Há pouco mais de um ano, era divulgado o trailer do novo filme de super-heróis a ser lançado em 2017. Não era Marvel, não era DC, tampouco Fox ou Sony. Os Guardiões, filme russo do gênero, causou tanto entusiasmo e falatório nas redes sociais que foi carinhosamente apelidado de “Os Vingadores Russo”. De fato, o apelido até faria sentido, se Os Guardiões se assumisse como sátira do maior sucesso da Marvel.
Na verdade, o principal fator que diferencia Os Guardiões de
uma real sátira é porque ele se leva a sério até demais. Com uma narrativa
forçada de Andrey Gavrilov somada à
direção
nada original de Sarik Andreasyan, o
filme encontra soluções tolas para justificar os acontecimentos. Em menos
de 10 minutos, vemos os heróis do grupo sofrerem as experiências genéticas e,
duas sequências seguintes, um general russo em uma reunião relatando tudo que é
preciso saber para acompanhar a história, graças à incompetência do roteiro em
desenvolver uma trama e seus personagens.
Por falar nos personagens, toda sua concepção é ruim, visual
e narrativamente. Ainda que haja um homem com cabeça de urso, a execução é tão
brega que o filme cai nas armadilhas de erros de continuidade (de onde aquele
homem-urso tira tantas calças novas?) e a atuação tosca traz um drama forçado
que não cativa o público, a não ser pelo riso de incredulidade.
Isso se torna
mais sintomático nas cenas do vilão genérico, que tenta parecer com o Bane (Batman – Cavaleiro das Trevas Ressurge),
falando dos seus planos que, àquela altura, você já não se importa. A obra beira o ridículo quando tenta justificar as decisões de roteiro tomadas através
da ação, com cenas quase que copiadas de filmes de super-heróis famosos, como a
clássica quebra de coluna que o Batman sofre nos quadrinhos, adaptada pelo Christopher Nolan na sua trilogia do
homem-morcego.
No mais, Os Guardiões foi uma tentativa falha e mal executada
de lançar o cinema russo em um dos gêneros mais rentáveis do cinema. Talvez
Esquadrão Suicida Russo seja um apelido mais condizente. A frase “seria cômico,
se não fosse trágico” nunca serviu tão bem para um filme.
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