Harry Potter and the Chamber of Secrets (U.K) |
A segunda parte logo de cara
já traz um roteiro mais denso e sem diálogos expositivos como no filme
anterior. Steven Kloves, o mesmo roteirista do original, nos apresenta os seus
protagonistas sem exposição e com muito mais intimidade que antes, o que
ocasiona um desenvolvimento de personagens mais justo para cada um,
além de aumentar as camadas dos coadjuvantes, como o professor alvo Dumbledore
e Severus Snape.
Desse modo, a trama flui com
passagens bem mais naturais e sem repetições de situações do primeiro filme. O mistério
é outro e a diversão em torno do mesmo só aumenta. No entanto, podendo contar
com um bom material de origem e com um roteiro fiel, o diretor necessitava de
uma equipe dedicada para elevar o universo do bruxo para as telas. Refletindo
sobre isso, a dimensão das criaturas, dos corredores do castelo e das aventuras
enfrentadas pelos heróis são expandidas ao máximo com uma direção de arte competente, que traz realismo aos detalhes do lado da movimentação de câmera extraordinária
que entende a dimensão do lugar habitado por eles.
Além disto, o elenco é
primoroso e formidável. Os astros do original retornam e, mesmo com
desenvolvimentos interessantes, outros personagens são apresentados e
brilhantemente colocados do melhor modo na trama, como Jason Isaacs e Kenneth
Branagh, com as suas características distintas e tons divertidíssimos. Por fim, Richard
Harris se despede da série e da sétima arte com esforço e segurança ao mostrar
que era um ator extremamente dedicado, como podemos observar na cena em que o
seu personagem surge mais jovem e que ele muda o seu tom de voz para um contraste
mais óbvio e elegante.
A direção, acompanhando o
ritmo, se esforça e expõe as suas habilidades técnicas perfeitamente. Exemplo claro,
é a trilha sonora de John Williams que ecoa em momentos alegres e em outros de
pura tensão, sem soar repetitiva ou banal. Assim como a montagem que deixa o
filme com 162 minutos de atos habilidosamente bem estruturados, sem sequências
em vão ou diálogos tolos.
Por conseguinte, o avanço foi
perceptível, e o vasto, rico e belíssimo universo ficou em boas mãos nestes dois
ótimos primeiros filmes. Felizmente.
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