O filme, assim como tantos outros franceses, trata das relações humanas. Não necessariamente de bom agrado, mas com uma realidade que se torna cômica e que está presente na vida de muitos: o adultério. Gemma Bovery: A Vida Imita a Arte trata deste tema tão comum e conturbado da história do cinema francês.
O assunto é
usado com eficiência pela diretora Anne Fontaine que, através do roteiro, revela um texto
habilidoso e uma narração do protagonista que transforma todo filme em uma
graça de situações não engraçadas. Tudo consequência das boas atuações e dos
diálogos afiados que o roteiro possui.
A fotografia
acompanha os poucos cenários, a trilha sonora baixa e silenciosa segue os
passos da personagem do título e os diálogos transformam Gemma em uma deusa
que merece ser encontrada, disputada e protegida por todos que a amam. Isso é
usado de uma forma que consegue se distanciar dos demais. O plano é contar em
forma de comicidade o ato de adulterar e, ao acompanhar os protagonistas, o
texto, toda trilha baixa e a fotografia lenta e quente (se é que você me
entende), transformam-se em um drama, com algumas piadas disfarçadas e com um ar de diversão.
O problema é a obscuridade estabelecida no terceiro ato do longa que termina de maneira gratuita e aberta. A ideia de adulterar está presente no personagem que se apaixona ou ele já está tão preso ao casamento que quer se livrar na primeira “Gemma” que surgir em sua vida? Um tema humano que causa tantas dores se encerra de maneira calma e como se fosse algo correto, o que acaba não sendo a proposta inicial.
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