Ao observarmos de relance algum conteúdo da animação A Estrela de Belém (2017), a percepção que temos é de que foi produzida por algum estúdio menor em tentativa de conquistar lugar ao Sol no mercado cinematográfico. Trazendo como temática o nascimento de Jesus — histórica clássica para o período natalino —, o filme não esconde suas raízes de produção cristã, semelhante àquelas de baixo orçamento, e se apresenta tecnicamente com um visual flat, genérico e não tão primoroso. O susto vem ao descobrirmos que trata-se de um filme da Sony Pictures Animation, um estúdio consolidado, em parceria com outras produtoras gigantes, como a The Jim Henson Company (mãe dos Muppets), a Walden Media e a Columbia Pictures.
Sabemos, no entanto, que ultimamente a Sony não tem sido sinônimo de qualidade: apesar de ter os divertidos Hotel Transilvânia (2012) e Tá Chovendo Hambúrguer (2009) no currículo, os lançamentos deste ano da produtora, Emoji: O Filme e Os Smurfs e a Vila Perdida, beiram ao horrendo, com narrativa fraca e gráficos apressados de produção direct-to-video. Para onde estão indo os investimentos dos estúdios?
Com este “A Estrela” (como o filme é intitulado no exterior), temos algumas respostas. Apostando em uma trilha musical cheia de canções originais, que se destacam nas vozes de cantores e grupos pop em ascensão, como Fifth Harmony, Zara Larsson, Pentatonix, Kelsea Ballerini e uma música tema na voz de Mariah Carey, o filme introduz músicas de fundo na aparição de quase todos os personagens, como uma forma de destacar a participação de todos estes artistas e, quem sabe, vender o álbum musical lançado junto ao filme.
Sabemos, no entanto, que ultimamente a Sony não tem sido sinônimo de qualidade: apesar de ter os divertidos Hotel Transilvânia (2012) e Tá Chovendo Hambúrguer (2009) no currículo, os lançamentos deste ano da produtora, Emoji: O Filme e Os Smurfs e a Vila Perdida, beiram ao horrendo, com narrativa fraca e gráficos apressados de produção direct-to-video. Para onde estão indo os investimentos dos estúdios?
Com este “A Estrela” (como o filme é intitulado no exterior), temos algumas respostas. Apostando em uma trilha musical cheia de canções originais, que se destacam nas vozes de cantores e grupos pop em ascensão, como Fifth Harmony, Zara Larsson, Pentatonix, Kelsea Ballerini e uma música tema na voz de Mariah Carey, o filme introduz músicas de fundo na aparição de quase todos os personagens, como uma forma de destacar a participação de todos estes artistas e, quem sabe, vender o álbum musical lançado junto ao filme.
Crítica: A Estrela de Belém (2017)
Animação segue proposta confortável
Apesar da versão brasileira ter a cantora gospel Cristina Mel e os comediantes cristãos Vini Rodrigues e Caíque Oliveira na dublagem (um verdadeiro chama-igreja), a versão original conta com dubladores de alto escalão: Oprah Winfrey, Kristin Chenoweth, Kelly Clarkson e comediantes como Tyler Perry e Keegan Michael-Key participam do filme, que traz os carismáticos Gina Rodriguez no papel de Maria e Zachary Levi no de José. Com tantos nomes famosos, além dos já citados convidados musicais, o orçamento para a qualidade visual acaba sendo inevitavelmente reduzido.
O roteiro, em uma tentativa de trazer algo renovado para esta adaptação, segue o desafio de misturar os acontecimentos bíblicos com uma comédia liderada por animais, buscando ser o mais aparente e atrativo possível para o público infantil. Sendo assim, a história é contada a partir de Bo (Steven Yeun, do seriado The Walking Dead), o burrico de um moleiro que sonha em um dia trabalhar para a realeza, posteriormente sendo o responsável por transportar Maria a Belém antes do nascimento de Cristo.
Embora invista em algumas licenças criativas, a produção preza (e orgulha-se) por tentar preservar o conteúdo original; uma decisão que limita o humor, mas acerta narrativamente, visto que a história já é atraente por ser tão tradicional. Há pontos positivos também na linguagem, que moderniza inteligentemente os personagens para tornar o conteúdo mais interessante e relacionável entre os espectadores. Talvez, se o filme fosse completamente original, o estúdio tivesse falhado novamente, mas neste caso consegue seguir por um caminho aceitável.
Sabendo, contudo, que o público-alvo é predominantemente cristão, o longa-metragem não tem medo de investir em caminhos doutrinários, com cenas que acabam sendo exageradas demais por seu caráter religioso; Bo até faz preces, inclusive. Outro ponto notável é o de que todos os personagens coadjuvantes recebem nomes bíblicos. Isto não incomoda a ponto de ser negativo, mas pode soar como demais para quem apenas deseja ir ao cinema com seus pequenos, e não sentir-se em um domingo de manhã na igreja.
A Estrela de Belém consegue ser fofo e agradar a um público extremamente restrito, mas não passa muito disso em sua proposta. Uma aventura que mira no divino para garantir segurança na bilheteria (já sabemos quem provavelmente irá aos cinemas), e que é, em suma, bastante confortável, principalmente se prestarmos mais atenção nas músicas do que na animação em si.
O roteiro, em uma tentativa de trazer algo renovado para esta adaptação, segue o desafio de misturar os acontecimentos bíblicos com uma comédia liderada por animais, buscando ser o mais aparente e atrativo possível para o público infantil. Sendo assim, a história é contada a partir de Bo (Steven Yeun, do seriado The Walking Dead), o burrico de um moleiro que sonha em um dia trabalhar para a realeza, posteriormente sendo o responsável por transportar Maria a Belém antes do nascimento de Cristo.
Embora invista em algumas licenças criativas, a produção preza (e orgulha-se) por tentar preservar o conteúdo original; uma decisão que limita o humor, mas acerta narrativamente, visto que a história já é atraente por ser tão tradicional. Há pontos positivos também na linguagem, que moderniza inteligentemente os personagens para tornar o conteúdo mais interessante e relacionável entre os espectadores. Talvez, se o filme fosse completamente original, o estúdio tivesse falhado novamente, mas neste caso consegue seguir por um caminho aceitável.
Sabendo, contudo, que o público-alvo é predominantemente cristão, o longa-metragem não tem medo de investir em caminhos doutrinários, com cenas que acabam sendo exageradas demais por seu caráter religioso; Bo até faz preces, inclusive. Outro ponto notável é o de que todos os personagens coadjuvantes recebem nomes bíblicos. Isto não incomoda a ponto de ser negativo, mas pode soar como demais para quem apenas deseja ir ao cinema com seus pequenos, e não sentir-se em um domingo de manhã na igreja.
A Estrela de Belém consegue ser fofo e agradar a um público extremamente restrito, mas não passa muito disso em sua proposta. Uma aventura que mira no divino para garantir segurança na bilheteria (já sabemos quem provavelmente irá aos cinemas), e que é, em suma, bastante confortável, principalmente se prestarmos mais atenção nas músicas do que na animação em si.
Foi um filme muito bonito, que me cativa completamente. A animação é excelente, algo em que a Sony é muito boa. Você só precisa ver Emoji o Filme, cuja animação foi surpreendente. Sempre fui fã do filme infantil, eu gosto por que em cada produção procuram incluir uma mensagem e não somente para os pequenos, pois podemos aprender muito destas produções e nos divertir ao mesmo tempo. Emoji O Filme é um filme encantador desde o inicio, a historia e sobre todos os personagens são adoráveis.
ResponderExcluir