Pular para o conteúdo principal

Shadowhunters S01E01 | Todas as lendas são verdadeiras


Pra quem não sabe, a série Shadowhunters estreou dia 12 de janeiro. Produzida pela Freeform e exibida no Brasil um dia depois de sua exibição nos Estados Unidos pela Netflix. A série é baseada nos livros de Cassandra Clare, Os Instrumentos Mortais, e contará em sua primeira temporada com 13 episódios. Assim que o episódio piloto foi exibido, a Freeform liberou o segundo episódio em seu site e aplicativo, para que fosse assistido, mas o mesmo ficou apenas disponíveis nos EUA. Para outros países, incluindo o Brasil o episódio será exibido apenas no dia 20 pela Netflix.

Mas essa não é a primeira tentativa de adaptação da saga. Na verdade, em 2013 foi lançado um filme denominado Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos, protagonizado por Lily Collins, que foi um fracasso de bilheteria e crítica, engavetando assim o projeto e o aguardado Cidade das Cinzas nunca aconteceu. A ABC Family comprou os direitos e anunciou a série em maio de 2015, e quase 1 ano depois estreou finalmente a série que foi chamada de Shadowhunters, que significa caçadores de sombras. 

Ao longo dos 13 episódios desta temporada inicial, acompanharemos Clary Fray, que descobre em seu aniversário que vem de uma longa linhagem de Caçadores de Sombras, híbridos humano-anjos que caçam demônios. Quando sua mãe Jocelyn é sequestrada, a garota e seu melhor amigo Simon são jogados num mundo de caça aos demônios com o misterioso Jace Wayland e seus “irmãos” Isabelle e Alec Lightwood. Agora vivendo entre fadas, feiticeiros, vampiros, lobisomens, entre outros seres, Clary começa sua jornada enquanto aprende mais sobre seu passado e o que seu futuro pode estar lhe reservando. 

Era de se esperar que muita alteração referente ao livro para série seriam feitas. Para quem leu o livro pode ser algo ruim, mas se você deixar isso de lado e assistir como se fosse algo independente, isso não será de grande importância, principalmente porque algumas mudanças deixaram o piloto mais interessante, dando ganchos para o futuro da série. A primeira parte do piloto tem um bom ritmo de construção narrativa. Da metade pro final os acontecimentos ganham um ritmo muito acelerado, jogando as informações de qualquer jeito.


Algo importante a ser mencionado é o elenco em si. As atuações deixaram a desejar, principalmente da protagonista Clary interpretada por Katherine McNamara, que é o centro da história e, por isso, deveria ser a melhor atuação do elenco. Mas não é só dela que se faz o elenco. Muitas outras atuações não foram satisfatórias, todas as falas pareciam meio forçadas, como se tivessem só falando e não sentindo realmente aquilo. A atuação no filme de 2013 foi algo bastante questionado pela crítica na época e a série não fica por baixo. Há muito a ser trabalhado. Mas temos que elogiar também quem merece ser elogiado: a atuação do personagem Simon, interpretado por Alberto Rosendo, é bastante satisfatória, dando esperanças que nos próximos episódios os outros atores entrem no ritmo e encarnem os personagens. 

A questão física e a caracterização, por outro lado, é bastante fiel. Só de olhar para os atores, parece que os personagens saíram literalmente das páginas dos livros. A produção da série mesmo com um orçamento limitado conseguiu de certa forma transmitir e nos levar aos cenários dessa história. Mas algo a se melhorar são os efeitos especiais bastante rudimentares. Há bastante cor ao matar os demônios, na magia, como vimos de Magnus ao tirar a memória de Clary, ou até mesmo nas armas que pareciam mais um sabre de luz fajuto. 


Era de se esperar algo mais obscuro, como nos livros, ou como o próprio nome da saga, Instrumentos Mortais. No geral, estava tudo muito colorido. Essas “falhas” nos efeitos especiais, não em todo o piloto, claro, não seria de fato um problema se o restante compensasse as limitações de orçamento. Mas por outro lado, a maquiagem, o figurino e os cabelos dos personagens se enquadraram bem em cada um dos espaços e atmosferas.

