Jornada nas Estrelas VI: A Terra Desconhecida (1991) | O melhor "até logo" que a série podia proporcionar
Star Trek VI: The Undiscovered Country (EUA) |
Depois de viagens ao desconhecido em busca de Deus,
vinganças, perseguições espaciais e resgates de baleias, a franquia com o
elenco principal, que já era família desde 1966, enfim, alcançou o seu final
consagrado com um dos melhores filmes da série.
E o adeus, por mais que seja doloroso, foi feliz. Kirk,
Spock, McCoy, Scotty, Uhura e Sulu se despedem de forma digna, em um filme excepcional de ficção cientifica e poético para os amantes de literatura, já que a
obra cita inúmeras vezes Shakespeare, começando pelo título retirado de Hamlet.
A Terra Desconhecida, sendo o último, possui tudo que sempre
caracterizou (bem) a série. O filme, que tem em sua direção Nicholas Meyer, de
A Ira de Khan, traz aqueles planos que fizeram a série nascer clássica, com reviravoltas,
assassinatos, fugas, batalhas espaciais, críticas e outros aspectos que tornam
o filme em um entretenimento que deu a origem a tantos outros trabalhos bem
realizados na década de 90, o que inclui, de praxe, humor, suspense e
muita ação espacial.
Além dos 25 anos da série, o filme trata de questões atuais e
inteiramente discutíveis, o que já vale o trabalho. A Queda do Muro de Berlim
no espaço é apresentada de forma icônica, com os personagens que encarnam a crítica. E, pra completar, existem outras citações, como o vazamento
nuclear em Chernobil, na Ucrânia, o que claramente rivaliza com as críticas
ácidas que as três temporadas tiveram.
O elenco, por sua vez, é de uma elegância e talento sem
tamanho. William Shanter, diferente do filme anterior, surpreende o espectador
em seu desenvolvimento que eleva o filme e todos os outros personagens que
também possuem os seus crescimentos, como DeForest Kelley e Nichelle Nichols, com
os seus momentos divertidos e que não são gratuitos para a trama.
Já a parte técnica persegue a excelência do roteiro e do
elenco, o que comprova a competência do diretor. A personalidade criada com a
fotografia de Hiro Narita, por exemplo, é de uma magnificência irrepreensível, com as
suas ambientações distintas e identidades próprias, o que dualiza bem com a
trilha, composta por Cliff Eidelmen, que é imponente e nostálgica.
A montagem, envolvente como em muitos filmes da série, falta
adjetivos para caracterizar a sobriedade e boa escolha de cenas que deixam a película enxuta e coesa com tantos personagens, tramas paralelas e conflitos para
o trabalho de encerramento.
Por conseguinte, A Terra Desconhecida é uma triste e aceitável
despedida que a tripulação da NCC-1701 merecia. Uma aula de cinema em uma
década que, convenhamos, não tiveram tantas. Gene Roddenberry, falecido um mês
antes de estrear, assistiu o filme no estúdio e, certamente, ficou com um
imenso sorriso no rosto.
Avaliação:
Amei todas as resenhas. Obgggg <3
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