Harry Potter and the Goblet of Fire (UK) |
O
roteirista Steve Kloves assumiu a tarefa de desenvolver um roteiro coeso e sem
furos, abordando despretensiosa, porém arriscadamente, pontos cruciais na trama
em geral. Com mais uma troca de diretor, Harry Potter e o Cálice de Fogo é
dirigido por Mike Newell, o que acaba sendo positivo, uma vez que é
apresentada uma nova perspectiva da história. Newell aproveita o clima sombrio
que Alfonso Cuarón trouxe ao filme antecessor e trabalha em cima do
amadurecimento dos protagonistas, que agora tinham 14 anos, e do público, que
crescia junto a eles. A mudança no desenvolvimento do longa se explicita ao ser
o primeiro filme da saga a receber classificação indicativa que não seja livre.
Os
fatores que levam a isso se dá na própria trama, a qual trouxe algo não
trabalhado anteriormente, como morte e violência. Todavia, o filme ainda cumpre
com a sua função principal enquanto entretenimento. Newell transpõe a ação
frenética nas sequências das tarefas do Torneio Tribruxo – o qual conta com
efeitos gráficos competentes –, buscando desenvolver as novas personagens ali
trazidas, ainda que superficialmente. Mas Cedrico Diggory (Robert Pattinson) e
Olho-Tonto Moody (Brendan Gleeson) ganham enfoque especial, por serem ambos
determinantes para a história.
Em
Cálice de Fogo, se trabalha pela primeira vez com o romance adolescente,
enfatizando que o trio principal está crescendo e entrando numa nova fase.
Junto ao romance, o humor também é trazido ali, com alívios cômicos que
funcionam e realçam o carisma que Daniel Radcliff, Emma Watson e Rupert Grint
possuem. Além de, é claro, todo elenco de apoio, o qual conta com nomes
talentosos, como Alan Rickman, Michael Gambon, Maggie Smith, dentre outros.
E
por falar em talento, menção mais que honrosa para o trabalho impecável de
Ralph Fiennes, que deu vida ao temido Você-Sabe-Quem (se não sabe, Lord
Voldemort) em sua icônica primeira aparição na saga de filmes. Os trejeitos
físicos, bem como o seu visual, é uma das melhores coisas que o filme possui e
salienta a imponência e crueldade do vilão.
Mesmo
com a tentativa de explorar de tudo, um pouco na adaptação, é perceptível,
porém, a rapidez e a superficialidade dos fatos trazidos ali. Como se tudo que
ocorreu fosse apenas um pressuposto para introduzir Lord Voldemort na trama. A
falta de aprofundamento nas ocasiões retratadas incide diretamente no
desenvolvimento raso trazido às personagens e, sobretudo, ao Harry.
Se o
filme seria melhor trabalhado se dividido em duas partes, nunca saberemos.
Contudo, Harry Potter e o Cálice de Fogo ainda é um dos filmes mais agitados e
divertidos da saga. E finalmente cumpre com o papel de apresentar o vilão
principal e evidenciar a seriedade dos problemas que os bruxos irão enfrentar.
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