![]() |
| Spiderman: Homecoming (EUA) |
Com outro reboot lançado pela Sony Pictures, neste caso a encargo de Jon Watts ("A Viatura", 2015) o super-herói "cabeça de teia" volta aos cinemas. Desta vez, ele retorna carregando um grande diferencial: a Marvel, famosa gigante dos quadrinhos que é responsável pela criação do personagem e teve que vendê-lo anos atrás para a própria Sony, detém novamente do controle criativo sob ele. E foi a partir desta parceria entre os dois estúdios que "Homem-Aranha: De Volta ao Lar" (2017) nasceu, trazendo referências à situação já em seu próprio título, e assim introduzindo o tão popular Homem-Aranha no Universo Cinematográfico Marvel (Ou "MCU", para os íntimos). E a proposta, como esperado por alguns fãs do gênero, surpreende de forma bastante positiva.
Diferente dos outros dois "filmes de origem" já lançados sobre o personagem, que foi previamente interpretado por Tobey Maguire (entre 2002 e 2007) e Andrew Garfield (entre 2012 e 2014), esta versão não perde muito tempo em explicar como Peter Parker (desta vez, Tom Holland) conquistou seus poderes de aracnídeo, explorando o super-herói a partir dos eventos de "Capitão América: Guerra Civil" (2016), filme em que faz sua primeira aparição dentro do MCU. Encarnado em um jovem de 15 anos nesta adaptação, Parker agora deve provar (para os outros heróis e para si mesmo) que é digno de toda a importância que os outros salvadores extraordinários (lê-se aqui: "Os Vingadores") conquistaram, enquanto lida com suas obrigações estudantis e o turbilhão de eventos e emoções que caracterizam a adolescência. Para isto, empenha-se em derrotar o vilão Abutre (Michael Keaton), uma espécie de contrabandista de armas alienígenas.
Rejuvenescer o herói teioso é, talvez, um dos principais trunfos deste "De Volta ao Lar": explorando toda uma gama de aspectos que caracterizam esta nova geração, envolta por tantas tecnologias e humor memeático (fatores também típicos das produções Marvel), o longa-metragem consegue captar aspectos modernos do cotidiano e ainda assim explorar muito bem a personalidade bem-humorada e divertida do super-herói.
Há o frescor jovem — e até referências — dos filmes adolescentes e colegiais que dominaram a "Sessão da Tarde" brasileira, desde "Curtindo a Vida Adoidado" (1986) e "Clube dos Cinco" (1985), ambos de John Hughes, até o hit "Meninas Malvadas" (2004), o que ajuda na construção de um teor nostálgico. Fazendo também em seu título uma alusão aos tradicionais bailes que acontecem em escolas estadunidenses, a produção certifica-se de que todos os clichés deste gênero de cinema estão lá: o próprio baile, a festa na casa suburbana, a garota estranha, a mesa dos populares no refeitório... mas, de forma inteligente, eles ecoam como novidade em um filme de outro gênero (o de super-heróis), não só entretendo bem, mas entregando de forma bastante sutil o discurso de poderes e responsabilidades versus desejos e deveres da vida pessoal, elemento que é uma das mais evidentes discussões em torno do Homem-Aranha. Apesar de às vezes os personagens parecerem inteligentes ou fortes demais para a idade, a decisão ainda é um ponto positivo para o time de roteiristas, que contou com nada menos do que seis profissionais.
O intérprete da vez, Tom Holland ("Z: A Cidade Perdida", 2016), mostra muito bem que dá conta dos desafios de interpretar um personagem tão popular. A ideia de ter um Peter Parker adolescente talvez tivesse sido um fracasso sem ele. Esbanjando carisma, disposição e timing cômico, o jovem astro brilha e aproveita ao máximo esta oportunidade que ganhou dos grandes estúdios de Hollywood. Não só ele entrega uma atuação divertida e competente, como todo o elenco, incluindo o ótimo Michael Keaton ("O Fundador", 2016) e o imenso time de coadjuvantes, que conta, entre muitas estrelas, com Marisa Tomei ("Amor a Toda Prova", 2011) como a tia May Parker; Zendaya ("Zapped", 2014) como a estranha e inteligente Michelle "MJ"; a estreante Laura Harrier como Liz Allan, interesse amoroso de Peter e, ainda, Robert Downey Jr. ("Capitão América: Guerra Civil", 2016) como o herói Homem de Ferro (que felizmente não rouba a cena) e Jon Favreau ("Chef", 2014) como Harold "Happy" Hogan, seu assistente. A boa química entre todos é perceptível no resultado de suas performances.
Em meio aos vários pontos positivos, "De Volta ao Lar" pode decepcionar em suas cenas de ação. Desinteressantes, as batalhas são longas e tornam-se até massantes de assistir. A impressão é de que foram desenvolvidas para encher (ainda mais) o filme com computação gráfica. Felizmente, a trilha do mestre Michael Giacchino ("Zootopia", 2016) melhora as coisas e até reconstrói de forma empolgante a canção-tema do super-herói. Além do score, as faixas com vocais consistem em músicas que combinam com a atmosfera jovem do filme, trazendo um ritmo alegre.
"Homem-Aranha: De Volta ao Lar" consegue ser um típico summer movie, daqueles que você assiste com os amigos em uma tarde de férias, e ao mesmo tempo honrar a essência de seu personagem-título, adaptando de forma moderna e ainda assim atraente seus quadrinhos e série de televisão. Por trazer um novo discurso, não desmerece os filmes anteriores do herói aracnídeo, e talvez seja o longa-metragem Marvel com mais referências aos anteriores de seu Universo Cinematográfico. Entrega toda a irreverência e diversão que promete, atingindo êxito e tornando o público satisfeito e ansioso para as produções futuras com seu protagonista cheio de teias.



É super bom! Eu realmente fiquei ansiosa quando vi o trailer, e agora mais ansiosa pelos próximos filmes. Acho que esse primeiro filme com Tom Holland é um dos melhores filmes de Marvel, tem uma boa história, atuações maravilhosas e um bom roteiro. Amei desde que eu vi o novo trailer Homem Aranha. Considero que outro fator que fez deste um grande filme foi a atuação de Michael Keatin, seu talento é impressionante. O elenco realmente foi grande. Se vocês são amantes dos filmes de Marvel, este é um filme que não devem deixar de ver.
ResponderExcluir