Logo na introdução somos apresentados a uma ambientação de colegial que respira o “American Way of Life” (O jeito de vida americano), impresso em uma fotografia saturada com luzes quentes e trilha sonora adolescente. O roteiro tem incluso os hormônios agitados da vivacidade juvenil, mas sem tropeços, com detalhes que tornam toda sua estrutura bastante enxuta ainda mais atraente à medida que revelam sua importância. A simplicidade da obra não a trás demérito, mas sim um entretenimento envolvente e fervilhante.
Crítica: A Babá (2017)
O nerd prova o seu valor
O filme apresenta a história que discorre, inicialmente, sobre diversas crises de um estereótipo de aborrescente nerd. Sempre estamos com o Cee, o protagonista. Por vezes, a câmera subjetiva nos põe no local dele, literalmente. Essa estética entrega seu público alvo, todos aqueles que se identificam com o garoto, que já viram aquelas cenas, mostradas pelos “seus olhos” (câmera). Para esse público, o filme respira uma nostalgia junto a uma ficção envolvente e difícil de desagradar.
O vermelho, cor que se imprime sobre cenas emblemáticas do filme, sempre caminhando através da fronteira entre a sensualidade, a violência e o perigo, principalmente nas cenas isoladas entre o garoto e sua babá. Os diversos elementos da cultura pop são constantes durante todo o filme. Os medos de Cee e suas desventuras caminham por sutis homenagens do suspense de Hitchcock e a vários clássicos do terror, como Sexta-feira 13. Todos esses elementos e estéticas fílmicas reforçam a lealdade do filme ao seu público alvo. Até os efeitos especiais, movimentos corridos de câmera, trazem muitas referências, propositais, ou não, a Scott Pilgrim.
Os diálogos são trabalhados com um carinho único; a naturalidade acompanha a boa interpretação dos atores criando um ar de direção com referências à Tarantino – onde encontramos essa base inspiratória não só nos diálogos – junto a um humor e ação constantes. A sonoplastia junto aos diversos enquadramentos e movimentações de câmera seguem os passos dos momentos de tensão e a subjetividade emotiva dos personagens, principalmente de Cee, o que torna as cenas de suspense ainda mais envolvente.
A Babá não é um filme para devaneios e poéticas profundas, até porque essa prerrogativa não condiz com sua proposta. A obra tem pretensão apenas ao entretenimento nerd, a criação de uma prova de amor a cultura pop cinematográfica, seus diretores e aos filmes clássicos de terror, ficção, ação e aventura. Aos que buscam curtir um bom filme e tem empatia junto as referências citadas aqui, encontrará muitas outras ao assistir a obra, que é um ótimo programa para um feriado.
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