Mas ainda há muito pra acontecer e ver, não devemos julgar uma série só pelo primeiro episódio. Acredito que a série em si tem um grande potencial, sendo em apenas em seu piloto melhor que o filme de 2013. Dependendo da trajetória da narrativa e de uma melhor atuação dos atores, Shadowhunters tem tudo para ser renovada. Tem uma história interessante como base e fãs fiéis da saga, então só nos resta esperar os próximos episódios. 

Piloto: Shadowhunters

Todas as lendas são verdadeiras 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Leonard Nimoy, eterno Spock, morre aos 83 anos

A magia que um personagem nos passa, quando sincera, é algo admirável. Principalmente quando o ator fica anos trabalhando com a mesma figura, cuidando com carinho e respeitando os fãs que tanto o amam também. E, assim foi Leonard Nimoy . O senhor Spock de Jornada nas Estrelas , que faleceu ontem (27/02) por causa de uma doença pulmonar, aos 83 anos. O ator, diretor, escritor, fotógrafo e músico deixou um legado imenso para nós. E isso é algo que ele sempre tratou com muita paixão: a arte. A arte de poder fazer mais arte. E com um primor de ser uma boa pessoa e querida por milhares. E por fim, a vida atrapalhou tal arte. Não o eternizou como o seu personagem. Mas apenas na vida, pois no coração e na memória de todos, o querido Nimoy vai permanecer perpétuo nessa jornada. Um adeus e um obrigado, senhor Leonard Nimoy, de Vulcano. Comece agora, sua nova vida longa e próspera, onde quer que esteja.

Mad Max (1979) | O cinema australiano servindo de influência

Para uma década em que blockbusters precisavam ter muitos efeitos visuais e grandes atros do momento, como em Alien - O Oitavo Passagéiro , Star Wars , Star Trek  etc, George Miller teve sorte e um roteiro preciso ao provar que pode se fazer filme com pouco dinheiro e com um elenco de loucos.   Mad Max , de 1979, filme australiano com uma pegada  exploitation,  western e de filmes B, mas que conseguiu ser a estrada para muitos filmes de ação de Hollywood atualmente.   Miller, dirigiu, escreveu e conseguiu com um orçamento de 400 mil filmar um dos mais rentáveis do planeta. O custo do filme foi curto e assim, tudo foi pensado no roteiro e nos diálogos que o filme ia exibir. Como os textos sobre o futuro, humanidade e seu fim, e o Max do título. O filme é rodado com o Mel Gibson sendo o centro. Seus diálogos curtos demonstram o homem da época, e com uma apologia ao homem do futuro. Uma pessoa deformada pelas perdas e com a vontade de ter aquilo que não pode ter, e que resulta no

O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos (2014) | Peter Jackson cumpre o que prometeu

    Não vamos negar que a trilogia O Hobbit possui grandes problemas. O que é uma pena, já que a trilogia anterior ( O Senhor dos Anéis ) não tem falha alguma. Contudo, o que tinha de errado em Uma Jornada Inesperada e Desolação de Smaug , o diretor Peter Jackson desfaz nessa última parte. O que é ótimo para os espectadores e crível para os adoradores da saga da terra-média de longa data.     O filme apresenta problemas diversos, por exemplo, um clímax logo na primeira cena (se é que você me entende) e um personagem que não consegue momento algum ser engraçado. Falhas como essas prejudicam o filme como todo. O roteiro, por ser o mais curto dos três, precisava de mais tempo em tela, e dessa forma, cenas e personagens sem carisma são usados repetidas vezes e com uma insistência sem ter porquês. Mas, em contra partida, O Hobbit e a Batalha dos Cinco Exércitos consegue ser mais direto, objetivo e simples que seus antecessores, que são longos e cheios de casos como citei. E o real mo