Pular para o conteúdo principal

Under the Dome (2013) | A ameaça invisível de Stephen King

Baseado no livro de mesmo nome, Under the Dome, ou como é conhecido aqui no Brasil, Sob a Redoma, conta a história dos moradores da pequena cidade americana de Chester's Mill, no Maine, onde uma enorme e transparente cúpula indestrutível de repente os corta do resto do mundo. Sem acesso à internet, telefone e televisão, as pessoas presas dentro da redoma devem encontrar suas próprias maneiras de sobreviver com a diminuição dos recursos e as crescentes tensões. Enquanto as forças militares, o governo e os meios de comunicação posicionados fora da barreira tentam de alguma forma derrubá-la, o grupo de pessoas presas lá dentro tentam descobrir o que é essa redoma, o porque dela ter caído logo em Chester's Mill e de onde veio, e, por fim, quando (e se) ela vai embora. 

Não seria precipitação dizer que Stephen King é o autor mais adaptado da cultura literária dos Estados Unidos. Isso é notável, por sabermos que King tem uma vasta carreira no universo sobrenatural, tratando do ser humanos como o responsável pelas próprias desgraças diante de algo inacreditável. Sendo considerado o mestre do suspense, King sabe muito bem como isolar personagens para tirar proveito deles, assim o seu pior. 

Na primeira parte da primeira temporada, o enfoque era realmente na introdução dos personagens perante aquele recente acontecimento, mostrando seus envolvimentos, segredos e relações quando você não tem pra onde fugir e de certa forma é obrigado a se relacionar com os demais. Na segunda metade da temporada a redoma começa ser realmente o foco da série e ganhando destaque, surgindo assim coisas sobrenaturais e inexplicáveis, deteriorando ainda mais a relação dos personagens, tendo uma carga no drama psicológico gerando uma tensão nos telespectadores. 





Porém há uma coisa sobre Under the Dome que anda dividindo opiniões desde sua estreia. Apesar de o livro ser somente usado como base, a história da série foi totalmente alterada. Pra bom entendedor, meia palavra basta. Mas, com o decorrer do tempo acho que o público conseguiu separar o livro da série em si. Além do que o próprio escritor está participando da adaptação como produtor-executivo acompanhado de Steven Spielberg, portanto, tudo o que muda deve ter a aprovação de King

Alguns dos pontos negativos de Under the Dome é a atuação de alguns atores, que de certa forma não é satisfatória, como dos personagens Júnior, Melanie e entre outros. Outro ponto a ser destacado é os efeitos especiais não muito bem executados, mas devemos levar em consideração que no começo de uma série não se tem tanta verba assim pra esse tipo de coisa. Porem, comparando a outras produções por aí, não chega a ser algo tão horrível assim.

Mas também devemos levar em consideração a bela atuação de alguns atores. O personagem Big Jim (interpretado por Dean Norris) apesar de gerar o ódio nos telespectadores, é um dos melhores personagens, muito bem desenvolvido na trama. Não podemos deixar de citar Barbie (interpretado por Mike Vogel) e Julia (interpretada por Rachelle Lefevre), que são o ponto alto da série tanto na questão de personalidade, como de atitudes corretas exercidas. 


Big Jim: "Porra, Barbie!"

A primeira temporada terminou de uma forma bem impactante, Big Jim achando que foi enviado de Deus porque ele sobreviveu a um enforcamento quando todo mundo apagou no chão misteriosamente depois que a redoma ficou repentinamente preta. Muitas lacunas foram deixadas para serem explicadas em sua segunda temporada, e isso foi feito, porém novos mistérios foram introduzidos, e tudo isso em apenas 2 semanas que a redoma caiu. Talvez esse ritmo lento e ao mesmo tempo frenético seja a chave do sucesso de Under the Dome.

Na segunda temporada os personagens começam a entender um pouco melhor sobre o que se trata a redoma, e um novo “piloto” é introduzido na história. A saída de Barbie da redoma foi o ponto alto da temporada, acompanhado da questão do governo saber mais do que diz sobre isso tudo, mas a volta do Barbie à redoma trás novamente o suspense que a série gosta bastante de utilizar. Uma questão não muito bem explicada no decorrer das temporadas é o aparecimento de personagens de repente. A população da cidade é tão pequena e quando achamos que conhecemos todos, um novo personagem é introduzido na história como se eles sempre estivessem ali e só a gente não viu. Isso realmente incomoda, porque jogam uma desculpa esfarrapada e nós espectadores acabamos ter que engolir e aceitar. 

E cá está o final da segunda temporada e o início da terceira, Melanie levando todos da cidade para uma suposta saída da redoma, mas a verdade é que não há saída alguma porque senão a série acabaria né? Entre as promessas feitas pelos produtores para a 3 temporada estão a de que a série finalmente responderá por que a redoma caiu sobre Chester's Mill. 


