
Michael Keaton interpreta um ator que ficou conhecido
mundialmente por representar um personagem de quadrinhos na década de 90. Em seguida,
sua carreira foi de mal a pior, justamente por um problema claro em Hollywood atualmente, e isto é: o fim e a tendência ao fracasso constante na carreira após
ter interpretado apenas um personagem. Desta forma, o ator procura a todo custo
ressurgir das cinzas (fênix é um pássaro) e se firmar como um artista de
respeito e para isto, ele atua, roteiriza e dirige uma peça, na Broadway.
Observando de maneira realística, eu contei a história
do ator logo após os filmes do Batman. O que se adiciona dentro da trama são os bastidores. Cito como
exemplo, o que acontece nos corredores de uma produção, as intrigas, os
romances, as críticas e tudo isto com uma pitada de fantasia carnavalesca e com
uma montagem que, de fato, é muito bem feita. Tornando o filme em uma bela
homenagem a tudo relacionado à arte. De preferência: aos atores.
A grande estrela do filme é o diretor que possui alguns dos
maiores superestimados filmes mexicanos. O diretor usa neste, como novidade em
sua filmografia, um pseudo único take o filme inteiro. O filme é todo rodado e
editado para parecer uma cena só, garantindo até mesmo mudanças de climas e cenários
de forma extremamente imaginativa. Contudo, o efeito que, apesar de funcionar e
ser incrível, possui lá suas formas claras de encontrar os cortes. Não que isso seja o problema, mas o que difere esse dos demais do Oscar é esta longa tomada.
Imagine um filme comum e com cortes tradicionais... Será que sem isto, Birdman seria o mesmo? Festim Diabólico de Hitchcock e Arca Russa de Aleksandr Sokurov ganharam bem menos por isto. E todos usaram esta técnica.
Retornando aos elogios; Para o filme parecer apenas uma única
longa cena, os atores precisam se esforçar. E o elenco é incrível. Michael Keaton
merece receber sim, um Oscar de melhor ator pelo seu esforço de mudança de voz,
psicológica e pelo humor de interpretar ele mesmo. E isso não se afasta dos
demais. Edward Norton interpreta um ator que possui talento invejável, mas
que se declara como deveras complicado de se trabalhar. Ora, ele mesmo. E o
elenco de apoio é todo excelente. Com atores de comédia fazendo drama e os de
drama nos fazendo rir. Mérito que o American Hustle do ano passado não
conseguiu. Por fim, neste êxito, posso afirmar que o elenco do filme é sensacional.
E partindo, finalmente, apenas para a parte técnica, o filme
merece, de fato, uma atenção maior. O diretor consegue varias proezas ao
realizar a obra. Cada detalhe de uma voz, de um figurino e de outro elemento, como a trilha sonora de percussão que é cansativa, mas super criativa, ou a
fotografia do inolvidável Emmanuel Lubzki. E assim, o diretor
cresce em sua filmografia, com apoio de tudo, e do seu brilhantismo de final ambíguo. Desta forma, o filme se revela
como o mais estiloso do Oscar, do ano e da carreira do diretor.
Contudo, ainda falta, infelizmente, uma noção melhor de como
trabalhar com temas importantíssimos e atuais. Acompanhe o raciocínio, no próximo paragrafo, se viu o longa-metragem.
Apesar de toda homenagem aos atores e da carta de declaração ao cinema, teatro e a arte como um todo, faltou-lhe criatividade para tratar de assuntos que o diretor considera reprovável. Como exemplo, discutir sobre atores pops que desempenham alguns personagens de heróis e que possuem um reconhecimento absurdo dos admiradores da arte, e outros que para alguns, nada acrescentam para o cinema, ou então o modo de como o atual se destaca na vida das pessoas mais velhas (analise o texto da não tão desenvolvida personagem de Emma Stone sobre o seu pai não existir por não possuir um Facebook e perceba como ele é afetado), ou o olhar do velho sobre o novo em relação ao Twitter e Youtube, que de repente, tornam alguém esquecível em uma pessoa conhecida novamente, e por fim o olhar maçante que o cineasta tem pelos críticos (Ratatouille, um abraço). Todas situações são bem atuadas e possuem diálogos engraçados e discursivos, mas acabam se tornando repetitivos. E se já não bastasse um roteiro que em vez de expor bastidores, releva um ensaio de uma única cena em um teatro. São temas interessantíssimos, de fato, e ficam melhores ao entender as circunstancias de porque deles existirem, mas infelizmente, acabam se tornando recorrentes e pessimistas.
Apesar de toda homenagem aos atores e da carta de declaração ao cinema, teatro e a arte como um todo, faltou-lhe criatividade para tratar de assuntos que o diretor considera reprovável. Como exemplo, discutir sobre atores pops que desempenham alguns personagens de heróis e que possuem um reconhecimento absurdo dos admiradores da arte, e outros que para alguns, nada acrescentam para o cinema, ou então o modo de como o atual se destaca na vida das pessoas mais velhas (analise o texto da não tão desenvolvida personagem de Emma Stone sobre o seu pai não existir por não possuir um Facebook e perceba como ele é afetado), ou o olhar do velho sobre o novo em relação ao Twitter e Youtube, que de repente, tornam alguém esquecível em uma pessoa conhecida novamente, e por fim o olhar maçante que o cineasta tem pelos críticos (Ratatouille, um abraço). Todas situações são bem atuadas e possuem diálogos engraçados e discursivos, mas acabam se tornando repetitivos. E se já não bastasse um roteiro que em vez de expor bastidores, releva um ensaio de uma única cena em um teatro. São temas interessantíssimos, de fato, e ficam melhores ao entender as circunstancias de porque deles existirem, mas infelizmente, acabam se tornando recorrentes e pessimistas.
Por fim, é um filme provocante, deveras ávido, cheio de
estrelas que vão dos atores até a brilhante parte técnica e com um roteiro
cheio de curiosidades e críticas sobre a arte. E apesar de toda entrega e do
amor transpostos pela tela, o filme se torna repetitivo até demais ao querer mostrar uma curiosa, mas cansativa
visão de mundo.

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