Valerian and the City of a Thousand Planets (EUA) |
De um sonho antigo do
diretor e roteirista Luc Besson, Valerian é uma adaptação dos
quadrinhos de ficção científica de 1967, que ganha forma na grande tela com a
promessa de entreter o seu público. Isso é o mínimo que se pode esperar de uma
trama espacial, com dois atores jovens, raças alienígenas diferentes, contínuo
uso de CGI e, claro, da Rihanna.
No entanto, o entretenimento
se resume aos primeiros minutos de projeção, isto é, no prólogo e na introdução
do planeta de Mühl, na expectativa de que o ritmo se mantenha. Mas basta
aparecer o casal de protagonistas, Valerian (Dane
Deehan) e Laureline (Cara
DeLevigne), para nos darmos conta de que o que vai se proceder a partir
dali não vai ser divertido.
As duas horas e meia de
filme se tornam um desafio. O roteiro, com seus diálogos tremendamente
expositivos e bobos, não sustenta o peso do drama e dos problemas que os
protagonistas estão enfrentando. Somado à má atuação de ambos, Valerian é
exaustivo e consegue surpreender não pela boa história, mas pelo uso de piadas
machistas, antiquadas e que funcionaria para um público de 15 anos atrás.
E para quem acha que o
visual poderia salvar o filme, o CGI é apenas “mais do mesmo”, sem inovações e,
em certos momentos, até mal feito, como observamos nos personagens que beiram o aspecto
borrachudo e sem graça. E ainda, a narrativa descontínua apresenta elementos
esquecidos, cai na previsibilidade e se perde em seu propósito.
Não frívolo o bastante, o que mais pesa nas falhas do longa de Luc Besson são as oportunidades deixadas de lado. O filme perpassa por muitas situações que renderiam uma boa discussão e até mesmo uma crítica social, como a situação da dançarina Bubble (Rihanna), que vive na clandestinidade, ou o genocídio de uma raça. Tudo isso é ignorado para dar espaço ao romance meia-boca, forçado e sem química do casal.
Não frívolo o bastante, o que mais pesa nas falhas do longa de Luc Besson são as oportunidades deixadas de lado. O filme perpassa por muitas situações que renderiam uma boa discussão e até mesmo uma crítica social, como a situação da dançarina Bubble (Rihanna), que vive na clandestinidade, ou o genocídio de uma raça. Tudo isso é ignorado para dar espaço ao romance meia-boca, forçado e sem química do casal.
Valerian e a Cidade dos Mil Planeta dá a sensação de ser aquela comida ruim que já começamos a comer e temos que terminar para não estragar. E mesmo quando termina, deixa um gosto ruim na boca.
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