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No Coração do Mar (2015) | Mais profundo que “história de pescador”


In the heart of the sea (EUA)
Ron Howard consegue transformar personagens reais em algo além do padrão. James Hunt, David Frost, e John Nash são heróis que estão presentes em seus filmes e são desenvolvidos nos momentos certos. Há um dinamismo entre efeitos, ação, drama, suspense e aventura de viver com esses personagens reais. Ou algo fantasioso, dependendo do seu ponto de vista. O que não é diferente da baleia de No coração do mar.

O envolvimento com o personagem digital, que possui pouco espaço durante a exibição do filme, é de uma simplicidade impecável. O roteiro nos apresenta os seus heróis e os desenvolve a cada instante sem grandes mudanças. Sabemos seus passos e suas intuições, o que torna o segundo ato previsível. Até o momento em que surge o vilão do filme, a baleia cachalote branca. Desse modo, seria comum torcer por seus protagonistas que tanto sofrem, mas desejamos mais aparição da baleia que, apesar de tímida, assusta em todos os atos.

Os efeitos são todos exibidos de maneiras diferentes para, além de mudar as cenas de ação do filme, o trabalho da equipe ser menor. Cito, como exemplo, a primeira sequência ser durante a noite, ou o fato de que as baleias aparecerem com uma contra plongée de dentro d’água e, é claro, a baleia antagonista surgir em curtos períodos e sempre com ângulos diferentes que não revelem totalmente a criatura.

Ron Howard dirige as suas sequências de ação em movimentos ágeis e com maestria ao optar por diversos ângulos variados. A edição, absurdamente inteligente, cria um caos muito bem controlado. A mixagem de som, como em muitos filmes do diretor, é digna de prêmios consagrados da academia por ser totalmente empolgante na forma em que é conduzida por Roque Banõs

A fotografia combina perfeitamente com o tom dos efeitos que o filme propõe. Antonhy Dod Mantle casa com o visual estabelecido durante todo o longa-metragem, no caso, com a baleia. Grande parte é verde musgo e com tons obscuros remetendo a claustrofobia do espaço imenso que a geografia apresenta. Dessa forma, a constituição de elementos, como a união entre parte técnica e de atores, é irretocável.

Os atores passam bem a imagem que cada personagem exige. Chris Hemsworth e Bredan Gleeson dão um peso energético e obrigatório ao filme, carregando desenvolvimentos constantes e apego aos seus personagens. Seja em personificação, com o apoio de maquiagem, figurino e emagrecimento dos atores, ou em características de compaixão, simpatia e amor. O roteiro exige participações exemplares de todos e pelo menos uma cena memorável, cada personagem possui.

Diferenças criativas

Moby Dick” é um livro de ficção, escrito por Herman Melvile. O autor, interpretado por Ben Wishaw está em todo momento realizando indagações sobre os acontecimentos ao personagem de Thomas Nickerson. O herói, que estava presente na aventura, explana todos os acontecimentos catárticos que ocorrem em sua luta pela sobrevivência, mas há uma falta de ideologia clara em desenvolvimento do personagem de Wishaw.

Não houve um ponto chave na narração do filme que exemplificasse de onde elevou-se a inspiração do autor em escrever sobre tudo isso, o que resulta em desgaste. Pois há pausas incansáveis durante a trama hibrida, o que não é de fácil compreensão o motivo da escolha do diretor.

Por fim, apesar do problema em pausar e detalhar o ocorrido através dos olhos do narrador e do ouvinte, o filme apresenta uma aventura cheia de longos e intensos momentos de apreensão pelo que está sendo visto na tela. Isso vale a experiência de se envolver com um personagem totalmente digital dentro de um filme forte em atuações e elementos técnicos.

Avaliação:


Comentários

  1. É as histórias que definitivamente ver novamente. Em suma, "In the heart of the se " é um espetáculo visual muito interessante que recebe cenas específicas com força suficiente. Além disso, o filme também adiciona duas reflexões interessantes: em primeiro lugar, com Melville como eixo sobre o ato de escrever, sobre o medo de nossa própria incapacidade ea luta interna entre revelando e inventar, entre a transmissão da verdade e da captura da essência; ea segunda, sobre os interesses comerciais eternas e a tirania do dinheiro.

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