Arrival (USA) |
Dennis Villenueve, que já possui um histórico de qualidade (Os Suspeitos, O Homem Duplicado e Sicário), toma conta da direção da ficção científica que protagoniza não a ciência, mas a comunicação e sua importância enquanto fator cuja magnitude vai desde os primórdios do ser humano até a base da construção de todos os tipos de relações presentes na sociedade.
A comunicação humana é caracterizada pela sua complexidade, a qual foi belamente construída desde as civilizações mais antigas até hoje, com tantos meios comunicativos existentes. Trazer a linguagem como elemento principal faz com que A Chegada seja um filme de ficção científica que não se limita apenas às ciências da natureza, mas que desenvolve ciência da comunicação e sua importância para fomentar todo tipo de vínculo estabelecido.
Pode-se considerar ousado trabalhar um fenômeno de tamanha grandeza, como a aparição de objetos interplanetários desconhecidos em diferentes lugares do mundo, apenas como condição auxiliar a qual protagoniza as relações humanas e no que ela se respalda.
É através de contrastes que se constrói a narrativa de A Chegada, roteirizada por Eric Heisserer. A necessidade de se comunicar com aqueles seres estranhos, que possuem outra linguagem, costume e vivência, entra em contraposição à dificuldade em estabelecer uma comunicação e consenso para com os próprios seres humanos.
Em meio ao pânico da população transpassado através de breves inserts de noticiários de todo o mundo, existe a calmaria e a necessidade de compreensão da linguista Louise Banks, interpretada competentemente por Amy Adams, que incorporou todo conflito da sua personagem.
O contraste também se dá na própria montagem, intercalando entre a resolução do conflito e a sensibilidade da relação de mãe e filha, com mudanças de tom acentuadas. Trabalhar a sensibilidade num filme de ficção científica com alienígenas, é desafiador, uma vez que a ciência purista não é capaz de calcular ou mensurar sentimentos – algo tão particular do ser humano.
A forma como a qual a trama se arquiteta, no entanto, não busca menosprezar nem a ciência, nem a comunicação, mas sim enfatizar que a evolução e o progresso da humanidade se dá pela união de ambas. Isso é trazido de forma não tão natural ao colocar a linguista para trabalhar com o cientista Ian Donelly (Jeremy Renner).
Ainda que o filme discorra sobre todos os fatores já mencionados, faz isso de forma fluida, não subestimando a capacidade de compreensão do público, sem diálogos deveras expositivos ou repetitivos. A Chegada segue se firmando como ficção científica ao trazer uma construção de tensão e ar de suspense agravados pela marcante trilha sonora de Jóhann Jóhannsson.
A trama tem o seu melhor aproveitado através de movimentos de câmera atípicos, causando total imersão. O filme envolve seu público, fazendo-o desenvolver e participar das descobertas da protagonista, absorvendo suas sensações.
Villenueve mais uma vez presenteia o cinema com um filme que vai além do que é ali apresentado. É impossível se abster das questões trabalhadas de forma tão espontânea. A Chegada se mostra como obra que valoriza a diplomacia e explora o que o ser humano tem de mais próprio e especial: a sua forma de se relacionar para consigo, para com os outros e para com o mundo.
Os filmes de ficção são os meus preferidos, mas Arrival Filme se tornou no meu filme preferido. Sua historia é muito fácil de entender e os atores podem transmitir todas as suas emoções, é muito interessante. Eu recomendo muito e estou segura de que se converterá numa das minhas preferidas. O que mais eu gostei deste filme é a musica com a que a ambientaram cada situação da historia!
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