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Game of Thrones - 7ª Temporada (2017) | O meio do fim

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O termo fanfic nunca foi tão associado a uma série como foi com Game of Thrones em sua sétima temporada. Os defensores acreditam que o grande culpado seja o seu criador, George R.R Martin, uma vez que não concluiu nenhuma nova obra da saga. Outros apontam para os showrunners, David Benioff e D.B Weiss, que, por mais tolos que tenham sido em algumas situações, merecem o reconhecimento de adaptarem algo inadaptável, como aconteceu com Watchmen: O Filme ou com a franquia O Senhor dos Anéis em outros anos.

Retornando ao termo fanfic, que significa um conto escrito por fãs sobre a saga amada, e a adaptação de As Crônicas de Gelo e Fogo, muitos, inclusive aqueles presentes em grupos de internet, acusam a banalidade que tornou a série em algo inconsistente, com o exemplo do dragão de gelo e do casal que muitos odeiam shipar, mas acabam shipando. Shipar, por outro lado, significa torcer para que duas pessoas formem um casal.

Inclusive, através de dois termos que se popularizam na rede mundial de computadores, o meu texto rivaliza com aqueles que, apesar de aceitarem que a série deve ir por outro rumo dos livros, não aceitam que escolhas precisam ser feitas. Enquanto Martin escreve os seus livros lentamente, os produtores fizeram trabalho de formiguinha ao ponto de alcançar e ultrapassar o produto original, o que orgulhou muitos fãs nerds espalhados pelo mundo.

Já a sétima temporada, apesar de incongruências repetitivas, como os personagens se teletransportando e outros sendo descartados depois de anos desaparecidos, continua a trilhar o caminho plantado por Martin. Uma vez que possui sete episódios, o período ficou corrido e sem tempo para desenvolver climas e ambientações como outrora. Esse tempo já passou. Tempo, por sinal, que nunca foi simultâneo na série e/ou nos livros.

Já o desenvolvimento dos personagens principais, ou os que sobraram, foram eficazes e narrativamente coesos, como pode ser visto no quarto episódio (Os Desejos da Guerra) quando Jaime Lannister tenta matar Daenerys Targaryen pelas costas ou quando Jon Snow, vestido como o seu pai, ameaça outro personagem no templo dos Starks. Já Daenerys, depois de anos construindo um meio de ser justa, é espelhada, em vários momentos, como o seu pai, um louco assassino.

O roteiro, por outro lado, segue o caminho mais fácil. Apesar de rimas visuais, a série facilitou alguns passos dos personagens, como aquele do quinto episódio (Atalaialeste), em que todos andaram, cavalgaram e remaram em um curto espaço de tempo, o que trouxe desconforto, ainda que a série sempre mostre o que significa elipse.

Já a música de Ramin Djawadi é um absurdo sonoro, visto que apresenta uma melancolia arrebatadora e um tom épico cada vez mais empolgante, o que rende inúmeros momentos intensos de união entre protagonismo, montagem e música. Os efeitos continuam perfeitos, o que, felizmente, já se tornou um clichê comparar com os modelos de CGI da sétima arte.

Eis que encontramos os dois últimos episódios (Além da Muralha e O Dragão e o Lobo), conhecidos por seus Deus Ex-Machina (outro termo folclórico que se tornou popular com a internet). Para começar, como o White Walker jogou uma lança/míssil com tanta precisão no peito do dragão? Como Gendry alcançou a muralha tão rápido? Como Jon se tornou de um herói a um personagem estúpido quando se trata de estratégia? Por que Daenerys não chorou com a morte de seu filho? São momentos que, depois de 70 horas, não precisamos mais conferir. A série respondeu todos os momentos polêmicos, que se fosse um filme seria um erro grotesco, visto que sendo série, nós temos que perdoar por causa das horas investidas anteriormente.

Os planos de batalha e outros de paisagens, no entanto, se destacam quando o roteiro evita algumas explicações. A batalha no rio de gelo, por exemplo, é uma aula de tensão, assim como o momento de Sansa Stark enfrentando, finalmente, Petyr Baelish, que garantiu uma atuação eficaz do ator Aidan Gillen, apesar de desejarmos a sua morte. Outro momento especial, e lembrado por todos, é a montagem eficaz que mostra Bran Stark contando a verdade sobre Jon, enquanto que o mesmo se debruça nos braços de Daenerys. Já Theon Greyjoy, personagem com inúmeras camadas na série e nos livros, oferece um retorno digno ao ator Alfie Owen-Allen, que sempre mostrou competência em seus momentos dramáticos.

Tudo de mão beijada é ruim, e, pelo que parece, fica pior quando recebemos devagar. Ou seria o contrário? Depois de sete anos ficamos diante de um show que parou a internet e popularizou muitos termos ditos por nerds oldshocool. Mas GOT popularizou os nerds também. E esse grupo nunca foi fácil de agradar. Inclusive, já que o show é a série do fanservice (olha só, outro termo) e da fanfic, onde está Lady Stoneheart? Fica no ar. 

Crítica:  Game of Thrones - 7ª Temporada (2017)

 O meio do fim

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