Pular para o conteúdo principal

A Existência do “Tempo”

Como será a vida de quem não baseia suas atividades nos ponteiros do relógio? Foi a partir desse pensamento que a psicóloga e pesquisadora Dauana Vale, 33, desenvolveu o documentário “O Tempo Inhamuns”, rodado em 2013. O interessante projeto comprova como a rotina imposta pelos padrões sociais e horários depende da realidade e localização do indivíduo.
                
Dauana é formada em Psicologia pela Universidade de Fortaleza, e membro do laboratório de estudos sobre ócio, trabalho e tempo livre (Otium). Natural de Tauá, suas pesquisas se direcionaram, desde 2012, à cidade de Inhamuns, sertão cearense, onde o curta documentário de aproximadamente 22min foi gravado.
                
A intenção do projeto é demonstrar como os fatores “tempo” e “cotidiano” são frutos da sociedade contemporânea localizada em grandes centros urbanos, sem peso considerável nas áreas rurais. Esse pensamento permanece forte em cada entrevista que é apresentada, introduzindo personagens com estilo de vida simples e sustento advindo, muitas vezes, de trabalhos manuais e da natureza.
                
O meio natural, inclusive, mostra-se um elemento importante para a vida em Inhamuns. Caça, pesca e criação de animais são as principais atividades dos moradores da região. Diferente da correria presente as grandes cidades, os entrevistados comprovam a autodeterminação de horários, com o Sol e as paisagens substituindo marcadores de tempo, tais como relógios e calendários. Dessa forma, a impressão é sempre de que o tempo passa depressa e de forma despercebida.

A pesquisa realizada por Duana serve como análise crítica da heterogeneidade de sociedades que, apesar de próximas, possuem pouco em comum, devido a grande quantidade de fatores que regem a movimentação da coletividade moderna.
                


         

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Leonard Nimoy, eterno Spock, morre aos 83 anos

A magia que um personagem nos passa, quando sincera, é algo admirável. Principalmente quando o ator fica anos trabalhando com a mesma figura, cuidando com carinho e respeitando os fãs que tanto o amam também. E, assim foi Leonard Nimoy . O senhor Spock de Jornada nas Estrelas , que faleceu ontem (27/02) por causa de uma doença pulmonar, aos 83 anos. O ator, diretor, escritor, fotógrafo e músico deixou um legado imenso para nós. E isso é algo que ele sempre tratou com muita paixão: a arte. A arte de poder fazer mais arte. E com um primor de ser uma boa pessoa e querida por milhares. E por fim, a vida atrapalhou tal arte. Não o eternizou como o seu personagem. Mas apenas na vida, pois no coração e na memória de todos, o querido Nimoy vai permanecer perpétuo nessa jornada. Um adeus e um obrigado, senhor Leonard Nimoy, de Vulcano. Comece agora, sua nova vida longa e próspera, onde quer que esteja.

O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos (2014) | Peter Jackson cumpre o que prometeu

    Não vamos negar que a trilogia O Hobbit possui grandes problemas. O que é uma pena, já que a trilogia anterior ( O Senhor dos Anéis ) não tem falha alguma. Contudo, o que tinha de errado em Uma Jornada Inesperada e Desolação de Smaug , o diretor Peter Jackson desfaz nessa última parte. O que é ótimo para os espectadores e crível para os adoradores da saga da terra-média de longa data.     O filme apresenta problemas diversos, por exemplo, um clímax logo na primeira cena (se é que você me entende) e um personagem que não consegue momento algum ser engraçado. Falhas como essas prejudicam o filme como todo. O roteiro, por ser o mais curto dos três, precisava de mais tempo em tela, e dessa forma, cenas e personagens sem carisma são usados repetidas vezes e com uma insistência sem ter porquês. Mas, em contra partida, O Hobbit e a Batalha dos Cinco Exércitos consegue ser mais direto, objetivo e simples que seus antecessores, que são longos e cheios de casos...

Filmes querem lhe enganar, não esqueça disso

Este texto não bem uma crítica, mas uma ponderação sobre o cinema enquanto uma ferramenta de afirmação. Podemos supor que o que leva uma equipe a gastar quase 100 milhões de dólares para contar uma história é principalmente acreditar nela. Veja só, por que filmes de guerra são feitos? Além do deslumbre de se tornar consumível uma realidade tão distante do conforto de uma sala com ar-condicionado, há a emoção de se  converter emoções específicas. Sentado em seu ato solitário, o roteirista é capaz de imaginar as reações possíveis de diferentes plateias quando escreve um diálogo ou descreve a forma como um personagem se comporta. Opinião: Filmes querem lhe enganar, não esqueça disso "Ford vs Ferrari", de James Mangold, é essencialmente um filme de guerra. Mesmo. Digo isso porque Ford vs Ferrari , de James Mangold , é essencialmente um filme de guerra. Mesmo. Aqui é EUA contra Itália que disputam o ego de uma vitória milionária no universo da velocidade. Ainda no iníci...