Iluminar onde há escuridão é uma preocupação que, atualmente, o cinema só trata se for sutil. Matar uma mitologia, uma criação, religião ou desconstruir o estereótipo é algo que, quem faz, é da forma mais delicada e discreta possível. Paul Thomas Anderson com o seu The Master causou barulho e garantiu de uma forma única apresentar uma nova religião e de deixar ao critério do público se é aconselhável ou não. Em El Club, filmado por Pablo Larraín, a trama começa com uma fotografia impecável e quase mudo ao apresentar uma religião que tinha tudo pra ser “desconstruída”, mas que foi exaustiva demais durante a mensagem.
Apresentações de ideias e fatos são expostos na tela de maneira repetitiva e piegas. O clichê (que não é problema) se recicla no próprio filme, algo que ocasiona um tédio constante em diálogos longos de como foi realizado um ato sexual grupal, a qual gasta minutos tentando chocar com palavras em vez de citar para uma pseudo reflexão após sessão.
Acompanhado de diálogos repetitivos, a fotografia, apesar de linda, cansa no segundo ato do filme, seguindo a trilha sonora (quando se dá o trabalho de tocar). O diretor exibe uma maestria em filmar poucos lugares com ângulos diferentes, fazendo o filme crescer artisticamente mais que muitos outros de 2015, gerando até um conforto na beleza e angustia pelo lugar sombrio e agressivo. Um mérito digno de reconhecimento, até o momento que as paisagens ficam mais escuras e com poucos propósitos discursivos.
Com uma mensagem atual e importante para o cinema Américo latino, o filme chileno El Club apresenta uma linda forma de se filmar um longa-metragem, mas preguiçoso com os dois atos que se reciclam para chocar a todo instante com os diálogos do roteiro.
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