O nono longa da saga principal tinha uma tarefa árdua: não somente fechar a nova trilogia, mas o arco dos nove filmes principais; e agradar o fandom, dividido depois das escolhas que Os Últimos Jedis trouxe para saga. Infelizmente ao tentar agradar todos, o novo longa se perde, trazendo um desfecho conveniente, mas pobre em criatividade e que não faz jus ao grande arco que foi construído ao longo das décadas.
A história começa com a descoberta que o Imperador Palpatine (Ian McDiarmid) está vivo e pronto para tentar novamente dominar a galáxia. A Resistência descobrindo a ameaça luta contra o tempo para se preparar para a maior batalha de todos os tempos. Enquanto isso Rey (Daisy Ridley), treinando para se tornar uma Jedi completa, tem de enfrentar seu passado adormecido enquanto mantém uma ligação com com Kylo Ren (Adam Driver), agora como supremo líder da Nova Ordem, que tenta convencer a protagonista unir forças.
A falta de coragem em Star Wars: A Ascensão Skywalker
Longa falha em sua principal missão
J.J Abrams (diretor do Despertar da Força) volta ao comando da direção e co-escreve o roteiro junto Chris Terrio. Tarefa de Adams é trazer a “verdadeira essência de Star Wars” que segundo vários fãs acham que Rian Johnson destruiu ao quebrar com as expectativas no episódio oito. O nono longa tenta ignorar quase que totalmente os caminhos do filme anterior, resgatando as perguntas do sétimo longa. Mas isso causa uma dissonância narrativa, já que personagens parecem resetar seu arco dramático, voltando como eram no episódio sete e perdendo a profundidade que havia sido construída em dois longas.
O longa de 2h21min é bastante acelerado, saltando de locação para locação sem que cada sequência tenha tempo de ter devido peso. Seu objetivo é tentar amarrar o máximo de pontas soltas enquanto volta a responder questões que já haviam sido solucionadas no episódio anterior. E cada questão novamente respondida passa a impressão de que não houve planejamento e que as histórias de Abrams e Johnson queriam contar eram totalmente diferentes entre si.
O filme tem sim o senso de aventura que é uma das grandes características da franquia. O trio Rey, Finn (John Boyega) e Poe Dameron (Isaac Adams) tem bastante carisma em tela e juntos tem as melhores sequências do filme. Mas a introdução de novos e velhos personagens não tem um real peso na narrativa, um exemplo claro Jannah (Naomi Ackie) que aparece de para-quedas para ajudar os protagonistas e também o retorno de Lando (Billy Dee Willams) que é apenas um fanservice barato, como um dos muitos espalhados durante a trama para tentar agradar os fãs.
O terceiro ato novamente parte para uma luta paralela no espaço enquanto Rey enfrenta Palpatine lembrando a Uma Nova Esperança. Com diálogos sofríveis e Plot Twists previsíveis, e embates piores ainda, vamos nos encaminhando a uma resolução azeda para a trilogia e pior ainda para o fechamento de arco de nove longas.
A Ascensão Skywalker é prova máxima de que falta de planejamento e de quando um estúdio sede aos gritos de fãs que não aceitam sair da mesmice. Se Os Ultimos Jedi não é perfeito, pelo menos foi corajoso em tentar algo novo. E aos fãs enlouquecidos que não aceitaram o caminho que saga tomou, está aqui a zona de conforto que tanto pediam. Infelizmente, ela veio com um dos piores filmes da saga.
Comentários
Postar um comentário
Deixe sua opinião!