Irrational Man (EUA) |
Homem
Irracional, filme de
2015 dirigido por Woody Allen, é um trabalho que demonstra que a
falta de interesse e/ou esforço na originalidade, roteiro e cinematografia
torna a obra em algo irrelevante, o que, infelizmente, de vez em quando impede
que um artista mereça aplausos.
O que já é
um insulto não enxergar o cineasta como um artista competente. Sua capacidade
em lançar um filme por ano é digna de todos os reconhecimentos imagináveis
diante de tantas outras produções padronizadas que são lançadas anualmente.
Dito isso, é inevitável que em algum momento o cineasta não lançasse um
trabalho medíocre.
A comédia,
no entanto, cresce o imaginário do diretor. O tema que já foi tão bem abordado
em trabalhos anteriores, como Mach Point e Crimes e
Pecados, se destaca por apresentar um elenco dedicado, o que exibe a
boa escolha do diretor em usar os talentos contemporâneos.
Joaquin
Phoenix, por
exemplo, interpreta o protagonista Abe Lucas, como o personagem que foi feito
para ser odiado, mas que não conseguimos por consequência de suas desilusões,
dores e simpatia por seus atos, apesar de serem autodestrutivos. Emma
Stone, por outro lado, invoca uma adolescente com dúvidas que, mesmo com
clichês e ofensas, são sinceras devido ao talento da atriz.
Já a
fotografia assinada por Darius Khondji possui uma paleta
pastel que mostra um clima romântico e que desenvolve a história de modo que
a ambientação não fique cansativa. Assim como a montagem, que é ágil, e a
edição, que assina a narrativa de forma acessível e divertida. Isso,
infelizmente, não pode ser dito sobre a música que abusa da mesma canção (The In
Crowd) durante todos os atos da projeção sem a contextualização na cena, o que
prejudica o ato, seja ele cômico ou dramático.
O diretor,
desse modo, apresenta preguiça para com os seus elementos tão preciosos. Os
atores esforçados, depois de certo momento, passam a exibir a mesma expressão
em situações felizes ou intensas, assim como os diálogos que se tornam
artificiais depois de tantas conversas expositivas que o roteiro apresenta de modo estereotipado, o que demonstra mais um retrocesso do que habilidade.
E, por fim,
eis que o terceiro ato se aproxima de maneira anti-climática e que torna o
filme mais preguiçoso e apressado do que ele já é. O gosto amargo que fica no
fim é, pelo menos, racional.
Avaliação:
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