Pular para o conteúdo principal

Sicario - Terra de Ninguém (2015) | Villeneuve impressiona na qualidade

Sicario
Sicario – Terra de Ninguém é um filme absurdamente tenso, bem executado, irreverente e com uma trama, que apesar de comum, é totalmente desconcertante. Os filmes anteriores do diretor, como Os Suspeitos e O Homem Duplicado, possuíam histórias sem grandes novidades, mas eram bem escritos e montados, gerando uma revolta por tremenda incoerência da academia não premiar estes trabalhos. Já que os prêmios no fim do ano possuem uma valia de "status", espero que roteiro, fotografia e o Benicio Del Toro tenham, ao menos, indicações.

Denis Villeneuve fez um filme de bastante incômodo. O diretor abre com um tom de terror, induz a ansiedade e a constrói até o ato final. Sem artificialidades, o diretor cria, através da montagem ágil e da música elegante, uma obra irretocável. Cito, como exemplo, a cena da avenida em Juárez, que é cinema de qualidade. Câmera sem tremer, trilha incomparável e fotografia invejável de diversos outros filmes do mesmo tema. A tensão é mais óbvia que um filme de horror, o que gera incômodo sem chocar. E, quando choca, o longa se torna melhor.

A fotografia de Roger Deakins, assim como as suas outras obras, é de admirar e de recordar até após o filme. Acompanhando a trilha sonora, que causa desconforto e gera inquietação por tamanha apreensão. Já os atores estão dedicados, vide Del toro, com o seu jeito calmo, sossegado, e ao mesmo tempo, inconfortável que consegue surpreender em sua atuação, garantindo, a melhor do ano, até agora.

A cinematografia atesta um dos melhores trabalhos do diretor por consequência do texto primoroso, que acompanha a parte técnica espetacular e dos atores que não ficam em posições posteriores. A dedicação exercida em suas atuações são entregues na melhor forma possível.

Sicário – Terra de Ninguém é um filme árduo de assistir, mas ao mesmo tempo é daqueles que queremos testemunhar novamente logo após sua finalização. Algo não muito usual em 2015.

Avaliação: 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Morte do Demônio (2013) | Reimaginação do "Conto Demoníaco"

The Evil Dead (EUA) Em 1981, Sam Raimi conseguiu realizar algo extraordinário. Com um orçamento baixíssimo (em volta de 1,5 mil), o diretor reinventou os filmes idealizados dentro de uma cabana com jovens e demônios. Além disso, ainda conseguiu fãs por todo o planeta que apreciavam a maneira simples e assustadora que o longa fora realizado. Em 2009, Raimi entrou em contato com Fede Alvarez por seu recente curta-metragem viral que rolava pela internet. A conversa acabou resultando na id eia de uma reinvenção do “conto” original de 1981. Liberdade foi dada à Alvarez para que tomasse conta da história. Percebe-se, a início, a garra deste para uma boa adaptação, no entanto, ainda peca por alguns problemas graves percebíveis tanto para quem é ou não é fã do original. Ao que tudo indicava, seria um Reboot. Mas se trata, na realidade, de uma (aparentemente) continuação audaciosa. A audácia já começa no pôster de divulgação: “O Filme Mais Aterrorizante que Você Verá Nesta Vida”...

Anúncio Oficial [Duas Faces do Cinema: Quarto Ato]

Desde que nós dois, Arthur Gadelha e Gabriel Amora, sentamos para decidir o nome do blog de cinema que escreveríamos a partir dali, e entramos no acordo que “Duas Faces do Cinema” intitularia o projeto, já sabíamos, mesmo sem dizer um para o outro, que ele não perduraria para sempre; não como principal. No entanto, assim que lançado, ainda com um fundo preto e branco, separando o casal principal do grande vencedor do Oscar, “O Artista”, a marca “Duas Faces do Cinema” ganhava espaço entre amigos e familiares.

Leonard Nimoy, eterno Spock, morre aos 83 anos

A magia que um personagem nos passa, quando sincera, é algo admirável. Principalmente quando o ator fica anos trabalhando com a mesma figura, cuidando com carinho e respeitando os fãs que tanto o amam também. E, assim foi Leonard Nimoy . O senhor Spock de Jornada nas Estrelas , que faleceu ontem (27/02) por causa de uma doença pulmonar, aos 83 anos. O ator, diretor, escritor, fotógrafo e músico deixou um legado imenso para nós. E isso é algo que ele sempre tratou com muita paixão: a arte. A arte de poder fazer mais arte. E com um primor de ser uma boa pessoa e querida por milhares. E por fim, a vida atrapalhou tal arte. Não o eternizou como o seu personagem. Mas apenas na vida, pois no coração e na memória de todos, o querido Nimoy vai permanecer perpétuo nessa jornada. Um adeus e um obrigado, senhor Leonard Nimoy, de Vulcano. Comece agora, sua nova vida longa e próspera, onde quer que esteja.