Pular para o conteúdo principal

Cannes 2017: O Final Feliz de Haneke?

Resultado de imagem para happy end haneke
Acredito que todo mundo deu uma risada baixa ao ler que o novo filme do austríaco Michael Haneke se chamava 'Happy End'. Não é preciso ser o maior fã do cineasta para saber que conclusões trágicas estão sempre presentes em seus filmes. Sua última aparição no cinema foi integralmente chocante com "Amour", de 2012, vencedor da Palma de Ouro e do Oscar de Filme Estrangeiro. E já faz mais de 20 anos que Haneke está presente no cenário do cinema mundial com filmes que sempre exigiram uma digestão densa.

De volta ao mundo e a Cannes cinco mais tarde, Haneke também traz de volta os atores Jean-Louis Trintignant e Isabelle Huppert. Os três trabalharam juntos em 'Amour', mas o destaque se volta a Huppert que, ano passado, impressionou o Festival com a atuação enigmática em 'Elle', de Paul Verhoeven - tanto que foi parar na "grande" premiação do Oscar. Embora ela não esteja, segundo a crítica presente, no páreo para a premiação final do festival.

Haneke é curioso; sob demanda da grandiosa indústria americana, refilmou um de seus filmes mais diversos "Funny Games". A primeira versão em 1997 foi traduzida no Brasil como 'Jogos Perigosos'; a segunda de 2007, veio como "Violência Gratuita". Os planos são os mesmos - sem o ridículo do 'Psicose' de Gus Van Sant -, mas há um ironia invejável na obra que ainda a consiste como peculiar. A última peripécia de produção foi em 2015, com o abandono inesperado de um projeto anunciado, "Flashmob", para abarcar no que viria a se tornar 'Happy End'. 

Entre os comentários sobre o novo filme, há convergências gerais da crítica sobre o fato de que seja uma revisita de temas de outras histórias do diretor (já podemos esperar a tragédia das tragédias?). E dentre comentários muito mornos diante do que se espera do Haneke, também se destaca as impressões sobre um cena de karaokê classificada como "deprimente".

Haneke é desses diretores que causam um calafrio na espinha muito antes do filme ser apresentado apropriadamente. Como espectadores brasileiros, resta-nos esperar que a presença em Cannes agilize as distribuidoras a começarem o trabalho...

Cannes 2017: O Final Feliz de Haneke?



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Morte do Demônio (2013) | Reimaginação do "Conto Demoníaco"

The Evil Dead (EUA) Em 1981, Sam Raimi conseguiu realizar algo extraordinário. Com um orçamento baixíssimo (em volta de 1,5 mil), o diretor reinventou os filmes idealizados dentro de uma cabana com jovens e demônios. Além disso, ainda conseguiu fãs por todo o planeta que apreciavam a maneira simples e assustadora que o longa fora realizado. Em 2009, Raimi entrou em contato com Fede Alvarez por seu recente curta-metragem viral que rolava pela internet. A conversa acabou resultando na id eia de uma reinvenção do “conto” original de 1981. Liberdade foi dada à Alvarez para que tomasse conta da história. Percebe-se, a início, a garra deste para uma boa adaptação, no entanto, ainda peca por alguns problemas graves percebíveis tanto para quem é ou não é fã do original. Ao que tudo indicava, seria um Reboot. Mas se trata, na realidade, de uma (aparentemente) continuação audaciosa. A audácia já começa no pôster de divulgação: “O Filme Mais Aterrorizante que Você Verá Nesta Vida”...

Anúncio Oficial [Duas Faces do Cinema: Quarto Ato]

Desde que nós dois, Arthur Gadelha e Gabriel Amora, sentamos para decidir o nome do blog de cinema que escreveríamos a partir dali, e entramos no acordo que “Duas Faces do Cinema” intitularia o projeto, já sabíamos, mesmo sem dizer um para o outro, que ele não perduraria para sempre; não como principal. No entanto, assim que lançado, ainda com um fundo preto e branco, separando o casal principal do grande vencedor do Oscar, “O Artista”, a marca “Duas Faces do Cinema” ganhava espaço entre amigos e familiares.

Leonard Nimoy, eterno Spock, morre aos 83 anos

A magia que um personagem nos passa, quando sincera, é algo admirável. Principalmente quando o ator fica anos trabalhando com a mesma figura, cuidando com carinho e respeitando os fãs que tanto o amam também. E, assim foi Leonard Nimoy . O senhor Spock de Jornada nas Estrelas , que faleceu ontem (27/02) por causa de uma doença pulmonar, aos 83 anos. O ator, diretor, escritor, fotógrafo e músico deixou um legado imenso para nós. E isso é algo que ele sempre tratou com muita paixão: a arte. A arte de poder fazer mais arte. E com um primor de ser uma boa pessoa e querida por milhares. E por fim, a vida atrapalhou tal arte. Não o eternizou como o seu personagem. Mas apenas na vida, pois no coração e na memória de todos, o querido Nimoy vai permanecer perpétuo nessa jornada. Um adeus e um obrigado, senhor Leonard Nimoy, de Vulcano. Comece agora, sua nova vida longa e próspera, onde quer que esteja.