Pular para o conteúdo principal

O Clube (2015) | Diretor Pablo Larraín explana sobre a pedofilia acobertada na igreja


Iluminar onde há escuridão é uma preocupação que, atualmente, o cinema só trata se for sutil. Matar uma mitologia, uma criação, religião ou desconstruir o estereótipo é algo que, quem faz, é da forma mais delicada e discreta possível. Paul Thomas Anderson com o seu The Master causou barulho e garantiu de uma forma única apresentar uma nova religião e de deixar ao critério do público se é aconselhável ou não. Em El Club, filmado por Pablo Larraín, a trama começa com uma fotografia impecável e quase mudo ao apresentar uma religião que tinha tudo pra ser “desconstruída”, mas que foi exaustiva demais durante a mensagem.

Apresentações de ideias e fatos são expostos na tela de maneira repetitiva e piegas. O clichê (que não é problema) se recicla no próprio filme, algo que ocasiona um tédio constante em diálogos longos de como foi realizado um ato sexual grupal, a qual gasta minutos tentando chocar com palavras em vez de citar para uma pseudo reflexão após sessão.


Acompanhado de diálogos repetitivos, a fotografia, apesar de linda, cansa no segundo ato do filme, seguindo a trilha sonora (quando se dá o trabalho de tocar). O diretor exibe uma maestria em filmar poucos lugares com ângulos diferentes, fazendo o filme crescer artisticamente mais que muitos outros de 2015, gerando até um conforto na beleza e angustia pelo lugar sombrio e agressivo. Um mérito digno de reconhecimento, até o momento que as paisagens ficam mais escuras e com poucos propósitos discursivos. 


Com uma mensagem atual e importante para o cinema Américo latino, o filme chileno El Club apresenta uma linda forma de se filmar um longa-metragem, mas preguiçoso com os dois atos que se reciclam para chocar a todo instante com os diálogos do roteiro.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Leonard Nimoy, eterno Spock, morre aos 83 anos

A magia que um personagem nos passa, quando sincera, é algo admirável. Principalmente quando o ator fica anos trabalhando com a mesma figura, cuidando com carinho e respeitando os fãs que tanto o amam também. E, assim foi Leonard Nimoy . O senhor Spock de Jornada nas Estrelas , que faleceu ontem (27/02) por causa de uma doença pulmonar, aos 83 anos. O ator, diretor, escritor, fotógrafo e músico deixou um legado imenso para nós. E isso é algo que ele sempre tratou com muita paixão: a arte. A arte de poder fazer mais arte. E com um primor de ser uma boa pessoa e querida por milhares. E por fim, a vida atrapalhou tal arte. Não o eternizou como o seu personagem. Mas apenas na vida, pois no coração e na memória de todos, o querido Nimoy vai permanecer perpétuo nessa jornada. Um adeus e um obrigado, senhor Leonard Nimoy, de Vulcano. Comece agora, sua nova vida longa e próspera, onde quer que esteja.

O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos (2014) | Peter Jackson cumpre o que prometeu

    Não vamos negar que a trilogia O Hobbit possui grandes problemas. O que é uma pena, já que a trilogia anterior ( O Senhor dos Anéis ) não tem falha alguma. Contudo, o que tinha de errado em Uma Jornada Inesperada e Desolação de Smaug , o diretor Peter Jackson desfaz nessa última parte. O que é ótimo para os espectadores e crível para os adoradores da saga da terra-média de longa data.     O filme apresenta problemas diversos, por exemplo, um clímax logo na primeira cena (se é que você me entende) e um personagem que não consegue momento algum ser engraçado. Falhas como essas prejudicam o filme como todo. O roteiro, por ser o mais curto dos três, precisava de mais tempo em tela, e dessa forma, cenas e personagens sem carisma são usados repetidas vezes e com uma insistência sem ter porquês. Mas, em contra partida, O Hobbit e a Batalha dos Cinco Exércitos consegue ser mais direto, objetivo e simples que seus antecessores, que são longos e cheios de casos...

Filmes querem lhe enganar, não esqueça disso

Este texto não bem uma crítica, mas uma ponderação sobre o cinema enquanto uma ferramenta de afirmação. Podemos supor que o que leva uma equipe a gastar quase 100 milhões de dólares para contar uma história é principalmente acreditar nela. Veja só, por que filmes de guerra são feitos? Além do deslumbre de se tornar consumível uma realidade tão distante do conforto de uma sala com ar-condicionado, há a emoção de se  converter emoções específicas. Sentado em seu ato solitário, o roteirista é capaz de imaginar as reações possíveis de diferentes plateias quando escreve um diálogo ou descreve a forma como um personagem se comporta. Opinião: Filmes querem lhe enganar, não esqueça disso "Ford vs Ferrari", de James Mangold, é essencialmente um filme de guerra. Mesmo. Digo isso porque Ford vs Ferrari , de James Mangold , é essencialmente um filme de guerra. Mesmo. Aqui é EUA contra Itália que disputam o ego de uma vitória milionária no universo da velocidade. Ainda no iníci...