A indústria do terror nos ensinou algumas imagens do que seria um fantasma, e o conceito mais "infantil" é tão filosófico quanto a ideia do retorno de alguém do pós-vida. A figura do fantasma sob um lençol é a exemplificação do mistério em sua essência: alguém que não vemos, mas sabemos que está ali. Sobre uma série dessas questões, o diretor e roteirista David Lowery fez um dos mais carinhosos e amedrontadores filmes do ano, A Ghost Story, que não foi lançado nos cinemas brasileiros. No filme, Casey Affleck é um fantasma que perambula debaixo de um lençol pelo tempo.
Lowery é um fã declarado de sua experiência enquanto "imaginador", e se isso não está muito evidente em Amor Fora de Lei, é lindo que esteja no filme sobre um fantasma que contempla o próprio tempo na espera de alguém ou algo para partir.
Há uns dois meses, Lowery publicou no seu blog pessoal seu primeiro contato com audiovisual, um curta-metragem de dois minutos feito em VHS, quando tinha sete anos em 1988. Sua primeira "história de fantasma" era uma imaginação do que seria Poltergeist, de Spielberg, lançado em 82, que confessa não ter visto na época.
A montagem linear, a voz do próprio David em tela, o roteiro bagunçado, os gritos de horror - a criança por trás da câmera quer manter tudo como foi imaginado. Ao assisti-lo hoje, lembrando dos lentos choques de A Ghost Story, penso nas minhas memórias de criança, procurando a origem de todas essas coisas que ainda quero ser.
The Evil Dead (EUA) Em 1981, Sam Raimi conseguiu realizar algo extraordinário. Com um orçamento baixíssimo (em volta de 1,5 mil), o diretor reinventou os filmes idealizados dentro de uma cabana com jovens e demônios. Além disso, ainda conseguiu fãs por todo o planeta que apreciavam a maneira simples e assustadora que o longa fora realizado. Em 2009, Raimi entrou em contato com Fede Alvarez por seu recente curta-metragem viral que rolava pela internet. A conversa acabou resultando na id eia de uma reinvenção do “conto” original de 1981. Liberdade foi dada à Alvarez para que tomasse conta da história. Percebe-se, a início, a garra deste para uma boa adaptação, no entanto, ainda peca por alguns problemas graves percebíveis tanto para quem é ou não é fã do original. Ao que tudo indicava, seria um Reboot. Mas se trata, na realidade, de uma (aparentemente) continuação audaciosa. A audácia já começa no pôster de divulgação: “O Filme Mais Aterrorizante que Você Verá Nesta Vida”...
Desde que nós dois, Arthur Gadelha e Gabriel Amora, sentamos para decidir o nome do blog de cinema que escreveríamos a partir dali, e entramos no acordo que “Duas Faces do Cinema” intitularia o projeto, já sabíamos, mesmo sem dizer um para o outro, que ele não perduraria para sempre; não como principal. No entanto, assim que lançado, ainda com um fundo preto e branco, separando o casal principal do grande vencedor do Oscar, “O Artista”, a marca “Duas Faces do Cinema” ganhava espaço entre amigos e familiares.
A magia que um personagem nos passa, quando sincera, é algo admirável. Principalmente quando o ator fica anos trabalhando com a mesma figura, cuidando com carinho e respeitando os fãs que tanto o amam também. E, assim foi Leonard Nimoy . O senhor Spock de Jornada nas Estrelas , que faleceu ontem (27/02) por causa de uma doença pulmonar, aos 83 anos. O ator, diretor, escritor, fotógrafo e músico deixou um legado imenso para nós. E isso é algo que ele sempre tratou com muita paixão: a arte. A arte de poder fazer mais arte. E com um primor de ser uma boa pessoa e querida por milhares. E por fim, a vida atrapalhou tal arte. Não o eternizou como o seu personagem. Mas apenas na vida, pois no coração e na memória de todos, o querido Nimoy vai permanecer perpétuo nessa jornada. Um adeus e um obrigado, senhor Leonard Nimoy, de Vulcano. Comece agora, sua nova vida longa e próspera, onde quer que esteja.
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