Pular para o conteúdo principal

Guardiões da Galáxia Vol. 2 (2017) | Criando laços mais íntimos

Resultado de imagem para guardiões da galáxia volume 2 rocky
Resultado de imagem para guardians of the galaxy 2 poster
Guardians of the Galaxy  Vol. 2 (EUA)
Durante a Comic Con Experience de 2016, James Gunn ofereceu um dos melhores momentos para mais de dois mil nerds no auditório principal. A festa, conduzida pelo diretor, começou com trailers exclusivos, passou por cenas longas do filme e finalizou com uma boa justificativa para fazer o Volume 2 com tanto amor. Nós, os nerds, cinéfilos, leitores de quadrinhos e o público em geral que se encantou com a proeza do primeiro, fomos a personificação da missão do diretor ao criar uma continuação que tratasse, mais uma vez, de família, já que somos uma. Foi caloroso, intenso e sincero. No entanto, o filme necessitava suprir tais demandas. E assim, foi um salto, como o de Sheer Heart Attack até A Night at the Opera da banda Queen. 

+ Guardiões da Galáxia (2014) | Marvel Sendo Marvel

Volume 2, por mais original que fosse em sua trilha sonora, personagens e universo, exigia uma continuação que justificasse. O Baby Groot não seria suficiente caça-níquel infantil de vendas de licenciados que a Marvel necessitava (apesar de ser um bom). Logo, Gunn cria outros laços familiares e os aprofunda, como já havia feito no primeiro, mas com mais elegância.

O roteiro, com isto, separa os personagens em duplas, logo após uma experiência obrigatória na terceira dimensão, e os desenvolve até o seu ápice final. Peter Quill e o seu pai, Ego, Drax e Mantis, Rocky e Yondu, Gamora e Nebulosa, são externados com as suas diferenças e similaridades que garantem emoções dos astros, além, é claro, de muita risada.

A construção e desenvolvimento rendem empatias por todos, algo que leva tempo, assim como o Capitão América: Guerra Civil que se estica em seus dois primeiros atos para, logo após, uma catástrofe 100% Marvel acontecer. Aqui, a formula se repete, mas a genialidade do roteiro de Gunn em complicar as vidas dos heróis, ainda que com riso presente, cabe perfeitamente no universo colorido que adota o estilo de desenhos animados para si (os rostos deformados de Rocky e Yondu, Pacman, Howard, O Pato, e Taserface, é claro).


A música, comentada acima, envolve com os traços criados para emocionar, divertir e empolgar. Do mesmo modo, a montagem invoca uma passagem natural dos atos, os quais se completam, apesar de tantas cenas derivativas surgirem a cada troca de dupla, o que piora cada vez mais as situações dos personagens. Por fim, a criação de universo, com tantas raças e planetas distintos, cumpre o efeito onírico de abraçar a megalomania surtada e complexa do diretor, algo que traz mais camadas e desenvolvimentos de personagens, como o planeta habitado por Ego, interpretado de forma divertidíssima por Kurt Russell

Volume 2 é a essência da cultura popular de quadrinhos. As músicas nostálgicas, piadas erradas, personagens fáceis de se identificar, uma mensagem belíssima sobre família e um universo extremamente competente (Oscar 2018 para efeitos e maquiagem) conseguem desligar tudo que há de ruim fora da sala escura do cinema. A tristeza, contudo, surge quando as cinco cenas pós-créditos terminam. Por fim, Guardiões, assim como Gunn, conquistou o universo Marvel. 5

Crítica: Guardiões da Galáxia Vol. 2 (2017)

Criando laços mais íntimos  

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Leonard Nimoy, eterno Spock, morre aos 83 anos

A magia que um personagem nos passa, quando sincera, é algo admirável. Principalmente quando o ator fica anos trabalhando com a mesma figura, cuidando com carinho e respeitando os fãs que tanto o amam também. E, assim foi Leonard Nimoy . O senhor Spock de Jornada nas Estrelas , que faleceu ontem (27/02) por causa de uma doença pulmonar, aos 83 anos. O ator, diretor, escritor, fotógrafo e músico deixou um legado imenso para nós. E isso é algo que ele sempre tratou com muita paixão: a arte. A arte de poder fazer mais arte. E com um primor de ser uma boa pessoa e querida por milhares. E por fim, a vida atrapalhou tal arte. Não o eternizou como o seu personagem. Mas apenas na vida, pois no coração e na memória de todos, o querido Nimoy vai permanecer perpétuo nessa jornada. Um adeus e um obrigado, senhor Leonard Nimoy, de Vulcano. Comece agora, sua nova vida longa e próspera, onde quer que esteja.

Mad Max (1979) | O cinema australiano servindo de influência

Para uma década em que blockbusters precisavam ter muitos efeitos visuais e grandes atros do momento, como em Alien - O Oitavo Passagéiro , Star Wars , Star Trek  etc, George Miller teve sorte e um roteiro preciso ao provar que pode se fazer filme com pouco dinheiro e com um elenco de loucos.   Mad Max , de 1979, filme australiano com uma pegada  exploitation,  western e de filmes B, mas que conseguiu ser a estrada para muitos filmes de ação de Hollywood atualmente.   Miller, dirigiu, escreveu e conseguiu com um orçamento de 400 mil filmar um dos mais rentáveis do planeta. O custo do filme foi curto e assim, tudo foi pensado no roteiro e nos diálogos que o filme ia exibir. Como os textos sobre o futuro, humanidade e seu fim, e o Max do título. O filme é rodado com o Mel Gibson sendo o centro. Seus diálogos curtos demonstram o homem da época, e com uma apologia ao homem do futuro. Uma pessoa deformada pelas perdas e com a vontade de ter aquilo que não pode ter, e que resulta no

O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos (2014) | Peter Jackson cumpre o que prometeu

    Não vamos negar que a trilogia O Hobbit possui grandes problemas. O que é uma pena, já que a trilogia anterior ( O Senhor dos Anéis ) não tem falha alguma. Contudo, o que tinha de errado em Uma Jornada Inesperada e Desolação de Smaug , o diretor Peter Jackson desfaz nessa última parte. O que é ótimo para os espectadores e crível para os adoradores da saga da terra-média de longa data.     O filme apresenta problemas diversos, por exemplo, um clímax logo na primeira cena (se é que você me entende) e um personagem que não consegue momento algum ser engraçado. Falhas como essas prejudicam o filme como todo. O roteiro, por ser o mais curto dos três, precisava de mais tempo em tela, e dessa forma, cenas e personagens sem carisma são usados repetidas vezes e com uma insistência sem ter porquês. Mas, em contra partida, O Hobbit e a Batalha dos Cinco Exércitos consegue ser mais direto, objetivo e simples que seus antecessores, que são longos e cheios de casos como citei. E o real mo