Guardians of the Galaxy Vol. 2 (EUA) |
Durante a Comic Con Experience de
2016, James Gunn ofereceu um dos melhores momentos para mais de dois mil nerds
no auditório principal. A festa, conduzida pelo diretor, começou com trailers exclusivos,
passou por cenas longas do filme e finalizou com uma boa justificativa para fazer
o Volume 2 com tanto amor. Nós, os nerds, cinéfilos, leitores de quadrinhos e o
público em geral que se encantou com a proeza do primeiro, fomos a personificação da missão do
diretor ao criar uma continuação que tratasse, mais uma vez, de família, já que
somos uma. Foi caloroso, intenso e sincero. No entanto, o filme necessitava
suprir tais demandas. E assim, foi um salto, como o de Sheer Heart Attack até A
Night at the Opera da banda Queen.
+ Guardiões da Galáxia (2014) | Marvel Sendo Marvel
+ Guardiões da Galáxia (2014) | Marvel Sendo Marvel
Volume 2, por mais original
que fosse em sua trilha sonora, personagens e universo, exigia uma continuação
que justificasse. O Baby Groot não seria suficiente caça-níquel infantil de
vendas de licenciados que a Marvel necessitava (apesar de ser um bom). Logo,
Gunn cria outros laços familiares e os aprofunda, como já havia feito no
primeiro, mas com mais elegância.
O roteiro, com isto, separa os
personagens em duplas, logo após uma experiência obrigatória na terceira dimensão,
e os desenvolve até o seu ápice final. Peter Quill e o seu pai, Ego, Drax e
Mantis, Rocky e Yondu, Gamora e Nebulosa, são externados com as suas
diferenças e similaridades que garantem emoções dos astros, além, é claro, de
muita risada.
A construção e desenvolvimento rendem empatias por todos, algo que leva tempo, assim como o Capitão América:
Guerra Civil que se estica em seus dois primeiros atos para, logo após, uma catástrofe
100% Marvel acontecer. Aqui, a formula se repete, mas a genialidade do roteiro
de Gunn em complicar as vidas dos heróis, ainda que com riso presente, cabe
perfeitamente no universo colorido que adota o estilo de desenhos animados para
si (os rostos deformados de Rocky e Yondu, Pacman, Howard, O Pato, e Taserface,
é claro).
A música, comentada acima,
envolve com os traços criados para emocionar, divertir e empolgar. Do mesmo
modo, a montagem invoca uma passagem natural dos atos, os quais se completam,
apesar de tantas cenas derivativas surgirem a cada troca de dupla, o que piora cada vez mais as situações dos personagens. Por fim, a
criação de universo, com tantas raças e planetas distintos, cumpre o efeito onírico
de abraçar a megalomania surtada e complexa do diretor, algo que traz mais
camadas e desenvolvimentos de personagens, como o planeta habitado por Ego,
interpretado de forma divertidíssima por Kurt
Russell.
Volume 2 é a essência da
cultura popular de quadrinhos. As músicas nostálgicas, piadas erradas, personagens fáceis de se
identificar, uma mensagem belíssima sobre família e um universo extremamente
competente (Oscar 2018 para efeitos e maquiagem) conseguem desligar tudo que
há de ruim fora da sala escura do cinema. A tristeza, contudo, surge quando
as cinco cenas pós-créditos terminam. Por fim, Guardiões, assim como Gunn, conquistou o
universo Marvel. 5
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