Clichês são inevitáveis.
O cinema existe há mais de um século e ideias se reciclam através de sussurros
que passam pelo tempo, e, só observamos logo após o fim da exibição do filme a
quantidade exume de cenas piegas. O que muda dentro da norma padrão cinematográfica
é como o clichê é realizado e quem o fez. Nocaute, o
novo filme com temática de boxe e superação nos faz recordar a todo instante de
filmes como Touro Indomável, Rocky e até mesmo, A Procura da Felicidade.
Tudo
está presente da maneira mais caótica e previsível possível, cito como exemplo,
o protagonista decair até não poder mais, da riqueza ir para a pobreza, cenas
de lutas sincronizadas que remetem há um programa televisivo, o clipe de
treinamento na academia, o técnico arrogante e ex-lutador, etc. O típico nuance do cinema de sobrepujamento está mais que presente na obra do
diretor Antoine Fuqua.
Um dos diferenciais nesse filme, dentro dos demais, é a atuação dedicada que Jake Gyllenhall
entrega. Seu personagem, que começa satisfeito com tudo que têm, perde tudo a
cada sequência, e isso poderia soar moralista e dramático demais, mas Jake
assume que o intérprete precisa de algo mais imponente que isso. Horas o protagonista mal consegue falar por decorrência de suas derrotas na vida e na profissão, o que revela uma
entrega que abusa do absurdo de tanto amor e sofrimento pelo mesmo. Por seguimento, todo elenco de apoio colabora em atuações boas, vide a filha do
personagem protagonista, interpretada por Oona Laurence, que garante uma das
melhores atuações “mirins” dos últimos anos.
Por
conseguinte, é fácil notar a deriva do clichê e da boa dedicação. Todo roteiro
abraça o nocaute sofrível do personagem com a trilha melancólica e fotografia
escura e claustrofóbica de sua vida, resultando em uma obra aceitável e bonita,
até mesmo, para quem admira clichês bem pensados, como eu.
Comentários
Postar um comentário
Deixe sua opinião!