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Blindspot (S01E01) | Uma mente apagada, um corpo de pistas

Esse foi o ano dos pilotos de séries vazarem na internet, e cá está Blindspot, série do canal NBC que vazou a algumas semanas. Logo de cara o piloto me deixou intrigada com a história e os rumos que ela poderia tomar. A série tem como produtor-executivo Greg Berlanti, que também é um dos criadores acompanhado de Martin Gero. Greg Berlanti é conhecido por seus trabalhos em Arrow, Flash e Mysteries of Laura.

Blindspot é centrada numa personagem que, no começo, é denominada de “Jane Doe” (ou como conhecemos o termo, João Ninguém), interpretada pela Jaimie Alexander. Ela é encontrada dentro de uma sacola de viagens no meio da Time Square em Nova Iorque, nua, com o corpo todo coberto por tatuagens. Ninguém sabe quem é ela, nem ela mesma, e não há nenhum registro de sua existência. As tatuagens de Jane foram feitas recentemente e na verdade são pistas de ameaças que precisam ser evitadas. A primeira grande pista está ligada diretamente ao agente do FBI, Kurt Weller (interpretado por Sullivan Stapleton). Seu nome está tatuado com letras garrafais nas costas de Jane. Logo, rapidamente se entende que eles precisam trabalhar juntos para desvendarem esse mistério.

Com o avanço das missões, Jane vai descobrindo mais e mais detalhes sobre ela mesma, o seu passado e o que representa tudo aquilo em seu corpo. Sua memória vai revelando flashes do seu passado, assim como ela vai descobrindo as suas habilidades, algo que será bem útil para solucionar as tramas e os mistérios. 

A trama em si não tem nada de muito inovador, mas se destaca positivamente por ser muito bem produzida e contar com um roteiro bem escrito, com bons diálogos e personagens cativantes. Jaimie Alexander, como era de esperar, incorporou bem a bipolaridade da situação que a personagem passa, sendo a escolha perfeita para o papel. Embora a memória da personagem tenha desaparecido, ela ainda misteriosamente manteve a memória cognitiva. Além disso, a personagem também tem as noções de moral intactas. Aceita ajuda, quer ajudar, e não aceita ser colocada em segundo plano quando descobre que pode ser mais útil que o esperado, até porque as situações que surgem podem levar ao descobrimento da sua origem. O que é claro que não acontece.






Blindspot surpreendeu no quesito de revelar algumas pistas de cara logo no piloto, algo que normalmente as séries não fazem. Logo de cara mostra-se a origem da personagem, porém não se explica, deixando tudo meio que incerto e vago para aguçar a curiosidade dos telespectadores, não tirando nem um pouco o mistério. Pelo contrário, acaba acrescentando drama e suspense na trama. 


No decorrer do episódio, Jane tem lampejos de quem é de forma automática e aleatória, o que mexe com o seu físico e também seu emocional de forma bastante intensa. Até então ela não sabe quem fez isso com ela, mas percebe que sabe fazer inúmeras coisas que surpreendem as pessoas ao seu redor e que não esperavam nada disso dela, como falar chinês, lutar e principalmente atirar. 

Blindspot no geral tem bastante potencial. A série recorre aos flashbacks, que dão a interação necessária para o intendimento do público sobre os mistérios, que são muitos. O mistério da origem de Jane Doe mexe tanto com nossas ideias, nos permitindo fazer inúmeras suposições sobre o que pode ter ou não acontecido, que nos instiga a continuar assistindo, querendo ou não, só pra saber onde tudo isso vai chegar. A ambientação da série é de certa forma sóbria e “dark”, para dar a seriedade de costume de uma série de policial. A trilha sonora não é a das mais inovadores, mas é eficiente. Além de tudo isso, se você quer mais uma vez se encantar com a atriz Jaimie Alexander, o piloto é uma excelente pedida.


Piloto: Blindspot

Uma mente apagada, um corpo de pistas

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