Pular para o conteúdo principal

As Vantagens de ser Invisível | Em busca da felicidade



Publicado em 1999 e escrito por Stephen Chbosky, "As Vantagens de Ser Invisível" registra um momento na vida de Charlie, contado por meio de cartas que o garoto envia para uma pessoa anônima. Começando o ensino médio sozinho após seu melhor amigo Michael ter se suicidado, o jovem entra com seu passo tímido pelos corredores da escola com uma vontade: participar! E seu desejo parece finalmente acontecer quando ele conhece Patrick e Sam, dois irmãos postiços que parecem felizes o bastante para ajudá-lo nessa transição.

A estória conturbada é contada vez ou outra em uma quase poesia, que traz os pensamentos inocentes e sonhadores de Charlie narrados em uma linguagem simples e livre de formalidades. Contendo o amadurecimento do garoto, observamos o momento em que ele teve que finalmente parar de ignorar seu devaneio, que parecia eterno, e cair de cabeça para o mundo real, algo que ele tinha evitado por tempo até demais.

Entre "Nós aceitamos o amor que achamos merecer", "Nós somos infinitos" e "Não posso deixar de usar fio dental" , é possível entender o quão importante é seguir em frente, mesmo sem muitas vezes identificarmo-nos com os personagens geniais de Chbosky, que trabalha com estereótipos na medida certa e que nos traz um novo significado para o "ser invisível". Charlie não era aquela pessoa ignorada; pelo contrário, às vezes parecia ser notado até demais. O "invisível" era na verdade um secundário na própria vida, ao invés de protagonista. Alguém estava "lá" na teoria, mas que na prática parecia ser deixado pra trás.

Admito que, na primeira vez que li, deixei muitas mensagens passarem despercebidas, de forma que ler outra vez fora um requisito obrigatório. Já na terceira vez, fiz para apreciar a obra poderosa e pesada de um autor de primeira viagem que, de forma completamente gradual, foi tocando em pontos fracos que, querendo ou não, todas as pessoas possuem. Não se engane, o livro é simples e a estória é comum, mas a forma como é contada, por um secundário-protagonista que quer entender a vida como ela é, tornou esse livro que tinha tudo para ser ordinário tão especial.



Terminando o livro:

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Morte do Demônio (2013) | Reimaginação do "Conto Demoníaco"

The Evil Dead (EUA) Em 1981, Sam Raimi conseguiu realizar algo extraordinário. Com um orçamento baixíssimo (em volta de 1,5 mil), o diretor reinventou os filmes idealizados dentro de uma cabana com jovens e demônios. Além disso, ainda conseguiu fãs por todo o planeta que apreciavam a maneira simples e assustadora que o longa fora realizado. Em 2009, Raimi entrou em contato com Fede Alvarez por seu recente curta-metragem viral que rolava pela internet. A conversa acabou resultando na id eia de uma reinvenção do “conto” original de 1981. Liberdade foi dada à Alvarez para que tomasse conta da história. Percebe-se, a início, a garra deste para uma boa adaptação, no entanto, ainda peca por alguns problemas graves percebíveis tanto para quem é ou não é fã do original. Ao que tudo indicava, seria um Reboot. Mas se trata, na realidade, de uma (aparentemente) continuação audaciosa. A audácia já começa no pôster de divulgação: “O Filme Mais Aterrorizante que Você Verá Nesta Vida”...

Anúncio Oficial [Duas Faces do Cinema: Quarto Ato]

Desde que nós dois, Arthur Gadelha e Gabriel Amora, sentamos para decidir o nome do blog de cinema que escreveríamos a partir dali, e entramos no acordo que “Duas Faces do Cinema” intitularia o projeto, já sabíamos, mesmo sem dizer um para o outro, que ele não perduraria para sempre; não como principal. No entanto, assim que lançado, ainda com um fundo preto e branco, separando o casal principal do grande vencedor do Oscar, “O Artista”, a marca “Duas Faces do Cinema” ganhava espaço entre amigos e familiares.

Leonard Nimoy, eterno Spock, morre aos 83 anos

A magia que um personagem nos passa, quando sincera, é algo admirável. Principalmente quando o ator fica anos trabalhando com a mesma figura, cuidando com carinho e respeitando os fãs que tanto o amam também. E, assim foi Leonard Nimoy . O senhor Spock de Jornada nas Estrelas , que faleceu ontem (27/02) por causa de uma doença pulmonar, aos 83 anos. O ator, diretor, escritor, fotógrafo e músico deixou um legado imenso para nós. E isso é algo que ele sempre tratou com muita paixão: a arte. A arte de poder fazer mais arte. E com um primor de ser uma boa pessoa e querida por milhares. E por fim, a vida atrapalhou tal arte. Não o eternizou como o seu personagem. Mas apenas na vida, pois no coração e na memória de todos, o querido Nimoy vai permanecer perpétuo nessa jornada. Um adeus e um obrigado, senhor Leonard Nimoy, de Vulcano. Comece agora, sua nova vida longa e próspera, onde quer que esteja.