Pular para o conteúdo principal

O Teorema Katherine | A teoria de tudo (ou pelo menos das Katherine's)

Deitado na banheira, após ser dispensado pela décima nona Katherine, Colin só queria ser deixado sozinho (ou pelo menos que a garota ligasse para dizer que sentia muito e o queria de volta). Mas, claro, isso não aconteceu. Era logo após a formatura e parecia que nada podia animar o garoto prodígio. Quer dizer, quase nada. Hassan, seu melhor amigo, parecia ter outra ideia. Uma viagem de carro sem destino parecia ser a solução mais simples para resolver o complicado problema do coração partido de Colin, ou pelo menos para explicar porque sua paixão só se concretizava com garotas com o nome Katherine. Nada de Catherines, Katys, Kathelyn. Somente Katherines.

Após dirigir para o Sul, Colin encontra algo que chama atenção de seus olhos: O túmulo do Arquiduque Ferdinando, que parece estar em uma cidadezinha chamada Gutshot. E é naquela pequena cidade que o garoto começa o que pode ser "o momento eureca" de sua vida. A criação de um teorema que explique o porquê das Katherines não aguentarem relacionamentos pode transformar sua vida, mas não exatamente do jeito que ele imaginava. E quando Colin e Hassan conhecem Lindsey, bom... Podemos afirmar que a viagem fica muito mais interessante,

John Green não poupa esforços para trazer um personagem original em O Teorema Katherine, livro de 2006. Mas, infelizmente, não alcança esse objetivo. Colin perde todo o seu brilho de protagonista para Lindsey e vira quase um personagem secundário. A espiritualidade da garota ofusca o brilho que tanto queríamos ver no prodígio, principalmente na construção de seu tão precioso teorema, e toma as rédeas do livro, tornando-se a condutora principal da história.

Mas, apesar desse erro quase fatal, não deixo de apreciar esse livro bem humorado e descontraído que tenho em mãos. Os diálogos engraçados e a escrita simples transformam o livro num passatempo perfeito para os leitores de pouco tempo. A obra até consegue ser lida em uma tarde, da mesma forma que o livro Todo Dia (Cheque a Resenha!), e a originalidade antes perdida do protagonista é encontrada e redobrada em seu enredo que, de tão diferente e criativo, não nos deixa opção, a não ser saborear a escrita do nosso querido "João Verde".


Colin, quando descobre uma Katherine: 

Comentários

  1. Adorei a resenha! Pela primeira vez vi alguém que conseguiu gostar desse livro e não falar mal da história haha.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Deixe sua opinião!

Postagens mais visitadas deste blog

Leonard Nimoy, eterno Spock, morre aos 83 anos

A magia que um personagem nos passa, quando sincera, é algo admirável. Principalmente quando o ator fica anos trabalhando com a mesma figura, cuidando com carinho e respeitando os fãs que tanto o amam também. E, assim foi Leonard Nimoy . O senhor Spock de Jornada nas Estrelas , que faleceu ontem (27/02) por causa de uma doença pulmonar, aos 83 anos. O ator, diretor, escritor, fotógrafo e músico deixou um legado imenso para nós. E isso é algo que ele sempre tratou com muita paixão: a arte. A arte de poder fazer mais arte. E com um primor de ser uma boa pessoa e querida por milhares. E por fim, a vida atrapalhou tal arte. Não o eternizou como o seu personagem. Mas apenas na vida, pois no coração e na memória de todos, o querido Nimoy vai permanecer perpétuo nessa jornada. Um adeus e um obrigado, senhor Leonard Nimoy, de Vulcano. Comece agora, sua nova vida longa e próspera, onde quer que esteja.

O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos (2014) | Peter Jackson cumpre o que prometeu

    Não vamos negar que a trilogia O Hobbit possui grandes problemas. O que é uma pena, já que a trilogia anterior ( O Senhor dos Anéis ) não tem falha alguma. Contudo, o que tinha de errado em Uma Jornada Inesperada e Desolação de Smaug , o diretor Peter Jackson desfaz nessa última parte. O que é ótimo para os espectadores e crível para os adoradores da saga da terra-média de longa data.     O filme apresenta problemas diversos, por exemplo, um clímax logo na primeira cena (se é que você me entende) e um personagem que não consegue momento algum ser engraçado. Falhas como essas prejudicam o filme como todo. O roteiro, por ser o mais curto dos três, precisava de mais tempo em tela, e dessa forma, cenas e personagens sem carisma são usados repetidas vezes e com uma insistência sem ter porquês. Mas, em contra partida, O Hobbit e a Batalha dos Cinco Exércitos consegue ser mais direto, objetivo e simples que seus antecessores, que são longos e cheios de casos...

Filmes querem lhe enganar, não esqueça disso

Este texto não bem uma crítica, mas uma ponderação sobre o cinema enquanto uma ferramenta de afirmação. Podemos supor que o que leva uma equipe a gastar quase 100 milhões de dólares para contar uma história é principalmente acreditar nela. Veja só, por que filmes de guerra são feitos? Além do deslumbre de se tornar consumível uma realidade tão distante do conforto de uma sala com ar-condicionado, há a emoção de se  converter emoções específicas. Sentado em seu ato solitário, o roteirista é capaz de imaginar as reações possíveis de diferentes plateias quando escreve um diálogo ou descreve a forma como um personagem se comporta. Opinião: Filmes querem lhe enganar, não esqueça disso "Ford vs Ferrari", de James Mangold, é essencialmente um filme de guerra. Mesmo. Digo isso porque Ford vs Ferrari , de James Mangold , é essencialmente um filme de guerra. Mesmo. Aqui é EUA contra Itália que disputam o ego de uma vitória milionária no universo da velocidade. Ainda no iníci...