Admirável Mundo Novo é uma narrativa instigante e atormentadora. Um clássico escrito por Aldous Huxley e publicado em 1932. Trata-se de uma realidade futurista, onde a Terra é divida em dez grandes regiões administrativas. A população de seres humanos é separada em castas com traços distintos que são manipulados geneticamente. Todo ser humano é criado em tubos de ensaio e são adestrados comportamentalmente desde a mais tenra infância e são intoxicados coletivamente. Essa visão de um mundo antiutópico leva essa obra a um patamar de uma das principais do século XX, onde um futuro sombrio aguarda pela humanidade.
Romance futurista que nos intriga, gera uma profunda reflexão sobre como o totalitarismo pode caminhar, descreve de maneira sutil o desenrolar da face desse pesadelo. A lógica desse romance imita a lógica da história da humanidade. E Huxley desenvolve com maestria esse retrato que até hoje é perturbador, transformando o autor no criador de um clássico da literatura mundial.
Processo Bokanovyky, um ovo, um embrião e um adulto - é o normal. Assim são criados os seres humanos. Assim caminha a humanidade de Huxley, onde ninguém mais possui individualidade, tudo é padronizado, até o comportamento de cada um. Cada casta é separada no próprio processo de forma química ou física. Uma forma explicada é cortando oxigênio em determinadas fases para tornar as pessoas menos inteligentes.
Todos passam por um processo de condicionamento para garantir o respeito as leis impostas para que se conservasse a estabilidade e todos tomavam o soma, medicamento fornecido pelo governo para torná-los "felizes". Dependendo da sua casta, existe um condicionamento específico para que assim cada um esteja feliz dentro de suas possibilidades, gerando uma satisfação até mesmo para um ipsilon.
Nesse despertar, o romance nos apresenta Bernard Marx e Lenina Crowey, ele alfa-mais e ela beta. A sociedade é dividida em classes sociais: os alfas, os betas, os gamas, os deltas e os ipsilons. Lenina é uma moça beta, cumpre suas tarefas na fábrica e serve a todos os homens. Bernard, curioso, deseja sentir emoções, recusa-se a seguir as leis impostas, destoa da maioria da sua casta e por conta própria deixa de tomar o soma.
Lenina deseja acompanhar Bernard a uma viagem à Reserva de Selvagens, e Bernard ao pedir permissão ao Diretor para viajar descobre que o homem já esteve na reserva acompanhado de uma amante e que esta ficou perdida lá. Ao chegarem à reserva, Bernard e Lenina ficam horrorizados com a paisagem humana. Podre e fétida, as aldeias de selvagens organizam-se para rituais e em meio a um deles, Bernard e Lenina conhecem o jovem John, pois é o único que fala sua língua (o inglês).
John os apresenta à sua mãe, Linda, que descobrem ser uma mulher civilizada. Porém, sem tomar a ciência da Sociedade que torna a todos belos e com longevidade, Linda está gorda, por ter tido um filho não pode voltar para Sociedade. Ser mãe é algo obsceno à Sociedade, onde todos são produzidos e fabricados. John é um rapaz curioso, bonito, aprendeu a ler com Shakespeare, deseja ser livre e aprender mais sobre a vida. Acaba se apaixonando por Lenina, mas não demonstra desta forma, pois segue à risca os poemas do escritor inglês que lhe ensina a amar de maneira espiritual.
O desenrolar dessa história vai ficar para quem deseja ler esse livro instigante na íntegra. Não é de uma leitura fácil e palatável, mas extremamente recomendado para aqueles que desejem refletir sobre sociedade, respeito, liberdade e autonomia que todos queremos. Mas será que a humanidade caminha para esse desfecho sombrio?
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