Monster Trucks (EUA) |
Ao
selecionar os filmes que entrarão em cartaz, os cinemas devem ser cuidadosos, pois é preciso, ao menos, um filme para cada tipo de público – isso inclui os
filmes infanto-juvenis bobos. Assim, após dois anos de atraso da sua estreia, Monster Trucks finalmente chega às salas
de cinema.
A
princípio, a única coisa que chama atenção no filme é o seu absurdo. Colocar
criaturas com tentáculos dirigindo caminhão foge do normal, até para um filme
infantil. Dirigido por Chris Wedge (A Era do Gelo), Monster Trucks se
esforça para alcançar o propósito para o qual foi feito: ser um filme divertido
para o seu público.
O
roteiro, que não sai da zona de conforto, traz resoluções fáceis e previsíveis,
seguindo apenas o padrão do gênero. Provavelmente os idealizadores sequer
tiveram a cautela de pensar num roteiro cabível, sustentando todo argumento do
filme no animal aquático pré-histórico que dirige o caminhão. Animal este que,
diga-se de passagem, é mais carismático que os outros personagens.
Lucas
Till e Jane Levy entregam uma atuação desinteressada e todo o elenco não passa
de um conjunto estereótipos preguiçosos, colocando, por exemplo, um adolescente
com sobrepeso para servir de alívio cômico com seu desleixo.
E
não menos problemático que isso, o filme procura transmitir uma mensagem de
proteção aos animais, entrando em total contradição com o que é visto em tela.
Onde está o discurso de proteção na hora de utilizar um animal como tração para
o veículo? O protagonista se diverte abusando do animal que, ainda que seja
total CGI, fica preso nas ferragens do veículo e parece estar feliz com isso.
Com
uma trilha sonora caricata e efeitos visuais satisfatórios – tirando o 3D inexistente
-, o filme insiste na tentativa de criar um tom de aventura para os espectadores, mas
subestima-os apresentando um fundamento tolo. Monster Trucks tenta ser
diferente na ideia, mas não passa de um filme genérico que em pouco tempo
ganhará exibição inédita numa Sessão da Tarde qualquer.
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