Pular para o conteúdo principal

Piloto: Young Sheldon (2017) | O Desafio

A aguardada série focada na infância de Sheldon Cooper estreou nessa segunda-feira (24). O percursor desse projeto foi o próprio Jim Parsons, que interpreta o personagem adulto em The Big Bang Theory. Com mesmos criadores, Chuck Lorre e Steven Molaro, a proposta de Young Sheldon é simples: contar a história de um menino de apenas 9 anos que, por ser tão inteligente, já está começando a cursar o ensino médio. 

Piloto: Young Sheldon (2017)

O Desafio


Por ter Síndrome de Asperger, além do seu jeito diferente, que incluem sua incapacidade de entender sarcasmo, dificuldade de interação social e, obviamente, sua imensa inteligência, Sheldon conquistou o público com sua vida adulta em The Big Bang Theory, e não poderia ser diferente em sua infância, sendo interpretado por Iain Armitage

Desde que saiu a confirmação da série pela CBS, muita especulação e preocupação em virtude da atuação do jovem ator Iain foi feita. Por ter que reinterpretar um personagem bem conhecido pelo grande público e consagrado pela atuação de outro ator, muitos diziam que ele não daria conta e o personagem perderia sua essência. Logo nos primeiros minutos de episódio percebe-se que ele dá, sim, conta do recado. Armitage já se mostra um ator talentoso, mesmo muito jovem, representando com bastante firmeza uma porção de caraterísticas que enxergamos na versão adulta de seu personagem, especialmente na voz e na postura.

Young Sheldon foca nos maneirismos e particularidades de uma dinâmica familiar. Mais do que ser sobre Sheldon, a série é sobre como lidar com um gênio quando essa convivência é inevitável. A série retrata todas essas particularidades com uma maior seriedade do que o personagem é em The Big Bang Theory, mas sem deixar o humor de lado, sendo um pouco mais leve e um tanto menos forçado. Intercalando muito bem os dois momentos, o processo se torna natural.

Os membros de sua família são tão importantes na série como o pequeno Sheldon, mostrando o quão vitais eles são para a construção do enredo. E são as interações entre eles que fazem da série algo potencialmente interessante. Dito isso, temos que destacar as atuações de Zoe Perry, no papel de Mary e Lance Barber, no papel de George, mãe e pai de Sheldon respectivamente. Os pais são pessoas comuns querendo viver suas vidas medianas, mas são impedidos pelo filho atípico, que por sua vez se sente deslocado em seu próprio lar. 

É bastante estimulante para os espectadores tentar entender essas relações, e o que os une é a visão de cada um perante esses inúmeros acontecimentos. Rendendo, além das cenas cômicas, outras um tanto emocionantes, já que o roteiro da série aproveita para intensificar a importância desses raros momentos de carinho em cenas bem colocadas, como quando Sheldon pergunta ao seu pai se ele está triste por ter pedido o emprego e, ao perceber isso, na oração do jantar tira a luva para segurar pela primeira vez sua mão. Ou quando acompanha Mary na igreja, mesmo sem acreditar em Deus, dizendo que acredita em sua mãe e que isso é o suficiente. 

Diferente de The Big Bang Theory, o spin-off não é gravado em frente a uma plateia, o que ajuda a dar um ar mais sério à produção. Essa mudança de tom e a narrativa do Sheldon adulto foram boas escolhas para diferenciar e elevar a história. É muito cedo para dizer se Young Sheldon é um erro ou um acerto. A série tem bastante potencial e já começou com o pé direito, tendo uma estrondosa audiência na sua estreia. Agora é esperar para ver as cenas dos próximos capítulos!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Leonard Nimoy, eterno Spock, morre aos 83 anos

A magia que um personagem nos passa, quando sincera, é algo admirável. Principalmente quando o ator fica anos trabalhando com a mesma figura, cuidando com carinho e respeitando os fãs que tanto o amam também. E, assim foi Leonard Nimoy . O senhor Spock de Jornada nas Estrelas , que faleceu ontem (27/02) por causa de uma doença pulmonar, aos 83 anos. O ator, diretor, escritor, fotógrafo e músico deixou um legado imenso para nós. E isso é algo que ele sempre tratou com muita paixão: a arte. A arte de poder fazer mais arte. E com um primor de ser uma boa pessoa e querida por milhares. E por fim, a vida atrapalhou tal arte. Não o eternizou como o seu personagem. Mas apenas na vida, pois no coração e na memória de todos, o querido Nimoy vai permanecer perpétuo nessa jornada. Um adeus e um obrigado, senhor Leonard Nimoy, de Vulcano. Comece agora, sua nova vida longa e próspera, onde quer que esteja.

Mad Max (1979) | O cinema australiano servindo de influência

Para uma década em que blockbusters precisavam ter muitos efeitos visuais e grandes atros do momento, como em Alien - O Oitavo Passagéiro , Star Wars , Star Trek  etc, George Miller teve sorte e um roteiro preciso ao provar que pode se fazer filme com pouco dinheiro e com um elenco de loucos.   Mad Max , de 1979, filme australiano com uma pegada  exploitation,  western e de filmes B, mas que conseguiu ser a estrada para muitos filmes de ação de Hollywood atualmente.   Miller, dirigiu, escreveu e conseguiu com um orçamento de 400 mil filmar um dos mais rentáveis do planeta. O custo do filme foi curto e assim, tudo foi pensado no roteiro e nos diálogos que o filme ia exibir. Como os textos sobre o futuro, humanidade e seu fim, e o Max do título. O filme é rodado com o Mel Gibson sendo o centro. Seus diálogos curtos demonstram o homem da época, e com uma apologia ao homem do futuro. Uma pessoa deformada pelas perdas e com a vontade de ter aquilo que não pode ter, e que resulta no

O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos (2014) | Peter Jackson cumpre o que prometeu

    Não vamos negar que a trilogia O Hobbit possui grandes problemas. O que é uma pena, já que a trilogia anterior ( O Senhor dos Anéis ) não tem falha alguma. Contudo, o que tinha de errado em Uma Jornada Inesperada e Desolação de Smaug , o diretor Peter Jackson desfaz nessa última parte. O que é ótimo para os espectadores e crível para os adoradores da saga da terra-média de longa data.     O filme apresenta problemas diversos, por exemplo, um clímax logo na primeira cena (se é que você me entende) e um personagem que não consegue momento algum ser engraçado. Falhas como essas prejudicam o filme como todo. O roteiro, por ser o mais curto dos três, precisava de mais tempo em tela, e dessa forma, cenas e personagens sem carisma são usados repetidas vezes e com uma insistência sem ter porquês. Mas, em contra partida, O Hobbit e a Batalha dos Cinco Exércitos consegue ser mais direto, objetivo e simples que seus antecessores, que são longos e cheios de casos como citei. E o real mo