Pular para o conteúdo principal

Star Wars - O Despertar da Força (2015) | Star Wars vivo novamente

Star Wars: The Force Awakens (EUA)
A infeliz verdade é que O Despertar da Força possui dias de existência e um dos melhores filmes de todos os tempos (segundo diversos críticos e públicos de diferentes gerações), têm quase quatro décadas de vidaO Império Contra-Ataca. Isso interfere no aprecio pelo novo filme comandado por J.J Abrams, pois se não fosse por isso, o episódio 7 já seria considerado um clássico como qualquer outro da trilogia original. Pode não chegar perto da importância dos anteriores, mas é competente ao ponto de ser conhecido como Star Wars honesto. 

Se George Lucas fez o que fez com a trilogia nova, J.J consegue transformar tudo em um saudosismo de competência. Diversos filmes que passaram durante o ano de 2015 foram grandiosos ao replicarem os seus antecessores, cito, como exemplo, Jurassic World e O Exterminador do Futuro que foram divertidos enquanto eram consumidos, mas que são diferentes da erudição absurda que esse roteiro apresenta.

Seu principal erro é esse. Ser como foi para outra geração e contar uma história que é totalmente clichê, estereotipada, fácil etc. Mas quando são realizados da maneira correta, o prazer do entretenimento é incomparável. Aliás, quem disse que clichê e previsibilidade são problemas dentro da sétima arte? O roteiro do filme revela justamente o inverso. O Despertar da força é totalmente inspirado e copiado de Uma Nova Esperança e, além disso, é trabalhado de uma maneira mais icônica e apaixonante. O arquétipo característico da velha e conhecida “jornada do herói” de Joseph Campbell nunca foi explorada de uma maneira tão satisfatória como no novo filme.

Prova disso são os personagens. J.J entendeu do que Star Wars se trata. Os efeitos complementam a história, mas nunca chegou a conta-la. Luke, Leia, Han Solo e turma são partes do coração da saga. Mérito de Lucas e dos diretores dos episódios 5 e 6 que entenderam isso ao contarem uma trama bem desenvolvida e com influencias úteis. J.J fez o mesmo. O roteiro desenvolve perfeitamente bem os seus personagens e os atores se esforçam ao ponto de emocionar em diversas passagens. Uma competência do diretor em explorar as características de todos, o que resulta em excelentes atuações e em um imenso aprecio.

O diretor e sua equipe de roteiristas aceitaram a essência que a franquia possui e casaram de uma maneira perfeita a habilidade de trabalhar efeitos digitais com os práticos. Diversos personagens estão lá com quilos de maquiagem, máscaras e figurinos reais ao ponto de convencer que há monstros atuando com os humanos. E se não fosse só isso, o diretor optou por construir cenários e ir à locações gravar como Lucas fez em 1977. O filme fica mais real, borrachão e foge do que os outros fazem atualmente.

A parte técnica, por sinal, não fica atrás do roteiro. A trilha inspirada de John Williams desperta sentimentos por ser tão elegante. A fotografia belíssima de Daniel Mindel e a montagem ágil são dignas de grandes premiações. Toda parte técnica garantem sequências memoráveis e ficam presentes mesmo após o filme encerrar.

Por fim, a competência investida no episódio 7 supriu as expectativas. Há um reboot disfarçado claramente de continuação. A história é a mesma, o episódio 4 está presente no 7. No entanto, o filme funciona tão bem com elementos batidos, que o trabalho torna-se exemplar dentro do mercado de cinema blockbuster. 

Avaliação:

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Leonard Nimoy, eterno Spock, morre aos 83 anos

A magia que um personagem nos passa, quando sincera, é algo admirável. Principalmente quando o ator fica anos trabalhando com a mesma figura, cuidando com carinho e respeitando os fãs que tanto o amam também. E, assim foi Leonard Nimoy . O senhor Spock de Jornada nas Estrelas , que faleceu ontem (27/02) por causa de uma doença pulmonar, aos 83 anos. O ator, diretor, escritor, fotógrafo e músico deixou um legado imenso para nós. E isso é algo que ele sempre tratou com muita paixão: a arte. A arte de poder fazer mais arte. E com um primor de ser uma boa pessoa e querida por milhares. E por fim, a vida atrapalhou tal arte. Não o eternizou como o seu personagem. Mas apenas na vida, pois no coração e na memória de todos, o querido Nimoy vai permanecer perpétuo nessa jornada. Um adeus e um obrigado, senhor Leonard Nimoy, de Vulcano. Comece agora, sua nova vida longa e próspera, onde quer que esteja.

O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos (2014) | Peter Jackson cumpre o que prometeu

    Não vamos negar que a trilogia O Hobbit possui grandes problemas. O que é uma pena, já que a trilogia anterior ( O Senhor dos Anéis ) não tem falha alguma. Contudo, o que tinha de errado em Uma Jornada Inesperada e Desolação de Smaug , o diretor Peter Jackson desfaz nessa última parte. O que é ótimo para os espectadores e crível para os adoradores da saga da terra-média de longa data.     O filme apresenta problemas diversos, por exemplo, um clímax logo na primeira cena (se é que você me entende) e um personagem que não consegue momento algum ser engraçado. Falhas como essas prejudicam o filme como todo. O roteiro, por ser o mais curto dos três, precisava de mais tempo em tela, e dessa forma, cenas e personagens sem carisma são usados repetidas vezes e com uma insistência sem ter porquês. Mas, em contra partida, O Hobbit e a Batalha dos Cinco Exércitos consegue ser mais direto, objetivo e simples que seus antecessores, que são longos e cheios de casos...

Filmes querem lhe enganar, não esqueça disso

Este texto não bem uma crítica, mas uma ponderação sobre o cinema enquanto uma ferramenta de afirmação. Podemos supor que o que leva uma equipe a gastar quase 100 milhões de dólares para contar uma história é principalmente acreditar nela. Veja só, por que filmes de guerra são feitos? Além do deslumbre de se tornar consumível uma realidade tão distante do conforto de uma sala com ar-condicionado, há a emoção de se  converter emoções específicas. Sentado em seu ato solitário, o roteirista é capaz de imaginar as reações possíveis de diferentes plateias quando escreve um diálogo ou descreve a forma como um personagem se comporta. Opinião: Filmes querem lhe enganar, não esqueça disso "Ford vs Ferrari", de James Mangold, é essencialmente um filme de guerra. Mesmo. Digo isso porque Ford vs Ferrari , de James Mangold , é essencialmente um filme de guerra. Mesmo. Aqui é EUA contra Itália que disputam o ego de uma vitória milionária no universo da velocidade. Ainda no iníci...