Além dessa questão, prometeram também responder e amarrar diversas outras pontas soltas das duas temporadas anteriores. A resposta para as origens da redoma vai percorrer o passado da cidade e de seus moradores: “Por que 25 anos tiveram que se passar para que a redoma aparecesse? O que estava em jogo há 25 anos que iniciou isso?" Essa é uma das maiores questões que a série vai tratar. E mais, os telespectadores verão essas peças formarem um quebra-cabeça que pode ser diferente do que todos nós imaginávamos que seria.

Envolvida nesta questão cá está mais uma das novas personagens deste terceiro ano de Under the Dome, Christine Price, interpretada por Marg Helgenberger. Ela é uma residente da cidade, presa sob a redoma desde o começo da série, mas que só veio à tona agora. Ela é uma nova residente de Chester’s Mill, mas estava ali o tempo todo. Essa será a trama desta temporada, como isto é possível? A terceira temporada com seu episódio duplo não começou de forma satisfatória, sendo um início fraco pra a série. Mas sabemos que Under the Dome sempre surpreende no decorrer de seus episódios e o final de suas temporadas sempre são instigantes, fazendo assim os telespectadores continuarem acompanhando firmes e fortes. Agora é só esperar pra ver mais.

Barbie & Julia

Recapitulando: Under the Dome (2013) 

A ameaça invisível de Stephen King

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Leonard Nimoy, eterno Spock, morre aos 83 anos

A magia que um personagem nos passa, quando sincera, é algo admirável. Principalmente quando o ator fica anos trabalhando com a mesma figura, cuidando com carinho e respeitando os fãs que tanto o amam também. E, assim foi Leonard Nimoy . O senhor Spock de Jornada nas Estrelas , que faleceu ontem (27/02) por causa de uma doença pulmonar, aos 83 anos. O ator, diretor, escritor, fotógrafo e músico deixou um legado imenso para nós. E isso é algo que ele sempre tratou com muita paixão: a arte. A arte de poder fazer mais arte. E com um primor de ser uma boa pessoa e querida por milhares. E por fim, a vida atrapalhou tal arte. Não o eternizou como o seu personagem. Mas apenas na vida, pois no coração e na memória de todos, o querido Nimoy vai permanecer perpétuo nessa jornada. Um adeus e um obrigado, senhor Leonard Nimoy, de Vulcano. Comece agora, sua nova vida longa e próspera, onde quer que esteja.

Mad Max (1979) | O cinema australiano servindo de influência

Para uma década em que blockbusters precisavam ter muitos efeitos visuais e grandes atros do momento, como em Alien - O Oitavo Passagéiro , Star Wars , Star Trek  etc, George Miller teve sorte e um roteiro preciso ao provar que pode se fazer filme com pouco dinheiro e com um elenco de loucos.   Mad Max , de 1979, filme australiano com uma pegada  exploitation,  western e de filmes B, mas que conseguiu ser a estrada para muitos filmes de ação de Hollywood atualmente.   Miller, dirigiu, escreveu e conseguiu com um orçamento de 400 mil filmar um dos mais rentáveis do planeta. O custo do filme foi curto e assim, tudo foi pensado no roteiro e nos diálogos que o filme ia exibir. Como os textos sobre o futuro, humanidade e seu fim, e o Max do título. O filme é rodado com o Mel Gibson sendo o centro. Seus diálogos curtos demonstram o homem da época, e com uma apologia ao homem do futuro. Uma pessoa deformada pelas perdas e com a vontade de ter aquilo que não pode ter, e que resulta no

O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos (2014) | Peter Jackson cumpre o que prometeu

    Não vamos negar que a trilogia O Hobbit possui grandes problemas. O que é uma pena, já que a trilogia anterior ( O Senhor dos Anéis ) não tem falha alguma. Contudo, o que tinha de errado em Uma Jornada Inesperada e Desolação de Smaug , o diretor Peter Jackson desfaz nessa última parte. O que é ótimo para os espectadores e crível para os adoradores da saga da terra-média de longa data.     O filme apresenta problemas diversos, por exemplo, um clímax logo na primeira cena (se é que você me entende) e um personagem que não consegue momento algum ser engraçado. Falhas como essas prejudicam o filme como todo. O roteiro, por ser o mais curto dos três, precisava de mais tempo em tela, e dessa forma, cenas e personagens sem carisma são usados repetidas vezes e com uma insistência sem ter porquês. Mas, em contra partida, O Hobbit e a Batalha dos Cinco Exércitos consegue ser mais direto, objetivo e simples que seus antecessores, que são longos e cheios de casos como citei. E o real mo