maiores vilões
da cultura pop foi encarado por Jared Leto que, enquanto personagem de
Esquadrão Suicida, falhou. As cenas nas quais o palhaço aparecia eram avulsas,
simplesmente jogadas e descontextualizadas, com exceção das histórias de
origem. A presença de Coringa ali pareceu apenas para chamar público – mais uma
vez o marketing se sobressaindo.
E mencionando mais uma vez o
marketing, a trilha sonora soube desfrutar bem disso. Numa mixagem que traz, em
sua maioria, grandes sucessos de vários gêneros musicais do século XXI, a
trilha pareceu apenas um adereço para disfarçar a incompetência do filme. É a
velha história de “pelo menos a trilha sonora é legal” – se não fosse tão
forçado, talvez esse fosse um bom argumento.
Mas, se há algo bom no filme,
seria o esforço de Robbie como Arlequina, a qual encontrou um tom ideal
para ela, ainda que seja hipersexualizada e colocada num estereótipo
patriarcal. E, também, Smith que trouxe um bom Pistoleiro numa atuação que
se destaca dentre os problemas do filme. Já Viola Davis como Amanda Waller traz
uma atuação coesa, mas o roteiro prejudica o que poderia acrescentar ao filme.
Além das atuações, os pequenos fan services funcionam. E ainda, algumas piadas boas
abordadas por personagens que estão ali apenas para alívio cômico.
Crítica: Esquadrão Suicida (2016)
Publicidade enganosa
Esquadrão Suicida fez acreditar que seria um bom filme, entretanto, frustrou em muitos quesitos, com um roteiro débil. Agora está mais que na hora da DC, bem como a Warner, aprender com os erros para que estes não sejam repetidos em seus futuros projetos. Ainda falta encontrar o tom de seus filmes, como sua concorrente já fizera. Basta tomarem as decisões certas.
Avaliação:
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