Rush (UK) |
Nos últimos anos, a Fórmula 1
tem perdido a audiência que era certa nas manhãs de domingo (pelo menos no
Brasil). Com os adventos da tecnologia, assim como sua evolução, a partir da
metade da década de 1990, a essência, adrenalina e o reais riscos de morte que
os pilotos corriam foram perdidos. Rush: No Limite da Emoção é uma biografia
que retrata a rivalidade entre dois pilotos famosos, na época em que a Fórmula
1 era um esporte aclamado por um vasto público ao redor do mundo, de todas as
idades e perfis.
Responsável pela direção, Ron
Howard trouxe ao drama central toda adrenalina que os pilotos sentiam ao entrar
na pista de corrida. Com uma ótima direção, facilmente faz o espectador que não
entende de automobilismo vibrar com as vitórias. E os que entendem ficam ainda
mais extasiados. Os planos detalhes minuciosos que o diretor abrange, unidos à
câmera lenta, nos transmite a sensação que o piloto sente: a adrenalina e a
concentração. Juntamente com a montagem, que transpõe sublimemente tudo que Howard quer para o filme. Todo desenvolvimento da trama e dos protagonistas, o
piloto inglês James Hunt (Chris Hemsworth) e o piloto austríaco Niki Lauda
(Daniel Brühl), foi bem desempenhado no roteiro de Peter Morgan, que recebeu a
contribuição do real Niki Lauda, hoje com 67 anos.
A dualidade entre os dois
pilotos e suas obsessões por vitória são claras desde a primeira cena, momentos
antes da corrida em que Lauda sofreu o acidente. A trama se inicia, no entanto,
no momento em que Lauda e Hunt se conhecem, numa corrida de Fórmula 3. O
desenvolvimento da rivalidade entre eles se baseia na razão e emoção, em que
Lauda se mostra extremamente calculista, centrado e preciso, enquanto Hunt era o
mulherengo, piloto por amor e, muitas vezes, explosivo. Nada disso seria obtido
sem as magníficas atuações de Brühl e Hemsworth, visto que ambos conseguiram reviver os
pilotos de forma que faz o espectador sentir-se nos anos 70, acompanhando tudo
aquilo ao vivo. E isso se evidencia ao dividir o espectador, sem saber para
quem vai sua torcida, quando, na verdade, ambos possuem seus momentos de
glória.
O visual dos anos 1970 foi
contribuído pela belíssima fotografia, que se mostra com cores saturadas e
contrastantes, como o vermelho dos carros e dos uniformes, e o céu azul. Além
disso, o design de produção fez um belo trabalho ao retratar todos os carros,
roupas, pistas da época. O som alto do ronco dos motores, do piso no
acelerador, da marcha sendo mudada e dos pneus rasgando nas pistas, e ainda a agitada
trilha sonora composta por Hans Zimmer enaltecem ainda mais o longa.
Rush é um filme que vai além da trama da história real. Howard aborda os bastidores, a evolução dos pilotos e seus respectivos
questionamentos, e evidencia que, além de qualquer rivalidade que existiu ali,
há um grande respeito mútuo. Isso se comprova no último plano, em que os dois
carros lado a lado se dissipam e o horizonte comum entre eles permanece. É um
filme que emociona em muitos sentidos e homenageia duas personalidades importantes
para o esporte automobilístico.
Avaliação:
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