Precisamos prestar mais atenção no trabalho de Mozart Freire, cineasta cearense que tem se arriscado entre os gêneros para contar histórias diferentes, ainda que identificáveis. Em Pop Ritual, o diretor e roteirista explora a relação de um padre e de um vampiro, mantido preso em cativeiro pelo primeiro. Durante os minutos, o diretor mostra a rotina de ambos, sendo pontuada por momentos de raiva e de violência.
Pop Ritual: Aquele filme de monstros que surpreende
CRÍTICA
A tensão, em cima disso, é enfatizada através da fotografia azulada e cinza de Daniel Pustowka, que compreende o espaço e a tensão que aquele quarto, dentro da igreja, deveria ter. É um trabalho que traz uma atmosfera inspiradíssima em Guillermo del Toro, outrora inspirado em filmes dos monstros da Universal. Já a montagem, assinada por Jônia Tércia e Abdiel Anselmo, surge com uma habilidade técnica muito boa, principalmente quando são sequências de jump-scare, que se saem perfeitamente bem, e no final, que cria uma confusão proposital na cabeça dos protagonistas e do público.
Por último, temos o elenco, vivido por Kahlo de Oliveira e Alcântara Costa, dois gênios da interpretação. Mesmo sem diálogos, conseguimos entender o que eles sentem e o que estão tramando para o outro. São interpretações fortes e corajosas, criando, assim, uma picardia safo entre os dois.
Surpreendendo em seus cinco minutos finais, o curta-metragem tem, de fato, grande potencial para um projeto de longa. Mozart fez aqui um ensaio muito mais eficaz que outras obras finalizadas. É ridículo de bom.
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