The Jungle Book (EUA) |
Com
a responsabilidade de fazer um bom trabalho com o último filme que Walt Disney
produziu antes de sua morte, Jon Favreau parece estar à vontade ao mostrar uma direção equilibrada que valoriza todo espetáculo
visual do filme. A trama, apesar de mais intensa, respeita o filme clássico de
1967, e nos dá boas fundamentações para seus personagens e bons desfechos para
algumas falhas que existem no original. Ainda, a crítica social do filme
enfatiza que este é feito para todos.
Mesmo
em grande quantidade, os personagens possuem personalidades caricatas, e para
todos existe uma função clara ali. O desafio é difícil, afinal, Favreau não
poderia deixar de colocar ninguém. Do difícil, então, resulta que se poderia
explorar mais do universo de Mogli, não satisfazendo apenas a pequena aparição da
cobra Kaa (voz de Scarlet Johansson) e com as poucas cenas de amizade entre
Mogli (Neel Sethi) e Balu (voz de Bill Murray). Além disso, é perceptível a
dificuldade que o filme possui de encontrar seu tom. A busca do intermédio
entre a ação na floresta e o infantil da animação deixa o espectador oscilando
entre picos de um filme sério, com mortes, lutas e trama pesada, e de um filme
família, com músicas e piadas, deixando em aberto no que o filme se define.
Problemas
a parte, é inegável que Mogli é um filme lindo. O CGI impecável nos faz imergir
na floresta, e o 3D valoriza tudo isso. O design de árvores, plantas, pedras,
toda vida botânica presente corrobora a qualidade da computação gráfica do filme.
Ainda conta com uma belíssima trilha sonora, que exalta os momentos tensos e
contagia nos momentos felizes. A forma como os animais falam, movem e se
expressam convence de que aquilo é real. O trabalho de dublagem
incrível supre com as expectativas, Bill Murray, Ben Kingsley, Idris Elba,
Lupita Nyong’o, Christopher Walken, Scarlet Johansson e Giancarlo Esposito são alguns dos nomes
que trazem vidas aos seus personagens. E claro, o garoto que interpreta Mogli,
Neel Sethi, nos dá uma boa e competente atuação, com trejeitos que, de fato, lembram o clássico personagem caricato.
Mogli
– O Menino Lobo cumpre com seu compromisso. É divertido, intenso, engraçado e lindo. Favreau nos fez um grande favor entregando uma obra que
fez parte de muitas infâncias, e agora fará parte de outras. É um
filme gostoso de se assistir, que nos faz deleitar em seu visual. Mogli é um
belo espetáculo que merece ser visto na grande tela, afinal, “o extraordinário
é demais”.
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