Acredito que todo mundo deu uma risada baixa ao ler que o novo filme do austríaco Michael Haneke se chamava 'Happy End'. Não é preciso ser o maior fã do cineasta para saber que conclusões trágicas estão sempre presentes em seus filmes. Sua última aparição no cinema foi integralmente chocante com "Amour", de 2012, vencedor da Palma de Ouro e do Oscar de Filme Estrangeiro. E já faz mais de 20 anos que Haneke está presente no cenário do cinema mundial com filmes que sempre exigiram uma digestão densa.
De volta ao mundo e a Cannes cinco mais tarde, Haneke também traz de volta os atores Jean-Louis Trintignant e Isabelle Huppert. Os três trabalharam juntos em 'Amour', mas o destaque se volta a Huppert que, ano passado, impressionou o Festival com a atuação enigmática em 'Elle', de Paul Verhoeven - tanto que foi parar na "grande" premiação do Oscar. Embora ela não esteja, segundo a crítica presente, no páreo para a premiação final do festival.
Haneke é curioso; sob demanda da grandiosa indústria americana, refilmou um de seus filmes mais diversos "Funny Games". A primeira versão em 1997 foi traduzida no Brasil como 'Jogos Perigosos'; a segunda de 2007, veio como "Violência Gratuita". Os planos são os mesmos - sem o ridículo do 'Psicose' de Gus Van Sant -, mas há um ironia invejável na obra que ainda a consiste como peculiar. A última peripécia de produção foi em 2015, com o abandono inesperado de um projeto anunciado, "Flashmob", para abarcar no que viria a se tornar 'Happy End'.
Haneke é curioso; sob demanda da grandiosa indústria americana, refilmou um de seus filmes mais diversos "Funny Games". A primeira versão em 1997 foi traduzida no Brasil como 'Jogos Perigosos'; a segunda de 2007, veio como "Violência Gratuita". Os planos são os mesmos - sem o ridículo do 'Psicose' de Gus Van Sant -, mas há um ironia invejável na obra que ainda a consiste como peculiar. A última peripécia de produção foi em 2015, com o abandono inesperado de um projeto anunciado, "Flashmob", para abarcar no que viria a se tornar 'Happy End'.
Entre os comentários sobre o novo filme, há convergências gerais da crítica sobre o fato de que seja uma revisita de temas de outras histórias do diretor (já podemos esperar a tragédia das tragédias?). E dentre comentários muito mornos diante do que se espera do Haneke, também se destaca as impressões sobre um cena de karaokê classificada como "deprimente".
Haneke é desses diretores que causam um calafrio na espinha muito antes do filme ser apresentado apropriadamente. Como espectadores brasileiros, resta-nos esperar que a presença em Cannes agilize as distribuidoras a começarem o trabalho...
Haneke é desses diretores que causam um calafrio na espinha muito antes do filme ser apresentado apropriadamente. Como espectadores brasileiros, resta-nos esperar que a presença em Cannes agilize as distribuidoras a começarem o trabalho...
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