Pular para o conteúdo principal

Ted 2 (2015) | Diretor e roteiro piegas ensinam como não filmar uma continuação

Seth MacFarlene adaptou-se tão facilmente à indústria, que sua maior criação cinematográfica entrou em um limbo tradicional em Hollywood: no esquecimento. Logo após o primeiro filme do ursinho politicamente incorreto, a crítica e bilheteria cederam créditos para o diretor seguir em frente com uma continuação. No meio do caminho, MacFarlene apresentou um dos mais fracos Oscar's dos últimos anos, dirigiu filmes e séries, com a participação de astros como Liam Neeson, e por fim, voltou ao Ted na pior forma possível.

Piadas podem ser agradáveis. Pode variar de pessoa e humor, mas quando se repete, o filme se torna cansativo, previsível e preguiçoso. Há uma piada, cômica na primeira vez, que se repete três vezes, outras, que seguem o mesmo rumo, continuam diminuindo a graça ao ser contada pela quarta ou quinta rodada de piadas esquecíveis. Sinal de reciclagem gratuita e desnecessária ao um filme que seria engraçado só com o ursinho falante em festas, como no primeiro filme.


E quando o longa-metragem arrisca-se em ser original, Marcfalene e seu roteiro usam do mais artificial clichê imaginável, cito, como exemplo, tribunais com depoimentos moralistas sobre minorias, términos de relacionamentos que atormentam o coadjuvante grande parte do filme, diálogos sobre amizades, etc. Originalidade quase inexistente tanto nas piadas como no tom proposto pelo roteiro. E apesar dos atores esforçados e divertidos, existem tramas desnecessárias e amadoras que transformam suas participações em buracos no roteiro que poderiam ser resolvidos, o que excluiria cerca de 20 minutos do filme, que possui 120.


Por conseguinte, fica claro o comodismo do roteiro de contar a mesma trama. O público sempre acredita em uma nova piada, vide a trilogia Se Beber não Case. E, há diversos arrogantes metidos a comediantes e cineastas, e por sorte, o diretor deste está longe disso, mas tratar o espectador como idiota ao contar a mesma piada é algo mais incorreto que o personagem título. 






Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Morte do Demônio (2013) | Reimaginação do "Conto Demoníaco"

The Evil Dead (EUA) Em 1981, Sam Raimi conseguiu realizar algo extraordinário. Com um orçamento baixíssimo (em volta de 1,5 mil), o diretor reinventou os filmes idealizados dentro de uma cabana com jovens e demônios. Além disso, ainda conseguiu fãs por todo o planeta que apreciavam a maneira simples e assustadora que o longa fora realizado. Em 2009, Raimi entrou em contato com Fede Alvarez por seu recente curta-metragem viral que rolava pela internet. A conversa acabou resultando na id eia de uma reinvenção do “conto” original de 1981. Liberdade foi dada à Alvarez para que tomasse conta da história. Percebe-se, a início, a garra deste para uma boa adaptação, no entanto, ainda peca por alguns problemas graves percebíveis tanto para quem é ou não é fã do original. Ao que tudo indicava, seria um Reboot. Mas se trata, na realidade, de uma (aparentemente) continuação audaciosa. A audácia já começa no pôster de divulgação: “O Filme Mais Aterrorizante que Você Verá Nesta Vida”...

Anúncio Oficial [Duas Faces do Cinema: Quarto Ato]

Desde que nós dois, Arthur Gadelha e Gabriel Amora, sentamos para decidir o nome do blog de cinema que escreveríamos a partir dali, e entramos no acordo que “Duas Faces do Cinema” intitularia o projeto, já sabíamos, mesmo sem dizer um para o outro, que ele não perduraria para sempre; não como principal. No entanto, assim que lançado, ainda com um fundo preto e branco, separando o casal principal do grande vencedor do Oscar, “O Artista”, a marca “Duas Faces do Cinema” ganhava espaço entre amigos e familiares.

Amor, Plástico e Barulho | SENSUALIDADE, CHORO E PAETÊS [por Gustavo Nery]

Brega: gênero musical popular brasileiro com raízes e destaque na região nordeste, caracterizado por suas músicas que misturam romance e sedução, e por suas cantoras excêntricas e de visual espalhafatoso. É nos bastidores dessa atmosfera que se desenvolve o drama “Amor, Plástico e Barulho” (2013), da diretora pernambucana Renata Pinheiro, e premiado em festivais como o de Brasília (2013) e Aruanda (2013). O longa-metragem foi exibido em Fortaleza pela primeira vez nessa sexta (13), como parte da II Mostra Cultura de Cinema Brasileiro. A trama do filme se desenrola em torno de Jaqueline (Maeve Jinkings), vocalista da banda Amor com Veneno , cuja carreira encontra-se em um patamar de incerteza, resultando em crises de alcoolismo e sintomas depressivos. Em contraponto, a jovem dançarina Shelly (Nash Laila), também integrante da banda, está determinada a atingir o sucesso e realizar o sonho de tornar-se cantora de Brega, independente das dificuldades que surgem em seu caminho. A...